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segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Concordância verbal - sujeito oracional

 

Professor, há algum erro de concordância verbal na frase: “É possível acontecer pequenas variações nas cotações.”?

Diz a regra gramatical da linguagem formal que o verbo concorda com o sujeito em número e pessoa, isto é, sujeito singular leva o verbo para o singular; sujeito plural leva o verbo para o plural. O mesmo ocorre quanto à pessoa: sujeito de 1ª, 2ª ou 3ª pessoas exige verbo na pessoa correspondente. O sujeito oracional, aquele constituído por uma ou mais oração(ões), segue o mesmo preceito.

Na frase da consulta, temos dois verbos: “ser” e “acontecer”.

O verbo principal, “ser”, em “é possível”, está seguido de uma oração subordinada substantiva subjetiva, que lhe serve de sujeito. Se perguntarmos “O que é possível”? A resposta, fatalmente, será essa oração: “acontecer pequenas variações nas cotações.”

E é aí que está o problema!

Acontecer: verbo regular, da 2ª conjugação, intransitivo, significando: ocorrer, realizar-se, sobrevir, suceder.

Se o verbo é intransitivo, significa que ele não exige complementos (objetos direto ou indireto) bastando-se, por si só, a concretizar a declaração pretendida.

Perguntemos ao verbo “O que acontece”? Pequenas variações nas cotações = sujeito do verbo acontecer.

A frase correta, portanto, seria “É possível{[acontecerem] [pequenas variações nas cotações]}.”?  [verbo intr..] [sujeito simples, 3ª pessoa plural – posposto]{[oração subordinada substantiva subjetiva]}

É muito importante para o profissional de nível superior, de qualquer setor, saber bem as diferenças entre a LINGUA ORAL e a LÍNGUA ESCRITA.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

A FIM - AFIM?

A FIM — Ter como objetivo; finalidade; propósito; interesse.
  • Eu estou escrevendo este texto a fim de mostrar-lhes as diferenças entre "a fim e afim"
  • Filomeno dedicou-se bastante no novo trabalho a fim de conseguir uma possível promoção.
  • O novo governo modificou toda a sua estrutura a fim de atender os interesses de seu partido.
AFIM — Aparentado, próximo, vizinho, semelhante, assecla:
  • A engenharia é uma área afim da matemática. Afinal, uma complementa a outra
  • Infelizmente, nossa sociedade não deu certo porque visões empresariais não eram afins.
  • Nepotismo é a concessão de empregos a afins: pai dar emprego para filho; tio conseguir a nomeação do sobrinho...

domingo, 1 de janeiro de 2023

Pergunta:

No trecho, "Eventualmente, Janja se mostra irritada com críticas que recebe, mas, de modo geral, não deixa se abalar", de uma publicação MSN, como se explica a colocação pronominal dos dois pronomes "se"?

Resposta:

1) Em "Janja se mostra", a próclise é opcional, tendo em vista que o sujeito é nome de pessoa. Se fosse pronome pessoal do caso reto (eu - tu - ele(a) - nós - vós - ele(a)s) também seria próclise opcional. Em qualquer outra situação, deveria ocorrer a ênclise ao verbo "mostrar".

2) Em "não deixa se abalar", a existência do advérbio de negação "não" obriga o uso da próclise ao verbo principal da locução "deixa abalar" — "não se deixa abalar".

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

HAVIA ou HAVIAM

De acordo com a artista, já não haviam mais trabalhos para ela na empresa e isso a incomodava: “Ganhava um salário muito alto para não fazer nada naquele momento. Eu comuniquei à direção que queria sair, que estava vendo outras coisas". 

O verbo "haver" quando tem o mesmo significado "existir" fica impessoal, isto é, fica sempre na 3ª pessoa do singular. "já não havia mais trabalhos para ela na empresa".

No mesmo texto, entretanto, há uma outra construção que merece reparos. Em "Ganhava um salário muito alto para não fazer nada naquele momento", ocorre a aproximação de duas negativas na mesma frase, o que resulta em incoerência. "NÃO FAZER NADA" significa o quê? Evidentemente a análise lógica mostra que é exatamente "fazer alguma coisa". 

