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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

LOCUÇÃO VERBAL / SUBJUNTIVO

Está correto o uso da locução verbal em “É possível que a fábrica de Portugal pode estar enfrentando baixa demanda na região”?

A frase da consulta revela indagação sobre uma possibilidade. Fatos possíveis ou de ocorrência duvidosa são expressos com o verbo no subjuntivo. Na locução, basta usar o verbo auxiliar nesse modo.

Corrija-se a frase para “É possível que a fábrica de Portugal possa estar (esteja) enfrentando baixa demanda na região”.

sábado, 28 de setembro de 2013

CONCORDÂNCIA COM VERBOS CAUSATIVOS

O GOVERNO ORIENTOU OS OPERÁRIOS A BUSCAR SEUS DIREITOS

Embora saibamos que a concordância verbal obedece à relação entre sujeito e predicado, com os verbos ditos “causativos” há grande controvérsia sobre a flexão do infinitivo.

Quando os ditos verbos vêm acompanhados de pronome oblíquo átono, o infinitivo que o segue, normalmente não se flexiona. Como em
  • “Mandei-os estudar”;
  • “Deixei-os falar o que bem quisessem”.
É facultativa a flexão do infinitivo se o sujeito não for representado por pronome átono e se o verbo da oração determinada pelo infinitivo for causativo (mandar, deixar, fazer) ou sensitivo (ver, ouvir, sentir) e sinônimos.
  • Mandei sair os alunos./ Mandei saírem os alunos;
  • Deixaram morrer os prisioneiros / Deixaram morrerem os prisioneiros;
  • Fizemos os adversários errar o golpe / Fizemos os adversários errarem o golpe.
Ocorre, entretanto, que este caso (O GOVERNO ORIENTOU OS OPERÁRIOS A BUSCAR SEUS DIREITOS) é um pouco diferente. Embora a dupla concordância seja aparentemente possível, a construção original (de característica latina) não prevê a flexão do infinitivo. Basta verificar que a oração subordinada “a buscar seus direitos”, está regida pela preposição “a” revelando que a construção se faz, na verdade com dois objetos. O objeto direto é “operários” e o indireto é a oração reduzida de infinitivo “a buscar seus direitos”.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

É QUE / É DE QUE?

Devo escrever “A expectativa é que o trânsito melhore” ou “A expectativa é de que o trânsito melhore”?

As duas formas são aceitáveis.

A oração destacada é uma subordinada substantiva predicativa, isto é, exerce a função de “predicativo do sujeito”. Tais orações vêm sempre em seguida a um verbo de ligação e atribuem uma qualidade, permanente ou transitória, ao sujeito da oração principal.

·    Nosso desejo era sua vitória. (Predicativo do Sujeito)
·    Nosso desejo era que ele vencesse. (Oração Subordinada Substantiva Predicativa)

Obs.: é comum o uso estilístico (realce) da preposição expletiva "de", sem que a correção linguística fique comprometida.

·    A impressão é de que a população está abandonada.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

CONFIAR EM

Está certa a frase “Sedex é a empresa que mais o brasileiro mais confia”?

Esta frase está sendo usada em uma campanha publicitária veiculada pela mídia escrita, falada e televisada. Como texto publicitário, que, muitas vezes, se aproxima da linguagem poética, não se costuma exigir o uso estrito do registro formal culto.

Olhando pelo prisma da correção gramatical, está equivocada. O verbo “confiar” rege a preposição “em”. Confiar em alguém. Confiar em alguma instituição.

Corrija-se para: “Sedex é a empresa em que o brasileiro mais confia”.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

PODE ESTAR OU POSSA ESTAR?

Está correto o uso da locução verbal em “É possível que a fábrica de Portugal pode estar enfrentando baixa demanda na região”?

A frase da consulta revela indagação sobre uma possibilidade. Fatos possíveis ou de ocorrência duvidosa são expressos com o verbo no subjuntivo. Na locução, basta usar o verbo auxiliar nesse modo.

Corrija-se a frase para “É possível que a fábrica de Portugal possa estar (esteja) enfrentando baixa demanda na região”.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

CAPOTAGEM OU CAPOTAMENTO?

O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) registra a existência de “capotagem”. Os dicionários Aurélio, Houaiss, Micaellis e Universal da Língua Portuguesa (Priberan) também registram apenas “capotagem”. O dicionário Aulete (eletrônico) registra “capotagem” e “capotamento”, com o mesmo significado.
Prefiro ficar com a maioria e usar sempre “capotagem”.

