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terça-feira, 10 de setembro de 2013

BOCA-DE-LOBO OU BOCA DE LOBO?

A reforma ortográfica anulou algumas distinções com as quais já estávamos habituados – e sabemos que pares opositivos são úteis, fáceis de lembrar. Enfim, muita gente ainda não se acostumou com o desaparecimento de certos hifens.

Esse foi o caso, por exemplo, da locução "dia a dia" (equivalente a "dia após dia"), que se distinguia do substantivo composto "dia-a-dia" (grafia antiga), sinônimo de "cotidiano", exatamente pelo par de hifens. Com a reforma, a grafia se universalizou: "dia a dia" em todos os casos. Assim: “Dia a dia, ele se tornava mais áspero” e “Eram tarefas simples do dia a dia”.

Há situações, entretanto, em que a distinção permanece. É o caso de "boca-de-lobo" e "boca de lobo". A forma hifenizada é nome de uma espécie botânica (é o outro nome da trepadeira também conhecida como "dente-de-leão"); a forma sem hifens é um sinônimo de bueiro.


É preciso lembrar que os nomes de espécies botânicas e de espécies animais mantiveram a grafia hifenizada. Assim: dente-de-leão (espécie botânica); boca-de-lobo (espécie botânica); canela-de-ema (espécie botânica); gavião-de-penacho (espécie animal) pomba-de-arribação (espécie animal), mas boca de lobo (bueiro), boca de urna, boca de sino, boca de siri, boca de fumo, boca do lixo etc.

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