Portanto, é preferível dizer-se: Ganhava um salário muito alto para fazer nada naquele momento. Eu comuniquei à direção que queria sair, que estava vendo outras coisas". 

quinta-feira, 28 de julho de 2022

EXISTE ACENTO GRÁFICO EM “PARAIBA”?

 Sim.   PARAÍBA

  O acento gráfico nos hiatos caiu somente quando o [I] ou o [U] estiverem depois de DITONGOS, nas palavras PAROXÍTONAS.

  Sem acento: BAIUCA – BOCAIUVA – CAUILA

  Com acento: CAÍDA – SAÚDE – FAÍSCA – BAÚS

domingo, 1 de maio de 2022

É / SEJA MAIS RÁPIDO

 Consulta enviada por Mateus:

“Não é porque Zoroastro é mais rápido e melhor em lavar carros que ele deveria ser alocado para fazer isso. Afinal, quando ele lava carros, ele deixa de jogar futebol, o que lhe renderia muito mais”.

Professor, vi a notícia acima em blog de esportes e achei que a frase destacada não está correta (omiti o nome do jogador citado originalmente).

Fizeste-o bem, Mateus. Não vale a pena propagar opiniões alheias duvidosas e/ou raivosas.

O modo verbal adequado ao significado pretendido (DÚVIDA OU POSSIBILIDADE) pelo autor é o Presente do Subjuntivo.

“Não é porque Zoroastro SEJA mais rápido e melhor em lavar carros que ele deveria ser alocado para fazer isso.”

domingo, 24 de abril de 2022

COERÊNCIA TEXTUAL

  • Consulta enviada pela Ivonete.
  • Professor, desculpe a insistência, mas continuo com o mesmo texto: 
  • O desembargador entrevistado afirma que "O decreto de graça faz desaparecer o crime, mas não os efeitos civis da condenação". Como assim? Se não há crime, como poderiam persistir seus efeitos civis?
  • Realmente há uma inconsistência lógica na afirmação, que resulta na chamada "falta de coerência narrativa". O texto apresenta-se correto nos aspectos linguísticos, mas falha na conexão entre as ideias que contém...

“ELEGIBILIDADE” ou “ELEGEBILIDADE”?

 

Consulta enviada pela Ivonete:

“Além disso, aponta o desembargador, com a Lei da Ficha Limpa, a decisão coletiva que impõe "a perda da capacidade de elegebilidade não o permite se candidatar". "O decreto de graça faz desaparecer o crime, mas não os efeitos civis da condenação. Ele perde a primariedade. E o Supremo pode não acatar e recusar o decreto, ao analisar a sua constitucionalidade."

Professor, duas perguntas:

1)    O termo correto é “ELEGIBILIDADE  ou “ELEGEBILIDADE”?

2)    Está correto o uso do pronome átono “O” como complemento do verbo “permitir”?

Ivonete, o correto é elegibilidade. Condição de ser “elegível”. Está incorreto o uso do pronome átono “o” como objeto direto do verbo “permitir”. Observe que “quem permite, permite algo a alguém”. O verbo “permitir”, nessas construções, pede objeto direto para coisa. Ora, o pronome oblíquo átono “O”, como complemento verbal, só pode exercer a função de objeto direto.

O pronome oblíquo átono correto, para a função de objeto indireto, nesse caso, é o pronome “lhe”, e a frase ficaria assim: “a perda da capacidade de elegibilidade não lhe permite candidatar-se".

 

quarta-feira, 20 de abril de 2022

QUE PODEM ou QUE POSSAM?

"Pré-candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, criticou as negociações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para formar as alianças de sua chapa que vai concorrer às eleições. No entendimento do pedetista, o ex-presidente tenta acabar com outros partidos que podem fazer sombra a ele." 

Professor, uma publicação do UOL começa com esse trecho. Pelo que percebi, a ideia é a de que Lula, eventualmente, destruirá os partidos que o ameaçarem. Dito isso, está correto o uso de "... que podem fazer sombra a ele"?

Não. 

A dúvida, a eventualidade ou a possibilidade de uma ação verbal devem ser expressas com o verbo no modo Subjuntivo: "o ex-presidente tenta acabar com outros partidos que POSSAM fazer sombra a ele."

IMPLICAR A ou IMPLICAR EM?

