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segunda-feira, 22 de setembro de 2014

NO GOIÁS / EM GOIÁS?

“É como se diz lá no Goiás” está certo?

RESPOSTA  
Alguns nomes substantivos não aceitam artigos quando não estão determinados por algum qualificativo. Por exemplo, ninguém gosta da Brasília, mas de Brasília; Meu pai veio da (de+a) Espanha e minha mãe, de Portugal; Gostei muito de Londres, de Paris e de Barcelona.

Goiás é um desses nomes que não aceitam artigo, a não ser quando determinados (seguidos ou precedidos por uma palavra ou expressão qualificativa).

A frase correta, portanto, seria “É como se diz lá em Goiás”.
Agora, se dermos alguma qualidade ao nome “Goiás”, a coisa muda de figura.
“É como se diz lá no (em+o) Goiás das grandes fazendas”.
“Ninguém gosta da Brasília dos políticos desonestos”.
“Gostei mais da Paris iluminada e moderna que da Lisboa tristonha e ultrapassada”.

Os pernambucanos gostam de falar "O Recife", "No Recife", mas, gramaticalmente, nada justifica tal uso. Já "Bahia" aceita tranquilamente o uso do artigo. 
"A Bahia é fascinante".
"Adoro viajar para a Bahia".
"Este coco veio da Bahia"?

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

PLURAL DE CORRIMÃO

Como se faz o plural de “corrimão”? 

Logicamente, o plural de corrimão seria apenas corrimãos, porque esta palavra é formada de correr+mão. Contudo, vulgarizou-se o plural corrimões por duas razões: por um lado, porque se perdeu bastante a noção de que em corrimão entra o elemento mão, cujo plural é mãos; por outro lado, porque há tendência para fazermos em -ões o plural das palavras terminadas em -ão.

Em conclusão: temos o plural corrimãos e o plural corrimões. Este último é o mais corrente.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

DOIS MILHÕES DE PESSOAS

Devo escrever “dois milhões de pessoas” ou “duas milhões de pessoas”?

Milhão, bilhão, trilhão etc. funcionam como substantivos masculinos, com a significação de milheiro. Qualquer termo de natureza nominal (pronomes, adjetivos, artigos, numerais) que a eles se juntarem deverão concordar no masculino (singular ou plural).

    ·        Dois milhões de pessoas votaram.
    ·        Um milhão de votos foram invalidados.
    ·        Trezentos milhões de reais foram desviados.

Observe que a concordância verbal está feita com os complementos (pessoas, votos, reais), podendo, também, concordar com o numeral.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

PORCENTAGEM SEGUIDA DE COMPLEMENTO PLURAL

Em “na pesquisa anterior, 1 por cento dos entrevistados disseram que votariam em qualquer candidato ou que não rejeitam nenhum”, temos a possibilidade de deixar o verbo no singular, concordando com "1 por cento"; pode-se, também, levar o verbo para o plural, fazendo-o concordar com o complemento "dos entrevistados".

Importante observar que alguns gramáticos consideram a primeira opção a melhor, mas outros discordam e preferem a segunda.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

ANTÓNIO ou ANTÔNIO

Brasileiros podem escrever António ou Antônio?
O novo Acordo Ortográfico admite dupla grafia nos casos em que os portugueses pronunciam a vogal tônica aberta e os brasileiros preferem-na fechada. São centenas as palavras em que as vogais tônicas E/O apresentam tal diferença prosódica e, consequentemente, gráfica: tênis/ténis, grêmio/grémio, ônibus/ónibus, quilômetro/quilómetro etc.

Isso posto, são dadas como corretas variantes como Antônio/António, sem que haja qualquer limitação territorial (cada falante é livre para escolher a forma mais lhe agrade). Entretanto, acredito que, morando no Brasil, seria mais sensato preferir o uso corrente de nosso País: Antônio.

sábado, 6 de setembro de 2014

OBSESSÃO / OBCECADO

Por que OBSESSÃO e OBCECADO têm grafias diferentes?
É um problema etimológico. Apesar de parecidos, um nada tem a ver com o outro. Ambos vêm do Latim
O vocábulo OBSESSÃO (de obsessio, -onis) é uma ideia fixa, preocupação doentia, recorrente.
OBCECADO (de caecus, -um). Diz-se de quem se deixou cegar por algum problema, perdeu a lucidez.

Como nosso sistema ortográfico tem a etimologia (a origem das palavras) como uma de suas bases, acompanha-se a forma de escrever latina, por isso a diferença ortográfica. 

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

VAI A VOTAÇÃO / VAI À VOTAÇÃO?

“A Medida Provisória VAI A VOTAÇÃO / VAI À VOTAÇÃO na próxima semana”. Uso ou não a crase?
Sem crase.
O verbo de movimento exige a preposição “A”, mas o substantivo não aceita o artigo definido singular. A crase é a fusão da preposição exigida pelo verbo (ou palavra regente) e o artigo aceito pelo substantivo feminino (ou palavra regida) que vem a seguir.