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quarta-feira, 3 de julho de 2013

DIVISÃO SILÁBICA

Como é feita a divisão silábica das palavras “Cisjordânia” e “cisalpino”?

Os prefixos terminados em [S] ou [R] — “cis”, “trans”, “inter”, “hiper”, “super”, “...” —, quando aplicados a palavras iniciadas por consoante, mantêm sua terminação na sílaba anterior: “CIS / PLA / TI / NO”; “CIS / JOR / DÂ / NIA”; “HI /PER / BÓ / LI / CO”; “IN / TER / GA / LÁC / TI / CO”.


Quando antecederam palavras iniciadas por vogal, o [R] ou [S] final passa a integrar a sílaba posterior: “CI / SAL / PI / NO”; “TRAN / SAN / DI / NO”; “HI / PE / RA / CI / DEZ”; “IN / TE / RA / GIR”.

TER = EXISTIR = HAVER?

O uso do verbo TER está correto em “Do outro lado do meio-fio, fica o terreno dos floricultores, que dizem que não vão sair até ter uma área específica para eles.”?

O uso do verbo TER com o sentido de “existir” não é recomendado. Expressões como “Tinham dois jogadores em posição de impedimento”, muito comum nas transmissões de futebol, geram um problema gramatical sério: quem pratica a ação de ter jogadores impedidos? Qual é o sujeito da oração? Quem “tinham”?

Nesses casos, é mais adequado usar-se o verbo “haver”:

a)  Do outro lado do meio-fio, fica o terreno dos floricultores, que dizem que não vão sair até haver uma área específica para eles.
b)  Do outro lado do meio-fio, fica o terreno dos floricultores, que dizem que não sairão enquanto não houver uma área específica para eles.

c)   Do outro lado do meio-fio, fica o terreno dos floricultores, que se recusam a sair enquanto não houver uma área específica para eles.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

USO DO SUBJUNTIVO

O uso do verbo no presente, em “Sem reduzir as despesas públicas é mais difícil conter a inflação e o BC tem que elevar ainda mais os juros. Há uma descrença no mercado de que o governo está disposto a subir a taxa o suficiente para trazer a inflação de volta para a meta (4,5%)” está correto?

A “descrença” apontada pelo texto não dá certeza absoluta de que haja realmente a disposição para elevar as taxas. Esse aspecto de “possibilidade”, de “incerteza” deve ser expresso com o uso do verbo no subjuntivo.

a)  Há uma descrença no mercado de que o governo esteja disposto...
b)  Suspeita-se de que as agências internacionais rebaixem o grau de confiabilidade na economia brasileira.
c)   O meu desejo é que sejam bem infelizes.
d)  Todos queremos que a seleção vença.



terça-feira, 25 de junho de 2013

DE ENCONTRA A / AO ENCONTRO DE

Quando devemos usar as expressões “ao encontro de” e “de encontro a”? Elas são equivalentes?

Embora sejam muito parecidas, essas expressões não são equivalentes.

1 - "Ao encontro de" significa "ser favorável a", "aproximar-se de". 
Por exemplo:
a)  A opinião dos eleitores ia ao encontro das nossas.
bOs torcedores foram ao encontro da delegação para dar-lhe as boas vindas.
c)   O que escrevi foi ao encontro das posições da maioria.

2 - "De encontro a" indica oposição, colisão:
a)  Sua maneira de agir sempre vai de encontro à ética e aos bons costumes.
b)  O caminhão foi de encontro ao muro da escola repleta de alunos.
c)   O que ele fez foi de encontro ao que fora estabelecido pelo colegiado.


sexta-feira, 21 de junho de 2013

HOMICÍDIO / HOMICÍDIOS

1,8 homicídio no mês corrente / 1,8 homicídios no mês corrente.

Nessa questão, é importante saber como ocorre a concordância com numerais fracionários. Precisamos saber se é 1,9 HABITANTES ou 1,9 HABITANTE, por exemplo.

A concordância com numerais fracionários é feita considerando o número inteiro da fração: em 1,9, o número inteiro é 1, logo, a concordância deve ser no singular. Se fosse 2,9, o número inteiro seria 2, e a concordância deveria ser feita considerando esse número 2 e ficaria: 2,9 HABITANTES.

Resumindo: se o número inteiro for zero (0) ou um (1), a concordância deve ser no singular; se o número inteiro for igual ou maior que dois (2), a concordância deve ser no plural.

1,8 homicídio no mês corrente.

http://blogdohonneur.blogspot.com

quarta-feira, 19 de junho de 2013

CORRELAÇÃO VERBAL

Como deve ser o uso do “futuro do subjuntivo” correlacionado a um fato de ocorrência segura no futuro?

Sabemos que o subjuntivo é um modo verbal usado para expressar ações dubitativas ou optativas, isto é, de ocorrência incerta no pretérito, presente ou futuro. A correlação de uma ação no futuro do subjuntivo com outra ação no futuro do presente (cabal, certa, definitiva) é feita com o uso do futuro do presente do indicativo ou do presente do indicativo que, nesse caso, terá valor de “futuro iminente”.

Esses termos da Gramática Normativa parecem tornar difícil algo que é, na verdade, muito fácil.

– Futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo:
a)  Quando a pizza chegar (futuro do subjuntivo), já não terei mais fome (futuro do presente simples do indicativo);
b)  Se o carteiro vier (futuro do subjuntivo), não me encontrará (futuro do presente simples);
c)   Quando você fizer o dever (futuro do subjuntivo), já terei dormido (futuro do presente composto do indicativo).

– Futuro do subjuntivo + presente do indicativo:
a)  Se alguém perguntar por mim (futuro do subjuntivo), diz que fui por aí... (presente do indicativo) Zé Keti);
b)  Se acaso me quiseres (futuro do subjuntivo), sou dessas mulheres... (presente do indicativo) (Chico Buarque);
c)   Quando me candidatar (futuro do subjuntivo), conto com seu voto (presente do indicativo).

quarta-feira, 12 de junho de 2013

DEFRONTE - DE FRONTE

Gostaria de saber se existe mesmo o termo DEFRONTE ou DE FRONTE.
  1. Ex. a árvore fica de fronte á casa em que moro....

Seria uma “abrasileirada” do inglês THE FRONT?

O correto é "defronte", com o significado de "em frente", "diante de", "face a face". Possivelmente, a expressão "de fronte" pode surgir quando se faz referência à "fronte" – região lateral da face, entre os olhos e os ouvidos – como em "pica-pau-de-fronte-amarela".

Desconheço se há “empréstimo” da expressão inglesa. Além do mais, os “empréstimos linguísticos” só se justificam quando não há expressão vernácula para o significado pretendido.