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terça-feira, 14 de dezembro de 2021

SE VOCÊ VER / SE VOCÊ VIR?

 “Se você ver um tronco de árvore desse jeito, é melhor evitar se aproximar do local”.

Esse é um erro cometido reiteradas vezes por pessoas até com formação superior.

A frase inicia-se com a conjunção condicional “SE”. Quando se tem condicionantes, dependências ou eventualidades para que a ação ocorra, o verbo deve estar no modo subjuntivo e é aí que reside o problema. Como se forma o Modo Subjuntivo dos Verbos?

Presente do subjuntivo: tempo verbal derivado do presente do indicativo.
Pretérito imperfeito do subjuntivo: tempo verbal derivado do pretérito perfeito do indicativo.
Futuro do subjuntivo: tempo verbal derivado da 3ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo.

Verbo VER – Pretérito perfeito (Eu vi / tu viste / ele viu / nós vimos / vós vistes / eles VIRAM) èEliminar a desinência número pessoal: VIRAM = VIR.

FUTURO DO SUBJUNTIVO:

Se eu VIR / se tu vires / se ele/você vir / se nós virmos / se vós virdes / se eles/vocês virem.

Logo, o correto é:

Se eu vir um tronco de árvores desse jeito, é melhor evitar me aproximar do local.

Se tu vires um tronco de árvore desse jeito, é melhor evitar te aproximares do local.

Se ele/você vir um tronco de árvore desse jeito, é melhor evitar se aproximar do local.

Se nós virmos um tronco de árvore desse jeito, é melhor evitar nos aproximarmos do local.

Se vós virdes um tronco de árvore desse jeito, é melhor evitar vos aproximares do local.

Se eles/vocês virem um tronco de árvore desse jeito, é melhor evitar se aproximarem do local.

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terça-feira, 2 de novembro de 2021

DEVO USAR HOUVE / HOUVERAM?

 Desde maio de 2021, quando o livro foi publicado, já houveram muitas transformações no cenário brasileiro e internacional.

O verbo “haver”, usado no sentido de “existir”, fica impessoal, isto é, não se flexiona. Fica sempre na 3ª pessoa do singular, independentemente de o sujeito ser de qualquer outra pessoa ou número.

No trecho acima, retirado de uma resenha de um livro atual. Se perguntarmos ao verbo “o que “houveram”? A resposta será “muitas transformações no cenário brasileiro e internacional”. Sujeito da oração, cujo núcleo é “transformações” e os demais componentes são adjuntos adnominal (muitas) e adverbial (no cenário brasileiro e internacional).

Trata-se, portanto, do uso do verbo “haver” em sentido existencial. Tanto que poderíamos facilmente escrever (já existiram muitas transformações no cenário brasileiro e internacional), sem incorrer em qualquer impropriedade gramatical ou semântica.

O correto, portanto, é “Desde maio de 2021, quando o livro foi publicado, já houve muitas transformações no cenário brasileiro e internacional”.

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sábado, 2 de outubro de 2021

Uso do "ESSE -ESTE" e do "CONSIGO - CONTIGO"

Geralmente as empresas costumam entregar parte da rentabilidade com a distribuição de proventos.  Se você busca esse tipo de renda, esse artigo identifica-se contigo.

O primeiro "esse" é um pronome relativo que remete para o antecedente "proventos". Sua função textual é a de "repetir um termo pré-existente no texto". É, portanto, um anafórico.

O segundo "esse" é um pronome relativo, em função adverbial, referindo-se ao texto que estamos a ler, do qual ele faz parte. Deve ser trocado por "este".

O "contigo" é um pronome pessoal de 2ª pessoa que remete para o pronome de tratamento "você", na oração anterior. Os pronomes de tratamento, embora sejam de 2ª pessoa, pedem o verbo e complementos na 3ª pessoa. Deve ser trocado por "consigo".

sábado, 25 de setembro de 2021

PORQUE OU POR QUE -

 "O texto traz, além dos dados, a fala de diversos especialistas, que explicam como funcionam as vacinas e porque as restrições sociais e sanitárias ainda são importantes para reduzir a circulação do novo coronavírus".

O termo destacado deve ser substituído por "por que", equivalente a "a razão pela qual". 

Estabelecendo uma relação com um termo antecedente, por que é usado como elo de ligação entre duas orações, podendo ser substituído por:

  • pelo qual;
  • pela qual;
  • pelos quais;
  • pelas quais;
  • por qual;
  • por quais.

Exemplos com por que (relativo)

  • Não achei o caminho por que passei.
  • As razões por que fui embora são pessoais.

Substituição do por que (relativo)

  • Não achei o caminho pelo qual passei.
  • Não achei o caminho por qual passei.
  • As razões pelas quais fui embora são pessoais.
  • As razões por quais fui embora são pessoais.

domingo, 22 de agosto de 2021

AGREGOU-SE ou AGREGARAM-SE?