 No voto de um ministro do STF, transmitido pela TV, ouvimos a expressão "... não IMPLICA, necessariamente, NA necessidade de ...". Isto está certo, professor?

O verbo IMPLICAR, com o sentido de resultar, causar, produzir é transitivo direto e não aceita o uso de qualquer preposição antes de seu complemento. 

O autor do texto deve rever a aula de "Regência Verbal" e corrigir o texto para "... não IMPLICA, necessariamente, A necessidade de ...". 

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

SE VOCÊ VER / SE VOCÊ VIR?

 “Se você ver um tronco de árvore desse jeito, é melhor evitar se aproximar do local”.

Esse é um erro cometido reiteradas vezes por pessoas até com formação superior.

A frase inicia-se com a conjunção condicional “SE”. Quando se tem condicionantes, dependências ou eventualidades para que a ação ocorra, o verbo deve estar no modo subjuntivo e é aí que reside o problema. Como se forma o Modo Subjuntivo dos Verbos?

Presente do subjuntivo: tempo verbal derivado do presente do indicativo.
Pretérito imperfeito do subjuntivo: tempo verbal derivado do pretérito perfeito do indicativo.
Futuro do subjuntivo: tempo verbal derivado da 3ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo.

Verbo VER – Pretérito perfeito (Eu vi / tu viste / ele viu / nós vimos / vós vistes / eles VIRAM) èEliminar a desinência número pessoal: VIRAM = VIR.

FUTURO DO SUBJUNTIVO:

Se eu VIR / se tu vires / se ele/você vir / se nós virmos / se vós virdes / se eles/vocês virem.

Logo, o correto é:

Se eu vir um tronco de árvores desse jeito, é melhor evitar me aproximar do local.

Se tu vires um tronco de árvore desse jeito, é melhor evitar te aproximares do local.

Se ele/você vir um tronco de árvore desse jeito, é melhor evitar se aproximar do local.

Se nós virmos um tronco de árvore desse jeito, é melhor evitar nos aproximarmos do local.

Se vós virdes um tronco de árvore desse jeito, é melhor evitar vos aproximares do local.

Se eles/vocês virem um tronco de árvore desse jeito, é melhor evitar se aproximarem do local.

OBS: VISITEM OS SITES AO LADO. ISSO SERÁ MUITO BOM PARA O BLOG.

 

 

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 2 de novembro de 2021

DEVO USAR HOUVE / HOUVERAM?

 Desde maio de 2021, quando o livro foi publicado, já houveram muitas transformações no cenário brasileiro e internacional.

O verbo “haver”, usado no sentido de “existir”, fica impessoal, isto é, não se flexiona. Fica sempre na 3ª pessoa do singular, independentemente de o sujeito ser de qualquer outra pessoa ou número.

No trecho acima, retirado de uma resenha de um livro atual. Se perguntarmos ao verbo “o que “houveram”? A resposta será “muitas transformações no cenário brasileiro e internacional”. Sujeito da oração, cujo núcleo é “transformações” e os demais componentes são adjuntos adnominal (muitas) e adverbial (no cenário brasileiro e internacional).

Trata-se, portanto, do uso do verbo “haver” em sentido existencial. Tanto que poderíamos facilmente escrever (já existiram muitas transformações no cenário brasileiro e internacional), sem incorrer em qualquer impropriedade gramatical ou semântica.

O correto, portanto, é “Desde maio de 2021, quando o livro foi publicado, já houve muitas transformações no cenário brasileiro e internacional”.

OBS: VISITEM OS SITES AO LADO. ISSO SERÁ MUITO BOM PARA O BLOG.


sábado, 2 de outubro de 2021

Uso do "ESSE -ESTE" e do "CONSIGO - CONTIGO"

Geralmente as empresas costumam entregar parte da rentabilidade com a distribuição de proventos.  Se você busca esse tipo de renda, esse artigo identifica-se contigo.

O primeiro "esse" é um pronome relativo que remete para o antecedente "proventos". Sua função textual é a de "repetir um termo pré-existente no texto". É, portanto, um anafórico.

O segundo "esse" é um pronome relativo, em função adverbial, referindo-se ao texto que estamos a ler, do qual ele faz parte. Deve ser trocado por "este".

