Pesquisar este blog

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

OBEDECER A / DESOBEDECER A


*“TODAS AS NORMAS ÉTICAS NÃO FORAM OBEDECIDAS PELO DEPUTADO”.

O verbo obedecer é um verbo transitivo indireto, estabelecendo regência com a presença obrigatória da preposição a:
OBEDECER A ALGUÉM OU OBEDECER A ALGUMA COISA.
Por essa razão, na língua culta, não se pode usar tal verbo na voz passiva, devendo o falante optar por um verbo de significação semelhante.
O DEPUTADO NÃO OBEDECEU A TODAS AS NORMAS ÉTICAS (VOZ ATIVA).
Caso quiséssemos passar a frase para a voz passiva, deveríamos transformar o OBJETO DIRETO EM SUJEITO, mas ele não existe, já que a expressão “A TODAS AS NORMAS ÉTICAS” é o objeto indireto.
*“todas as normas éticas não foram respeitadas (acatadas/atendidas/cumpridas/seguidas)
pelo deputado”.

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

650 MIL CONSULTAS

ATINGIMOS A CIFRA DE SEISCENTAS E CINQUENTA MIL CONSULTAS ATENDIDAS. PRETENDEMOS CONTINUAR A AJUDAR A TODOS QUE NOS PROCURAREM...


MUITO OBRIGADO A TODOS OS QUE CONFIAM EM NÓS!!!

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

CHEGAR EM CASA / CHEGAR A CASA


“Após um dia muito corrido no escritório esta semana, cheguei em casa e a única coisa que eu queria saber era da minha cama”. 

Os verbos “de movimento” — chegar/ir —, no registro culto, regem a preposição “A”.

Por isso em que não se deve dizer ”Vou no banheiro”; “fui no médico”; “cheguei em casa (a sua própria casa)”; “vou no Maracanã”.

Corrija-se para “Após um dia muito corrido no escritório esta semana, cheguei A casa e a única coisa que eu queria saber era da minha cama”. 

Se a palavra "casa" estiver determinada por algum complemento, a crase no " será de regra.


“Após um dia muito corrido no escritório esta semana, cheguei À casa de meus pais e a única coisa que eu queria saber era da minha cama”.




segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

MANTER / MANTIVER


Um jornalista acaba de dizer na TV: “Se o Santos manter o técnico, terá mais chances no próximo campeonato”.

Observe que a frase começa com um “se”, o que caracteriza seu significado como hipotético, provável, possível de acontecer, especulativo. “Se ISSO ocorrer, ENTÃO poderá OCORRER aquilo”.

Nesse caso, o verbo deverá estar, OBRIGATORIAMENTE, no modo subjuntivo, o modo adequado para indicar ação provável ou duvidosa. Assim, o correto é: “Se o Santos mantiver o técnico, terá mais chances no próximo campeonato”.

terça-feira, 5 de novembro de 2019

BACHARÉIS / EUROPEIA


Explique a diferença da acentuação gráfica entre as palavras BACHARÉIS e EUROPEIA.

O Acordo Ortográfico em vigor aboliu o acento gráfico dos ditongos de base aberta “-éi/-éis”, “-éu/-éus”, quando estiverem em palavras paroxítonas.

Observe que:

BACHARÉIS é palavra oxítona, com a sílaba tônica formada pelas letras “R – E – I – S”. O grupo vocálico “EI” é um ditongo decrescente e o “S” não pode formar sílaba sozinho (toda sílaba apoia-se em uma vogal);

EUROPEIA é palavra paroxítona, com a sílaba tônica formada pelas letras “P – E – I”. O grupo vocálico “EI” é um ditongo decrescente e a última sílaba é formada unicamente pela vogal “A”.

Em razão dessa norma, temos grupos de palavras com ou sem o acento gráfico, como em:

a) carretéis – papéis – anéis – ouropéis – tabaréu – escarcéu – babaréu – céus – chapéus…

b) Cananeia – panaceia – onomatopeia – assembleia – pacapeua – pindopeua...