 “Nas mãos da VBI, o ativo foi reformado, agregou-se serviços e agora ele gera mais receita do que gerava antes”.

Temos aqui um exemplo bem claro sobre a concordância verbal com o verbo na voz passiva sintética, que é quando se usa o pronome apassivador “SE”.

Veja que o verbo agregar está na terceira pessoa do singular, mas, se transformarmos a oração em uma voz passiva analítica, usando um verbo auxiliar, obteremos “serviços foram agregados”, com o verbo no plural.

O que aconteceu?

É que o substantivo “serviços”, no plural, é o sujeito passivo do verbo agregar, e a regra geral da concordância verbal define que o verbo concorda com seu sujeito em número e pessoa: sujeito singular = verbo no singular; sujeito plural = verbo no plural. Sujeito 1ª, 2ª ou 3ª pessoa = verbo na 1ª, 2ª ou 3ª pessoa.

Logo:

“Nas mãos da VBI, o ativo foi reformado, agregou-se serviço e agora ele gera mais receita do que gerava antes”.

Ou:

“Nas mãos da VBI, o ativo foi reformado, agregaram-se serviços e agora ele gera mais receita do que gerava antes”.

quarta-feira, 28 de julho de 2021

ANTI-SEMITA — ANTI SEMITA — ANTISSEMITA?


Com palavras formadas por prefixos terminados em vogal, seguidos de palavras começadas por [r] ou [s], duplicam-se essas letras:
·        Autorretrato
·        Antissocial
·        Contrassenso
·        Suprarrenal
·        Antirrugas
·        Semirreal
·        Autossugestão
·        Minissaia
·       
Semirreta

 

quinta-feira, 1 de julho de 2021

INTERMEDEIA ou INTERMEDIA?

 “Uma estrutura que INTERMEDIA a relação entre o vendedor e o comprador”.

Temos uma quantidade razoável de verbos terminados em –IAR e alguns outros terminados em –EAR.

Em -IAR: negociar; presenciar, vilipendiar; ampliar; copiar; acariciar; judiar; anunciar; tripudiar; trancafiar; vistoriar; transviar... etc. etc. etc.

Em –EAR: trombetear; titubear; tontear; trampear; assear; passear; trejeitear; trotear; vaguear; rosear; ricochetear... etc. etc. etc.

São verbos, normalmente, regulares e não oferecem grandes dificuldades em sua conjugação.

NEGOCIAR: eu negocio – tu negocias – ele negocia – nós negociamos - vós negociais – eles negociam. — observe que só variam as desinências número pessoais.

PENTEAR:  eu penteio – tu penteias – ele penteia – nós penteamos – vós penteais – eles penteiam. — Observe que aparece uma vogal /i/  entre o radical e a vogal temática, nas três pessoas do singular e na 3ª pessoa do plural. Tal irregularidade de conjugação, inclusão de um fonema interno, chama-se “epêntese”.

O estudo da língua portuguesa é muito interessante por essas (e outras) nuances. Eu poderia dizer que a inclusão de uma vogal epentética entre a vogal temática e o radical dos verbos em –EAR é uma irregularidade regular nesses verbos...,  mas como a irregularidade só ocorre nas três pessoas do singular e na 3ª pessoa do plural, devo observar melhor.

O que há de diferente entre as 1ª e 2ª pessoas do plural e as demais pessoas do verbo? A posição do acento tônico! Elas são rizotônicas, o acento tônico recai na raiz, enquanto nas demais pessoas são arrizotônicas, isto é, o acento tônico recai fora da raiz.

Posso então completar meu raciocínio, dizendo que:  “nos verbos terminados em –EAR, ocorre uma vogal epentética /i/ nas formas rizotônicas”. Isso só ocorre nos verbos em –EAR... 

E o verbo INTERMEDIAR, destacado no corpo do texto da consulta? Está correto? Não!

Existem cinco verbos terminados em –IAR  que se comportam como se fossem terminados em –EAR. Difícil? Não...

São os verbos MARIO

Mediar =èmedeio / medeias / medeia / mediamos / mediais / medeiam.

Ansiar =èanseio / anseias / anseia / ansiamos / ansiais / anseiam.

Remediar =è remedeio / remedeias / remedeia / remediamos / remediais / remedeiam.

Intermediar =è intermedeio / intermedeias / intermedeia / intermediamos / intermediais / intermedeiam.

Odiar =è odeio / odeias / odeia / odiamos / odiais / odeiam.

Portanto, o correto é: “Uma estrutura que INTERMEDEIA a relação entre o vendedor e o comprador”.

sábado, 26 de junho de 2021

NÓS O AGRADECEMOS ou NÓS LHE AGRADECEMOS?

 "Bill Gates obteve sucesso ao tomar o risco de empreender em vez de concluir sua faculdade e seguir sua vida comum – e nós o agradecemos por isso".