O "contigo" é um pronome pessoal de 2ª pessoa que remete para o pronome de tratamento "você", na oração anterior. Os pronomes de tratamento, embora sejam de 2ª pessoa, pedem o verbo e complementos na 3ª pessoa. Deve ser trocado por "consigo".

sábado, 25 de setembro de 2021

PORQUE OU POR QUE -

 "O texto traz, além dos dados, a fala de diversos especialistas, que explicam como funcionam as vacinas e porque as restrições sociais e sanitárias ainda são importantes para reduzir a circulação do novo coronavírus".

O termo destacado deve ser substituído por "por que", equivalente a "a razão pela qual". 

Estabelecendo uma relação com um termo antecedente, por que é usado como elo de ligação entre duas orações, podendo ser substituído por:

  • pelo qual;
  • pela qual;
  • pelos quais;
  • pelas quais;
  • por qual;
  • por quais.

Exemplos com por que (relativo)

  • Não achei o caminho por que passei.
  • As razões por que fui embora são pessoais.

Substituição do por que (relativo)

  • Não achei o caminho pelo qual passei.
  • Não achei o caminho por qual passei.
  • As razões pelas quais fui embora são pessoais.
  • As razões por quais fui embora são pessoais.

domingo, 22 de agosto de 2021

AGREGOU-SE ou AGREGARAM-SE?

 “Nas mãos da VBI, o ativo foi reformado, agregou-se serviços e agora ele gera mais receita do que gerava antes”.

Temos aqui um exemplo bem claro sobre a concordância verbal com o verbo na voz passiva sintética, que é quando se usa o pronome apassivador “SE”.

Veja que o verbo agregar está na terceira pessoa do singular, mas, se transformarmos a oração em uma voz passiva analítica, usando um verbo auxiliar, obteremos “serviços foram agregados”, com o verbo no plural.

O que aconteceu?

É que o substantivo “serviços”, no plural, é o sujeito passivo do verbo agregar, e a regra geral da concordância verbal define que o verbo concorda com seu sujeito em número e pessoa: sujeito singular = verbo no singular; sujeito plural = verbo no plural. Sujeito 1ª, 2ª ou 3ª pessoa = verbo na 1ª, 2ª ou 3ª pessoa.

Logo:

“Nas mãos da VBI, o ativo foi reformado, agregou-se serviço e agora ele gera mais receita do que gerava antes”.

Ou:

“Nas mãos da VBI, o ativo foi reformado, agregaram-se serviços e agora ele gera mais receita do que gerava antes”.

quarta-feira, 28 de julho de 2021

ANTI-SEMITA — ANTI SEMITA — ANTISSEMITA?


Com palavras formadas por prefixos terminados em vogal, seguidos de palavras começadas por [r] ou [s], duplicam-se essas letras:
·        Autorretrato
·        Antissocial
·        Contrassenso
·        Suprarrenal
·        Antirrugas
·        Semirreal
·        Autossugestão
·        Minissaia
·       
Semirreta

 

quinta-feira, 1 de julho de 2021

INTERMEDEIA ou INTERMEDIA?

 “Uma estrutura que INTERMEDIA a relação entre o vendedor e o comprador”.

Temos uma quantidade razoável de verbos terminados em –IAR e alguns outros terminados em –EAR.

Em -IAR: negociar; presenciar, vilipendiar; ampliar; copiar; acariciar; judiar; anunciar; tripudiar; trancafiar; vistoriar; transviar... etc. etc. etc.

Em –EAR: trombetear; titubear; tontear; trampear; assear; passear; trejeitear; trotear; vaguear; rosear; ricochetear... etc. etc. etc.

São verbos, normalmente, regulares e não oferecem grandes dificuldades em sua conjugação.

NEGOCIAR: eu negocio – tu negocias – ele negocia – nós negociamos - vós negociais – eles negociam. — observe que só variam as desinências número pessoais.

PENTEAR:  eu penteio – tu penteias – ele penteia – nós penteamos – vós penteais – eles penteiam. — Observe que aparece uma vogal /i/  entre o radical e a vogal temática, nas três pessoas do singular e na 3ª pessoa do plural. Tal irregularidade de conjugação, inclusão de um fonema interno, chama-se “epêntese”.

