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domingo, 31 de dezembro de 2017

QUE BEBE / QUE BEBA

Professor, vi esse comentário em um site da internet: “Equinox Premier agrada pelo espaço, bom motor e preço; pena que bebe tanto”. Fiquei em dúvida quanto ao uso do verbo “beber”. Está correto?

Não.

Na expressão deve ser usado o presente do subjuntivo: “que beba”.
O Modo Subjuntivo denota que uma ação é concebida como ligada à outra, da qual depende, de modo expresso ou subentendido, estabelecendo, muitas vezes, uma relação condicional. É uma noção temporal imprecisa, que, quando empregada, está ligada à vontade, imaginação ou sentimento.

queCorrija-se para “Equinox Premier agrada pelo espaço, bom motor e preço; pena que beba tanto”.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

O PERMITE / LHE PERMITE

Professor, em “João já vem apresentando, há alguns anos, um quadro confusional, que não o permite compreender com clareza e exatidão os atos jurídicos”, está correto o uso do pronome oblíquo átono “o”, como objeto direto do verbo “permitir?

Não.

O verbo, no caso, está construído com dois complementos (permitir alguma coisa(OD) a alguém(OI)). O objeto direto é a expressão “compreender com clareza e exatidão os atos jurídicos” e o objeto indireto é o citado pronome oblíquo átono “o”. Ocorre que tal pronome não pode desempenhar tal função. 

Ele é exclusivamente objeto direto.

Corrija-se para “João já vem apresentando, há alguns anos, um quadro confusional, que não LHE permite compreender com clareza e exatidão os atos jurídicos”.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

DESCRIMINAR / DISCRIMINAR

Professor, em “Por causa dele, nenhuma operadora pode descriminar o acesso ao conteúdo da internet”, o uso do verbo “descriminar” está correto?

Não. Deve-se usar o verbo "discriminar", que significa "perceber diferenças, distinguir, discernir", como em "O ignorante não consegue discriminar o certo do errado".

Veja que descriminar que tem o sentido de "isentar de culpa, absolver, tornar evidente a ausência de crime ou contravenção". O mesmo que "descriminalizar".

Corrija-se para: “Por causa dele, nenhuma operadora pode discriminar o acesso ao conteúdo da internet”.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

CONSEGUIMOS / CONSIGAMOS

“Conquistamos a Copa do Brasil no primeiro semestre, o Campeonato Mineiro no segundo, e quem sabe nós conseguimos conquistar este terceiro título no ano”.

O emprego do verbo, destacado no texto, está correto?

O verbo “conseguir” deve ser conjugado tal qual o verbo “seguir”. No presente do indicativo, temos: eu consigo / nós conseguimos; no pretérito perfeito do indicativo, temos as formas: eu consegui / nós conseguimos.

No texto, percebe-se que o tempo verbal começa no passado, com o verbo “conquistamos”, entretanto a ideia da possível conquista do terceiro título do ano, ainda está por acontecer. É uma possibilidade, mas não uma certeza!

A Língua Portuguesa oferece ao falante uma solução para esses casos em que a ação descrita (no presente, passado ou futuro) não é comprovável de forma indubitável. Trata-se do modo “subjuntivo”: que eu consiga / que nós consigamos.

“Conquistamos a Copa do Brasil no primeiro semestre, o Campeonato Mineiro no segundo, e quem sabe nós consigamos conquistar este terceiro título no ano”.

domingo, 3 de dezembro de 2017

PANACEIA - METÁFORA - PLEONASMO

Professor, li a frase abaixo em um jornal e fiquei em dúvida sobre o uso do termo “panaceia”. 

“Passada a festa, vai ficar claro que acabar ou revisar o foro não é uma panaceia para todos os males da Justiça nacional”.

O autor do texto fez uso da figura de linguagem denominada “metáfora” que consiste em comparação elíptica em que sempre está ausente o atributo comum. Em muitos casos também faltam as balizas de comparação: 'como', 'tal qual', etc.

Ou seja, é o emprego de um termo com significado de outro em vista de uma relação de semelhança entre ambos. É uma comparação subentendida.

Na frase 'Maria é uma flor' consideremos que uma das intenções seja dizer 'Maria é bela'. Mas por que então usar a metáfora e não o termo próprio? Porque com a metáfora não se diz apenas que 'Maria é bela' mas também como é essa beleza, que tipo, que grau. A metáfora agrega significação ao discurso relativamente ao enunciado próprio que vem de sua decifração.

Voltando ao termo da pergunta, panaceia significa, formalmente, “remédio para diferentes males”. Panaceia é uma palavra com origem no grego panákeia, sendo que pan significa "todo" e ákos significa "remédio". Dessa forma, a palavra indica uma substância que cura todas as doenças. Na mitologia grega, Panaceia era a deusa da cura, irmã de Hígia, deusa da saúde e higiene.

Como se vê, o autor pretendeu significar que a eliminação do chamado “foro privilegiado” não resolveria todos os problemas de que padece a Justiça brasileira, logo, em seu entendimento, não seria uma “panaceia”.

Ocorre que, quando o autor escreveu “panaceia para todos os males”,  incorreu no chamado “pleonasmo vicioso” ou “redundância”, pois o próprio termo “panaceia” já inclui o significado de “remédio para todos os males”.

domingo, 19 de novembro de 2017

CAIU ou CAÍRAM?

Professor, a imprensa deu a seguinte notícia: “Caiu os investimentos em moradias populares”. A concordância verbal está correta?

Não.

Perguntemos ao verbo “o que caiu”? A resposta, evidentemente, será “os investimentos”. Essa expressão é o sujeito simples da oração. Diz a regra geral da concordância verbal que o verbo concorda com seu sujeito simples em número e pessoa. Logo, o correto é “Caíram os investimentos em moradias populares”.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

"VÃO FALÁ" / VAMOS FALAR / FALAREMOS

Professor, os apresentadores do Jornal Bom Dia Brasil, da Rede Globo, repetem diariamente expressões como esta: “Agora vão falá da série A do Brasileirão...” e, em seguida, eles mesmos apresentam as notícias... Está errado, não está?

Claro que sim.

O problema está na perífrase verbal “vão falá”, supostamente na 1ª do plural, já que quem diz a frase é que falará. O correto seria “Vamos falar da série A do Brasileirão”. Se o apresentador se referisse a outras pessoas, poderia usar “Os jornalistas A e B vão falar da série A do Brasileirão”.

O problema, parece-me, está relacionado ao desconhecimento do que seja “registro formal” e “registro coloquial”, mas seria facilmente solucionado pelo uso do verbo no futuro do presente, tão fácil e corriqueiro entre pessoas razoavelmente letradas, como se imagina que sejam os jornalistas.

Agora falaremos da série A do Brasileirão.

Agora os jornalistas A e B falarão da série A do Brasileirão.