"Serviço de "alta tecnologia" no setor de separação de encomendas'...


quarta-feira, 11 de setembro de 2013

DE FÉRIAS OU EM FÉRIAS?

As duas formas estão corretas: de férias ou em férias.
  • A viagem será tranquila, pois todos estarão de férias.
  • Os visitantes terão toda nossa atenção, pois estaremos em férias.

Há, entretanto, uma situação especial. Quando o substantivo férias está adjetivado, usa-se apenas “em férias”.
  • No próximo mês, sairemos em férias coletivas.
  • No final de dezembro, estaremos em merecidas férias.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

BOCA-DE-LOBO OU BOCA DE LOBO?

A reforma ortográfica anulou algumas distinções com as quais já estávamos habituados – e sabemos que pares opositivos são úteis, fáceis de lembrar. Enfim, muita gente ainda não se acostumou com o desaparecimento de certos hifens.

Esse foi o caso, por exemplo, da locução "dia a dia" (equivalente a "dia após dia"), que se distinguia do substantivo composto "dia-a-dia" (grafia antiga), sinônimo de "cotidiano", exatamente pelo par de hifens. Com a reforma, a grafia se universalizou: "dia a dia" em todos os casos. Assim: “Dia a dia, ele se tornava mais áspero” e “Eram tarefas simples do dia a dia”.

Há situações, entretanto, em que a distinção permanece. É o caso de "boca-de-lobo" e "boca de lobo". A forma hifenizada é nome de uma espécie botânica (é o outro nome da trepadeira também conhecida como "dente-de-leão"); a forma sem hifens é um sinônimo de bueiro.


É preciso lembrar que os nomes de espécies botânicas e de espécies animais mantiveram a grafia hifenizada. Assim: dente-de-leão (espécie botânica); boca-de-lobo (espécie botânica); canela-de-ema (espécie botânica); gavião-de-penacho (espécie animal) pomba-de-arribação (espécie animal), mas boca de lobo (bueiro), boca de urna, boca de sino, boca de siri, boca de fumo, boca do lixo etc.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

NECROPSIA – NECRÓPSIA

A palavra é composta de dois radicais gregos (nekrós = morto; opsis = exame, vista).

Pela formação grega da palavra, a pronúncia deve ser com acentuação tônica no /i/ da penúltima sílaba “NECROPSIA”. Segundo o Dicionário Houaiss, sua aparição na Língua Portuguesa deu-se por volta de 1858, como empréstimo linguístico do Francês.

De lá para cá, porém, o uso tem dado preferência à acentuação na antepenúltima sílaba “NECRÓPSIA”. Essa alteração da posição tônica pode ter ocorrido em razão de o sufixo “IA” ser átono em Latim e tônico em Grego. Portanto, quando se diz “NECROPSIA”, está-se obedecendo á prosódia grega e quando se diz “NECRÓPSIA”, dá-se preferência à prosódia latina. O mesmo acontece com o par “autópsia / autopsia”.

Manda a prosódia, por conseguinte, que a pronúncia correta seja “NECROPSIA”, aceitando-se “NECRÓPSIA" por uma questão de uso continuado por parte dos falantes.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

MOTO-TÁXI OU MOTOTÁXI?

Trata-se de uma palavra composta a partir de dois radicais estrangeiros, sendo que o primeiro deles sofreu um processo de redução. “moto < motor” e o segundo já é corrente na forma aportuguesada com o acento gráfico inexistente na língua de origem “taxi (inglês) > táxi (português)”.

O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), da Academia Brasileira de Letras (ABL) não faz qualquer menção à existência da palavra. Os dicionários Houaiss, Michaellis e Aurélio também não a registram.

O Dicionário Aulete Eletrônico registra “MOTOTÁXI”, tal como o faz o Dicionário Universal da Língua Portuguesa (Priberan).

Assim, podemos assumir como correta a forma “MOTOTÁXI”, que está de acordo com “motosserra”, “motocicleta”, “motobomba”, “motobói”, “motocultor”, todas já perfeitamente consagradas e dicionarizadas.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

VALE-TRANSPORTE

Como se faz o plural de “vale transporte”?

Vale-transporte (com hífen), segundo o Acordo Ortográfico, faz o plural como "vales-transporte" ou como "vales-transportes".

Nesse tipo de composição, constituído por duas palavras variáveis (substantivo + substantivo, no presente caso), geralmente as duas vão para plural. Entretanto, quando o segundo elemento é um especificador do primeiro, limitando-lhe e/ou determinando-lhe o sentido, há a alternativa de só o primeiro ir para o plural.

Prefiro a última hipótese.