Um dia desses ouvi um entrevistado em um
programa televisivo, tratado de “doutor” pelo entrevistador, dizer:
“Trabalhamos muito na pastoral, naonde
obtemos grandes retornos emocionais”. Fiquei preocupado, porque teríamos um
advérbio aglutinado a duas preposições: ((“em” + “a” + “onde”) = naonde) e o
verbo estaria regendo duplamente as preposições usadas, o que, evidentemente,
vai de encontro à Gramática Normativa.
Procurei nos dicionários Aurélio, Houaiss, Michaelis,
Priberan, Aulete, no VOLP e não encontrei o advérbio “naonde”. Vai ver que o
“doutor”, aplicando livremente sua “doutorice”, criou um advérbio novo e
aproveitou para inovar, também, na regência verbal e no emprego de sua “obra”.
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