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quinta-feira, 15 de setembro de 2022

HAVIA ou HAVIAM

De acordo com a artista, já não haviam mais trabalhos para ela na empresa e isso a incomodava: “Ganhava um salário muito alto para não fazer nada naquele momento. Eu comuniquei à direção que queria sair, que estava vendo outras coisas". 

O verbo "haver" quando tem o mesmo significado "existir" fica impessoal, isto é, fica sempre na 3ª pessoa do singular. "já não havia mais trabalhos para ela na empresa".

No mesmo texto, entretanto, há uma outra construção que merece reparos. Em "Ganhava um salário muito alto para não fazer nada naquele momento", ocorre a aproximação de duas negativas na mesma frase, o que resulta em incoerência. "NÃO FAZER NADA" significa o quê? Evidentemente a análise lógica mostra que é exatamente "fazer alguma coisa". 

Portanto, é preferível dizer-se: Ganhava um salário muito alto para fazer nada naquele momento. Eu comuniquei à direção que queria sair, que estava vendo outras coisas". 

quinta-feira, 28 de julho de 2022

EXISTE ACENTO GRÁFICO EM “PARAIBA”?

 Sim.   PARAÍBA

  O acento gráfico nos hiatos caiu somente quando o [I] ou o [U] estiverem depois de DITONGOS, nas palavras PAROXÍTONAS.

  Sem acento: BAIUCA – BOCAIUVA – CAUILA

  Com acento: CAÍDA – SAÚDE – FAÍSCA – BAÚS

domingo, 1 de maio de 2022

É / SEJA MAIS RÁPIDO

 Consulta enviada por Mateus:

“Não é porque Zoroastro é mais rápido e melhor em lavar carros que ele deveria ser alocado para fazer isso. Afinal, quando ele lava carros, ele deixa de jogar futebol, o que lhe renderia muito mais”.

Professor, vi a notícia acima em blog de esportes e achei que a frase destacada não está correta (omiti o nome do jogador citado originalmente).

Fizeste-o bem, Mateus. Não vale a pena propagar opiniões alheias duvidosas e/ou raivosas.

O modo verbal adequado ao significado pretendido (DÚVIDA OU POSSIBILIDADE) pelo autor é o Presente do Subjuntivo.

“Não é porque Zoroastro SEJA mais rápido e melhor em lavar carros que ele deveria ser alocado para fazer isso.”

domingo, 24 de abril de 2022

COERÊNCIA TEXTUAL

  • Consulta enviada pela Ivonete.
  • Professor, desculpe a insistência, mas continuo com o mesmo texto: 
  • O desembargador entrevistado afirma que "O decreto de graça faz desaparecer o crime, mas não os efeitos civis da condenação". Como assim? Se não há crime, como poderiam persistir seus efeitos civis?
  • Realmente há uma inconsistência lógica na afirmação, que resulta na chamada "falta de coerência narrativa". O texto apresenta-se correto nos aspectos linguísticos, mas falha na conexão entre as ideias que contém...

“ELEGIBILIDADE” ou “ELEGEBILIDADE”?

 

Consulta enviada pela Ivonete:

“Além disso, aponta o desembargador, com a Lei da Ficha Limpa, a decisão coletiva que impõe "a perda da capacidade de elegebilidade não o permite se candidatar". "O decreto de graça faz desaparecer o crime, mas não os efeitos civis da condenação. Ele perde a primariedade. E o Supremo pode não acatar e recusar o decreto, ao analisar a sua constitucionalidade."

Professor, duas perguntas:

1)    O termo correto é “ELEGIBILIDADE  ou “ELEGEBILIDADE”?

2)    Está correto o uso do pronome átono “O” como complemento do verbo “permitir”?

Ivonete, o correto é elegibilidade. Condição de ser “elegível”. Está incorreto o uso do pronome átono “o” como objeto direto do verbo “permitir”. Observe que “quem permite, permite algo a alguém”. O verbo “permitir”, nessas construções, pede objeto direto para coisa. Ora, o pronome oblíquo átono “O”, como complemento verbal, só pode exercer a função de objeto direto.

O pronome oblíquo átono correto, para a função de objeto indireto, nesse caso, é o pronome “lhe”, e a frase ficaria assim: “a perda da capacidade de elegibilidade não lhe permite candidatar-se".

 

quarta-feira, 20 de abril de 2022

QUE PODEM ou QUE POSSAM?

"Pré-candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, criticou as negociações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para formar as alianças de sua chapa que vai concorrer às eleições. No entendimento do pedetista, o ex-presidente tenta acabar com outros partidos que podem fazer sombra a ele." 

Professor, uma publicação do UOL começa com esse trecho. Pelo que percebi, a ideia é a de que Lula, eventualmente, destruirá os partidos que o ameaçarem. Dito isso, está correto o uso de "... que podem fazer sombra a ele"?

Não. 

A dúvida, a eventualidade ou a possibilidade de uma ação verbal devem ser expressas com o verbo no modo Subjuntivo: "o ex-presidente tenta acabar com outros partidos que POSSAM fazer sombra a ele."

IMPLICAR A ou IMPLICAR EM?

 No voto de um ministro do STF, transmitido pela TV, ouvimos a expressão "... não IMPLICA, necessariamente, NA necessidade de ...". Isto está certo, professor?

O verbo IMPLICAR, com o sentido de resultar, causar, produzir é transitivo direto e não aceita o uso de qualquer preposição antes de seu complemento. 

O autor do texto deve rever a aula de "Regência Verbal" e corrigir o texto para "... não IMPLICA, necessariamente, A necessidade de ...".