O estudo da língua portuguesa é muito interessante por essas (e outras) nuances. Eu poderia dizer que a inclusão de uma vogal epentética entre a vogal temática e o radical dos verbos em –EAR é uma irregularidade regular nesses verbos...,  mas como a irregularidade só ocorre nas três pessoas do singular e na 3ª pessoa do plural, devo observar melhor.

O que há de diferente entre as 1ª e 2ª pessoas do plural e as demais pessoas do verbo? A posição do acento tônico! Elas são rizotônicas, o acento tônico recai na raiz, enquanto nas demais pessoas são arrizotônicas, isto é, o acento tônico recai fora da raiz.

Posso então completar meu raciocínio, dizendo que:  “nos verbos terminados em –EAR, ocorre uma vogal epentética /i/ nas formas rizotônicas”. Isso só ocorre nos verbos em –EAR... 

E o verbo INTERMEDIAR, destacado no corpo do texto da consulta? Está correto? Não!

Existem cinco verbos terminados em –IAR  que se comportam como se fossem terminados em –EAR. Difícil? Não...

São os verbos MARIO

Mediar =èmedeio / medeias / medeia / mediamos / mediais / medeiam.

Ansiar =èanseio / anseias / anseia / ansiamos / ansiais / anseiam.

Remediar =è remedeio / remedeias / remedeia / remediamos / remediais / remedeiam.

Intermediar =è intermedeio / intermedeias / intermedeia / intermediamos / intermediais / intermedeiam.

Odiar =è odeio / odeias / odeia / odiamos / odiais / odeiam.

Portanto, o correto é: “Uma estrutura que INTERMEDEIA a relação entre o vendedor e o comprador”.

sábado, 26 de junho de 2021

NÓS O AGRADECEMOS ou NÓS LHE AGRADECEMOS?

 "Bill Gates obteve sucesso ao tomar o risco de empreender em vez de concluir sua faculdade e seguir sua vida comum – e nós o agradecemos por isso".

O verbo "agradecer" é um dos chamados verbos transitivos relativos (antigamente chamados de bi-transitivos), isto é, são verbos que admitem dois complementos verbais (objeto direto e objeto indireto), simultaneamente. 

Segundo gramáticos renomados, como Napoleão Mendes, Celso Cunha e outros, "agradecer" é transitivo direto para coisas e transitivo indireto para pessoas.

  • Agradeceu o prêmio recebido. (prêmio é coisa > objeto direto).
  • Agradeceu ao professor. (professor é pessoa > objeto indireto).
No texto da consulta, o autor usou o pronome oblíquo átono "o" como complemento do verbo "agradecer". Ocorre que esse pronome, como objeto, só pode desempenhar a função de objeto direto, o que contraria a norma de que "o verbo agradecer é transitivo direto para coisas e transitivo indireto para pessoas", já que está se referindo a "Bil Gates", citado no início da frase.

 "Bill Gates obteve sucesso ao tomar o risco de empreender em vez de concluir sua faculdade e seguir sua vida comum – e nós LHE agradecemos por isso".



sexta-feira, 25 de junho de 2021

INTERVEIO ou INTERVIU?

 

O apresentador de um programa esportivo, ansioso em propalar suas ideias, lascou vociferante: “A Federação Internacional de Vôlei INTERVIU para punir rigorosamente a manifestação de racismo denunciada”.

Ele se esqueceu de que o verbo “INTERVIR” deve ser conjugado segundo o modelo do verbo “VIR”, em todos os tempos, pessoas e modos: “A Federação Internacional de Vôlei INTERVEIO para punir rigorosamente a manifestação de racismo denunciada”.

sábado, 19 de junho de 2021

DEGLADIAR ou DIGLADIAR?

 A forma correta é digladiar

Refere-se ao ato de combater corpo a corpo com espada ou ao ato de discutir. (Gladio é uma espécie de sabre ou espada pequena, usada pelos soldados romanos).

  • Os lutadores vão digladiar na arena.
  • Os competidores começaram a digladiar sem motivo nenhum.

quinta-feira, 17 de junho de 2021

"IMPECILHO - IMPECÍLIO - EMPECILHO"?

A forma correta é empecilho. Refere-se a qualquer tipo de obstáculo ou impedimento. (consultar o verbo "empecer")

·        Não quero ser um empecilho na sua vida!

·        Está tudo bem, não tivemos que lidar com nenhum empecilho.