O verbo "agradecer" é um dos chamados verbos transitivos relativos (antigamente chamados de bi-transitivos), isto é, são verbos que admitem dois complementos verbais (objeto direto e objeto indireto), simultaneamente. 

Segundo gramáticos renomados, como Napoleão Mendes, Celso Cunha e outros, "agradecer" é transitivo direto para coisas e transitivo indireto para pessoas.

  • Agradeceu o prêmio recebido. (prêmio é coisa > objeto direto).
  • Agradeceu ao professor. (professor é pessoa > objeto indireto).
No texto da consulta, o autor usou o pronome oblíquo átono "o" como complemento do verbo "agradecer". Ocorre que esse pronome, como objeto, só pode desempenhar a função de objeto direto, o que contraria a norma de que "o verbo agradecer é transitivo direto para coisas e transitivo indireto para pessoas", já que está se referindo a "Bil Gates", citado no início da frase.

 "Bill Gates obteve sucesso ao tomar o risco de empreender em vez de concluir sua faculdade e seguir sua vida comum – e nós LHE agradecemos por isso".



sexta-feira, 25 de junho de 2021

INTERVEIO ou INTERVIU?

 

O apresentador de um programa esportivo, ansioso em propalar suas ideias, lascou vociferante: “A Federação Internacional de Vôlei INTERVIU para punir rigorosamente a manifestação de racismo denunciada”.

Ele se esqueceu de que o verbo “INTERVIR” deve ser conjugado segundo o modelo do verbo “VIR”, em todos os tempos, pessoas e modos: “A Federação Internacional de Vôlei INTERVEIO para punir rigorosamente a manifestação de racismo denunciada”.

sábado, 19 de junho de 2021

DEGLADIAR ou DIGLADIAR?

 A forma correta é digladiar

Refere-se ao ato de combater corpo a corpo com espada ou ao ato de discutir. (Gladio é uma espécie de sabre ou espada pequena, usada pelos soldados romanos).

  • Os lutadores vão digladiar na arena.
  • Os competidores começaram a digladiar sem motivo nenhum.

quinta-feira, 17 de junho de 2021

"IMPECILHO - IMPECÍLIO - EMPECILHO"?

A forma correta é empecilho. Refere-se a qualquer tipo de obstáculo ou impedimento. (consultar o verbo "empecer")

·        Não quero ser um empecilho na sua vida!

·        Está tudo bem, não tivemos que lidar com nenhum empecilho.


 

quarta-feira, 9 de junho de 2021

"COMEÇAREM A SEGUIREM" - "COMEÇAREM A SEGUIR"?

 “Falta um passo para os investidores em Micro, Small e Large caps começarem a seguirem o Leonardo Fontes”.

O texto, publicado em um site de finanças, contém falha elementar no uso dos verbos: não se podem usar dois verbos flexionados na mesma oração.

Em “começarem a seguirem” os dois verbos estão flexionados na terceira pessoa do plural.

O correto seria fazer o verbo “começar” concordar com o sujeito “os investidores” e usar o verbo “seguir” no infinitivo: “Falta um passo para os investidores em Micro, Small e Large caps começarem a seguir o Leonardo Fontes”.

sábado, 17 de abril de 2021

OBEDECER e DESOBEDECER:

São VTI, com a prep. a.

– Obedeço aos regulamentos.

Como obedecer e desobedecer são transitivos indiretos que exigem a preposição a, seu complemento tanto pode ser representado por um pronome oblíquo átono -lhe, -lhes – como por um tônico – mim, ti, ele, ela, nós, vós, eles, elas. (esses sempre regidos da preposição A.

– Obedeço-lhes.

– Obedeço a elas.

O uso da voz passiva com tais verbos é discutível. Alguns gramáticos aceitam, mas a maioria repudia construções como:

– Foi desobedecido pelos filhos.

– A ordem de despejo jamais será obedecida.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

NNF - Pleonasmo

O que é PLEONASMO VICIOSO OU REDUNDÂNCIA?

 É o uso de expressões repetitivas ou desnecessárias ao significado pretendido pelo falante.

O deputado declarou que “Todos os senadores e deputados devem decidir, por unanimidade, sobre a concessão do Auxílio emergencial”.

O preclaro deputado escorregou na redundância, também chamada de pleonasmo vicioso, em sua declaração. Ocorre que o adjetivo “unanimidade” traz em si o significado de totalidade, logo o pronome indefinido “todos” é perfeitamente dispensável...

Expressões como “descer para baixo”, “subir para cima” e “última versão definitiva” estão corretas? Obviamente, não. Trata-se de pleonasmo (ou redundância): um vício de linguagem.

O pleonasmo (do grego, pleonasmos = superabundância) é a repetição desnecessária de um termo dentro de um texto.

 “Os senadores e deputados devem decidir, por unanimidade, sobre a concessão do Auxílio Emergencial”.