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sexta-feira, 29 de setembro de 2017

REGÊNCIA VERBAL PERMITIR

Professor, achei estranha a frase veiculada em um jornal de circulação nacional: “Uber perde licença que a permite operar em Londres”. O que o senhor acha?

Pode apostar que não acho graça alguma.

Todo professor de Língua Portuguesa sabe da dificuldade que o assunto “regência” representa nas aulas de Gramática. A regência verbal trata da forma como os verbos se relacionam com seus complementos (objetos direto e indireto) e aí mora grande parte do problema, mas vamos ao caso específico da pergunta.

O verbo “permitir” é um verbo que deve (pode) ser construído com dois complementos. Um objeto direto (aquilo que é permitido - coisa) e um objeto indireto (aquele que recebe a permissão – pessoa). Quem permite, permite alguma coisa a alguém.

Os pronomes oblíquos átonos “o – a – os – as” podem ser exclusivamente objetos diretos de verbos, quer dizer, são os recipiendários (palavrão desgraçado) da ação verbal. Já o pronome oblíquo átono "lhe" serve exclusivamente como objeto indireto.

Logo, na frase de que tratamos, o pronome antes do verbo representa “Úber”, a pessoa jurídica que recebe a permissão (objeto indireto) e deve ser trocado por “lhe”. O objeto direto é a expressão ”operar em Londres”...

Depois dizem que Português é difícil...

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

VERBO INTERMEDIAR

O furacão de categoria 4 em uma escala que vai até 5 acabou afetando a infraestrutura presente no local. Um exemplo é a TI Sparkle, uma das empresas que intermedia o tráfego de rede entre o resto do mundo, que comunicou que as estações na região de Porto Rico tiveram sua atividade reduzida, segundo informações obtidas pela a Folha de S. Paulo.

A grafia do verbo negritado está correta?

Não. O verbo “intermediar” não se conjuga assim.

Os verbos terminados em -iar têm conjugação regular, ou seja, seguem a conjugação de qualquer verbo terminado em -ar, como, por exemplo, o "andar". Então, se dizemos "eu ando, tu andas, ele anda", também diremos "eu negocio, tu negocias, ele negocia".

Há alguns verbos terminados em -iar, porém, que não seguem essa conjugação. É o caso de "mediar", "ansiar", "remediar", incendiar", "odiar" e todos os seus derivados. Esses verbos terão o acréscimo da letra "e" antes da terminação -iar, nas pessoas "eu, tu, ele e eles" do presente do indicativo(todos os dias ...) e do presente do subjuntivo (espero que ...). A conjugação desses dois tempos ficará desta forma: Todos os dias eu medeio, tu medeias, ele medeia, nós mediamos, vós mediais, eles medeiam. Que eu medeie, tu medeies, ele medeie, nós mediemos, vós medieis, eles medeiem.

Todos os outros tempos seguem a conjugação regular, ou seja, terão conjugação igual à de qualquer verbo terminado em -ar.

O verbo "intermediar" é derivado de "mediar" e sua conjugação é idêntica. 
A palavra destacada, então, deve ser assim grafada:          INTERMEDEIA