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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

SENÃO / SE NÃO


SENÃO ou SE NÃO
Qual é a diferença entre as duas expressões?
SENÃOConjunção adversativa e preposição, com o sentido de:
1 - do contrário, caso contrário, de outro modo, de outra forma;
2 - mas, mas sim;
3 - mais do que;
4 - a não ser.
Exemplos:
Uma eleição deve ser a escolha consciente do melhor candidato, senão é perda de tempo e de energia. [do contrário]
O Executivo é que decide onde aplicar o dinheiro arrecadado de nossos impostos, não com a visão partidária ou bairrista, senão com o espírito de quem pretende alcançar o bem comum. [mas sim]
Para que ela aceitasse o rompimento, disse-lhe que ela não fora senão uma aventura passageira. [mais do que]
O álcool, assim como as drogas não oferece senão uma tênue e fugaz fuga da realidade. [a não ser, mais do que]
SE NÃO - Aqui são duas palavras distintas: conjunção subordinativa condicional se + o advérbio de negação não. Significa dizer "caso não ...".
Exemplos:
Se não der certo, não me venhas com desculpas esfarrapadas.
Ficará em dificuldades financeiras, se não controlar melhor os gastos com o cartão de crédito.
Há casos em que a conjunção "senão" na acepção 1 (= do contrário) pode ser confundida com a oração condicional; a interpretação depende da pessoa:
Exemplo:
Se o computador for bom, fico com ele; senão / se não, vou devolvê-lo ao almoxarifado. [do contrário devolvo / se não for bom, devolvo]

PLEONASMO


PLEONASMO
Li, hoje, na Folha: “Novo xodó dos são-paulinos, o meia-atacante já virou o principal elo de ligação entre a defesa e o setor ofensivo da equipe do Morumbi”. Está certo?
Existe um vício de linguagem imperdoável em um texto publicado por um jornal dessa categoria: “elo de ligação”.
O pleonasmo (redundância) pode ser estilístico, quando é clara a intenção do autor em ressaltar determinada ação. É famosa a citação de Antônio Viera, em um de seus sermões: “Tantos fenômenos inauditos da natureza, vistos com os olhos, pegados com as mãos, pisados com os pés...”.
Há, principalmente em autores mais antigos, exemplos de pleonasmos em que se repete o complemento verbal, ou o sujeito, para dar maior elegância à frase:
·        A mim me parece...
·        Maltratando-se a si próprio...
·        “Deu-lhe, a ela, uma grandeza absoluta...”
·        “Os estímulos da honra, tê-los-ia, o jovem...”
Não me parece ter sido essa a intenção do jornalista da Folha.