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

O ALFACE / A ALFACE


Devo dizer “O alface está bem crocante” ou “A alface está bem crocante”?
A segunda opção é a correta. “Alface” é do gênero (gramatical) feminino.

terça-feira, 1 de outubro de 2019

CONCORDÂNCIA NOMINAL: GOLPE CLARA / GOLPE CLARO


“O novo golpe dos hackers e de seus comparsas fica ainda mais clara pelo estratagema que o acompanha”. (Revista Crusoé)

A Gramática Normativa exige que o adjetivo concorde em gênero (masculino / feminino) e em número (singular / plural) com o nome (substantivo – adjetivo – advérbio) a que se refere. Existem casos especiais que detalham determinadas nuances da concordância nominal, mas a síntese é essa: “nomes andam de mãos dadas com seus modificadores”.

No trecho, retirado da Revista Crusoé, o adjetivo “clara”, no gênero feminino e no número singular, está referindo-se ao substantivo “golpe”, no início da frase, em desacordo, portanto, com a prescrição gramatical.

Corrija-se para: “O novo golpe dos hackers e de seus comparsas fica ainda mais claro pelo estratagema que o acompanha”. (Revista Crusoé)

domingo, 15 de setembro de 2019

PREVILÉGIO ou PRIVILÉGIO?


“A Reforma da Previdência deve acabar com muitos PREVILÉGIOS descabidos”.

A palavra correta é “PRIVILÉGIOS”, bem assim como seus derivados privilegiado, desprivilegiado, privilegiar etc.

“A Reforma da Previdência deve acabar com muitos PRIVILÉGIOS descabidos”.

sábado, 7 de setembro de 2019

BEM-CONHECIDOS – BEM CONHECIDOS


Nossos jornais de circulação nacional tem se esmerado em criticar eventuais falhas linguísticas de alguns políticos mais ou menos em evidência.

Um dia desses encontrei a seguinte notícia em um grande jornal, de uma grande rede de comunicação: “Os nossos bem-conhecidos, mas muitas vezes incompreendidos ancestrais, viveram na Europa e Ásia já há 200.000 anos”.

O hífen está equivocadamente colocado e bastava uma breve consulta ao dicionário, ou a uma gramática recente, ou ao meu blog, para evitar a “barrigada ortográfica”, imperdoável em quem lida com a língua portuguesa profissionalmente.

É aquela velha e conhecida história: o macaco senta-se sobre o próprio rabo para falar mal do rabo do vizinho.

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

PARALISIA / PARALISAR - VISSE / REVISSE


Em tempos de guerra pela escrita correta das palavras, os jornais brasileiros produziram grande estardalhaço com o texto do Ministro da Educação, no qual se encontra a palavra “PARALISAR” escrita com a letra [Z]. Parece que o Ministro, ou sua secretaria, se esqueceu de que a palavra derivada SEGUE A GRAFIA DA PALAVRA QUE LHE DEU ORIGEM.

Paralisar vem de paralisia, com [S]“ e deve ser grafado com essa letra representando o fonema /Z/.

No entanto, a Folha de São Paulo, hoje, comete equívoco parecido, no texto “Em março deste ano, uma sindicância conduzida pelo Tribunal das Contas da União suspendeu o repasse de recursos públicos para o audiovisual, exigindo que a Ancine revesse a forma como fiscaliza as contas dos projetos que aprova”.

O verbo “rever” deveria ter seguido a conjugação de seu verbo primitivo “VER”. “...exigindo que a Ancine revisse a forma como fiscaliza as contas dos projetos que aprova”.

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

POR QUE / PORQUE


Quando devo escrever “por que”, “porque”?

Usa-se o “por que”:

1. No início ou no interior das interrogações diretas e indiretas.

  • Por que você faltou?(interrogação direta)
  • Quero saber por que você faltou. (interrogação indireta)


2. Quando tiver o significado de “o motivo pelo qual” ou “a razão pela qual”.

  • Não consigo entender por que (o motivo pelo qual) (a razão pela qual) ela me abandonou.

Usa-se “porque”:

1. Quando significar uma resposta ou explicação.

  • Faltei porque não tinha dinheiro para a condução.
  • Porque foi reprovado, mudou de escola.


segunda-feira, 15 de julho de 2019

SEMI-INTENSIVO


Minha escola está oferecendo um curso Semi Intensivo de Língua Portuguesa .
Isso está certo?

Meu conselho é que você FUJA dele, por duas razões principais.

Primeiro, porque cursos com esse tipo de enfoque raramente beneficiam o aluno.

Segundo, porque, se erram até a grafia do nome do curso, imagino bem o cuidado que terão com as aulas e com o conteúdo.

O Acordo Ortográfico determina o uso do hífen nos casos em que o prefixo termina com vogal idêntica à vogal que inicia a palavra seguinte.

