“Filho de brasileira, que se uniu ao
Estado Islâmico, pode levar até cinco anos de cadeia”.
Quem se uniu ao Estado Islâmico? O filho
ou a mãe?
Da forma como está escrita a frase, o
pronome relativo “que” refere-se à totalidade do termo imediatamente anterior.
A oração “, que se uniu ao Estado Islâmico,” é uma adjetiva explicativa
que remete para esse termo (Filho de brasileira). Se eliminarmos a oração entre
vírgulas, o sentido do fato principal – a possibilidade da pena – é preservado.
O contexto histórico informa o leitor
sobre a realidade dos fatos. Quem praticou o ato de “unir-se” foi o rapaz e não
a mãe. Isso está nos jornais e nos noticiários do rádio e da televisão.
Para mudar o fato e a gramática, basta
que se eliminem as duas vírgulas. “Filho de brasileira que se uniu ao Estado
Islâmico pode levar até cinco anos de cadeia”. Pronto! A oração transformou-se
em adjetiva restritiva e passa a referir-se exclusivamente ao termo
“brasileira”.
Surge então outra dúvida: quem levará a
pena? O filho ou a mãe?
Se o filho for punido, o será por ser
filho de uma mulher que se uniu ao Estado Islâmico... É uma profunda
incoerência!
Para que os leitores não tenham a menor
dúvida sobre o significado do texto, seria melhor reformular para:
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