Exemplos:
Semi-industrial / semi-intensivo / contra-ataque / anti-ibérico / anti-imperialista / anti-inflacionário / anti-inflamatório / auto-observação / contra-almirante.




600 MIL CONSULTAS

ATINGIMOS A CIFRA DE SEISCENTAS MIL CONSULTAS ATENDIDAS. PRETENDEMOS CONTINUAR A AJUDAR A TODOS QUE NOS PROCURAREM...

MUITO OBRIGADO A TODOS OS QUE CONFIAM EM NÓS!!!

sexta-feira, 12 de julho de 2019

HOUVE / HOUVERAM

Notícia publicada hoje, por NewsLetter ligada ao setor financeiro:

“O placar também chamou a atenção: quase 3/4 dos deputados votaram a favor da proposta. Até nos partidos de oposição houveram deputados que desobedeceram às orientações da bancada e votaram pela aprovação do projeto”.

O emprego do verbo “haver” está correto?

Não.

O uso do verbo “haver” no plural está, evidentemente, equivocado. Esse verbo integra o rol dos chamados verbos impessoais, que se flexionam apenas na 3ª pessoa do singular, sempre que ocorrer com o mesmo significado de “existir”.
O correto, portanto, é “... houve deputados...”.

terça-feira, 9 de julho de 2019

PERDEMOS / PERCAMOS / PERDERMOS


O jornal O Estado de São Paulo publicou reportagem hoje, de onde pinçamos o seguinte trecho: “A migração para novo sistema será amigável PARA QUE NÃO PERDEMOS o que já foi feito até agora”.

Está gramaticalmente correto?

Não.

A expressão destacada está absolutamente  em dissonância com  sentido do texto. O correto seria usar o verbo no presente do subjuntivo: “Para que não percamos”; ou no infinitivo pessoal, trocando-se o “para que” por “para”: “para não perdermos”.

DO GOVERNO ENTREGAR / DE O GOVERNO ENTREGAR


O jornal O Estado de São Paulo publicou, em 09/07/2019, uma entrevista, com seguinte trecho: “Hoje há um ceticismo grande sobre a capacidade DO GOVERNO entregar uma agenda que é construtiva e muito positiva”.

Está correto?

Não. O sujeito de um infinitivo não pode estar regido de preposição.

O correto, no registro formal culto da Língua Portuguesa em uso no Brasil, é  “Hoje há um ceticismo grande sobre a capacidade DE O GOVERNO entregar uma agenda que é construtiva e muito positiva”.

segunda-feira, 8 de julho de 2019

CONTRA-ATAQUE / CONTRA-ATACAR


O jornal O Globo publicou nota, em 08JUL19, com o seguinte trecho:

“Em entrevista durante a feira Expert 2019, organizada pela XP na semana passada, o empresário considera que os bancos não serão velozes o suficiente para contra-atacar porque carregam uma estrutura de custos fixos - embora ele admita que já há empresas tradicionais tentando reagir à sua ofensiva”. 

Comente o uso do HÍFEN.

O uso do hífen está correto.

Prefixos terminados em vogal só admitem o hífen se a palavra seguinte iniciar-se pela mesma vogal ou pela letra [H].

anti-herói; macro-história; mini-hotel; proto-história; sobre-humano; ultra-humano; anti-ibérico; anti-imperialista; anti-inflacionário; anti-inflamatório; auto-observação; contra-almirante; contra-ataque; micro-ondas; semi-internato.

sexta-feira, 5 de julho de 2019

SEMI-JOIAS / SEMI JOIAS / SEMIJOIAS?


O Acordo Ortográfico aboliu o uso do hífen nos casos em que o prefixo termina com vogal diferente da vogal que inicia a palavra seguinte.
Exemplos: aeroespacial, agroindustrial, anteontem, antiaéreo, antieducativo, autoaprendizagem, autoescola, autoestrada, autoinstrução.

Atenção para os detalhes:


  • Quando o primeiro elemento termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente. Ex: extra-escolar será escrito como “extraescolar”.
  • Quando o segundo elemento começar com R ou S, a primeira letra do segundo elemento deverá ser duplicada. Ex: anti-semita e contra-regra serão escritos como “antissemita” e “contrarregra”.
  • Outra regra para o hífen é a de incluí-lo onde antes não existia, nos casos em que o primeiro elemento finalizar com a mesma vogal que começa o segundo elemento. Ex: microondas e antiinflamatório serão escritos como “micro-ondas” e “anti-inflamatório”.
  • Se o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante, não existe hífen.


A palavra semijoia encaixa-se nesta regra.


domingo, 23 de junho de 2019

MICRO-HABITAT / MICROCEFALIA



São duas situações distintas. No primeiro caso, o prefixo “micro” junta-se a uma palavra que se inicia letra [h]; no segundo, o mesmo prefixo está aplicado a uma palavra que se inicia pela consoante [c].
Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen, se o segundo elemento começar pela mesma vogal ou pela letra [H].

Assim, escrevemos “autodidata”, “auto-observação”, “antirrábico”, “antiético”, “micro-ondas”, “autoclave”, “autopiedade”, “anti-higiênico”, “antígeno”, “auto-hipnose”, “auto-homenagem”, “anteontem”, “antiabortivo”, “monocromático”, “micronutriente”.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

CUJO - CUJA - CUJOS - CUJAS

“Eu apenas estou trazendo uma narrativa, que é discutida no livro “Clash of Empires”, escrito por Louis Vincent Gave e Charles Gave, cujo eu traduzi”. 

O pronome “cujo” é usado para estabelecer uma relação de posse entre dois termos. Isto é, ele relaciona dois elementos nominais de forma a que fique claro que o segundo pertence ao primeiro.

  • A menina cujos olhos encantaram o trovador... = os olhos pertencem à menina;
  • O aluno a cujas notas me refiro foi reprovado por excesso de faltas... = a notas pertencem ao aluno;
  • A cidade cujo transporte público está inoperante é a capital do país... = o transporte público pertence à cidade.
O correto é: “Eu apenas estou trazendo uma narrativa, que é discutida no livro “Clash of Empires”, escrito por Louis Vincent Gave e Charles Gave, que eu traduzi”. O uso de “cujo” não é possível porque não há a relação de posse entre um antecedente e consequente.

Seria ainda conveniente alterar-se a ordem dos termos do texto para obter-se mais clareza quanto ao significado: “Eu apenas estou trazendo uma narrativa, que é discutida no livro, que eu traduzi, “Clash of Empires”, escrito por Louis Vincent Gave e Charles Gave”.

segunda-feira, 10 de junho de 2019

HOUVERA SIDO JULGADO? TIVERA SIDO JULGADO?

Os pedidos de entrevista foram feitos no final de setembro do ano passado, a menos de um mês das eleições presidenciais. À época, o petista já tivera sido julgado inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Existem verbos, os chamados verbos abundantes, que têm dois particípios: um regular e outro irregular. Por exemplo, o verbo entregar tem como particípio regular entregado, e como particípio irregular, entregue.

No registro formal culto da Língua Portuguesa em uso no Brasil, a regra recomenda que as formas regulares são usadas, preferencialmente, na formação da voz ativa, acompanhadas dos verbos auxiliares ter e haver.
  • Miroslava tem vendido muitos planos mirabolantes a investidores incautos.
  • Não se deram conta de que os eleitores haviam aprendido a escolher seus candidatos.
Da mesma maneira, as formas irregulares são usadas na formação da voz passiva, acompanhadas dos verbos auxiliares ser e estar.
  • Suspeitava-se de que o réu fora julgado de forma irregular.
  • Embora esteja eleito, não tomará posse.
Assim, a frase “À época, o petista já tivera sido julgado inelegível pelo TSE” está dentro da norma gramatical culta.




domingo, 26 de maio de 2019

UMA DAS QUE FARIAM / UMA DAS QUE FARIA


A decisão foi antecipada pela jornalista Mônica Bergamo, uma das que fariam a entrevista na sede da PF (Polícia Federal) na capital paranaense. Em sua coluna na Folha, ela chamou a proibição de “censura”.

O sujeito “um dos que” – “uma das que” permite dois tipos de concordância.

1ª – se o falante quer priorizar um indivíduo (jornalista Mônica Bergamo) o verbo concordará com ele. “A decisão foi antecipada pela jornalista Mônica Bergamo, uma das que faria a entrevista na sede da PF (Polícia Federal) na capital paranaense.

2ª se o falante opta por priorizar o conjunto de indivíduos (jornalistas), o verbo irá para o plural. “A decisão foi antecipada pela jornalista Mônica Bergamo, uma das (jornalistas) que fariam a entrevista na sede da PF (Polícia Federal) na capital paranaense”.