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domingo, 30 de novembro de 2014

O VERBO PARTICIPAR

A frase “Foi a prova mais difícil que já participei” está correta?

O verbo “participar”, no sentido de tomar ou fazer parte de algo, é transitivo indireto, exigindo complemento regido da preposição “de”. Participar de um evento; de uma ação; de uma decisão...

O uso correto, por conseguinte, é “Foi a prova mais difícil DE que já participei”.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

SIGNIFICADO DO VERB O "IMPINGIR"

O uso do verbo “impingir” na frase “A empresa foi impingida a pagar propina ao esquema criminoso” está certa?

O dicionário Houaiss registra para o verbo impingir, dentre outros, os seguintes significados:
2 ( bit. ) [prep.: a] forçar a engolir; empurrar
    ‹ impingiu-lhe uma colherada de purgante ›
3 ( bit. ) [prep.: a] obrigar a aceitar (algo que não deseja); empurrar, impor
    ‹ impingiu uma rifa aos amigos ›

Deduz-se, portanto, que o uso em “A empresa foi impingida (obrigada – forçada) a pagar propina ao esquema criminoso” está absolutamente correto.

Tratamos aqui, evidentemente, apenas do aspecto linguístico envolvido no texto.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

REGÊNCIA DO VERBO GOSTAR

A moça "que ele gosta".

“Reza a boa educação que quando se convida alguém para uma festa na sua casa é preciso levar em conta a música que o convidado gosta, os quitutes que serão servidos e a forma de recebê-lo na porta”

A oração destacada apresenta um equívoco na regência do verbo “gostar”.
Já cantava Amália Rodrigues: “Não queiras gostar DE mim... DE quem eu gosto, nem às paredes confesso...”. Gostar de alguém... Gostar de alguma coisa.

Como se gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

ABREVIATURAS DAS HORAS

A festa começa “às 12:30 hrs.”, pontualmente.” ou “às 12:30 H”? Qual das duas grafias está correta?

Nenhuma delas.

As abreviaturas referentes a horas não têm plural nem pontuação. A grafia correta da frase é “a festa começa às 12h30m, pontualmente”. Caso haja “segundos” escreve-se “12h30m17s”.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

À MEDIDA QUE / NA MEDIDA EM QUE

Diz-se "à medida que" ou "na medida em que"?
São duas locuções conjuntivas parecidas, mas de significados diferentes
Apenas para lembrar: "locução conjuntiva" é todo grupo de palavras com função relacional entre duas ou mais orações ou dois ou mais termos de uma oração.
·        À proporção que chovia / a terra ficava encharcada...
·        "À medida que" significa o mesmo que "à proporção que".
·        À medida que se esforçava, sua importância na empresa aumentava.
Trata-se de uma locução conjuntiva com valor de proporção, introduzindo orações subordinadas adverbiais proporcionais.
A locução "na medida em que", não tem tradição nos clássicos da língua, contudo vem sendo usada com valor causal.
O governo não conseguiu resolver o problema na medida em que não enfrentou suas verdadeiras causas.
Ou seja,
O governo não conseguiu resolver o problema porque não enfrentou suas verdadeiras causas.
Alguns condenam o uso de "na medida em que", argumentando que não há registro histórico dessa forma na língua. Mas o fato é que essa construção já se tornou rotineira e, como a língua não é uma entidade estanque e imutável, deve ser considerada.

O que não é aceitável em hipótese alguma é escrever "à medida em que".

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

A EXPRESSÃO “EMPRESA FANTASMA” DEVE SER ESCRITA COM OU SEM O HÍFEN? COMO SE PLURALIZA?

São duas as questões, uma sobre ortografia e outra sobre flexão dos compostos.

Quanto à grafia, trata-se de palavra composta de dois nomes gramaticais, os quais mantêm sua independência fonética, mas formam uma terceira unidade significativa. Nesses casos a grafia é com o hífen.

A pluralização é feita com a flexão do primeiro elemento, pois o segundo tem função especificadora, como em navio-escola / navios-escola; fazenda-modelo / fazendas-modelo; caneta-tinteiro / canetas-tinteiro; palavra-chave / palavras-chave; bomba-relógio / bombas-relógio; notícia-bomba / notícias-bomba; homem-rã / homens-rã; peixe-espada / peixes-espada.

Empresa-fantasma / empresas-fantasmas.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

CONCORDÂNCIA VERBAL NA VOZ PASSIVA

Em “Em toda campanha eleitoral há denúncias que não se comprovam. E assim que acaba a eleição ninguém se responsabiliza por ela. Não se pode cometer injustiças.”, a concordância verbal está correta?

Temos o caso de uma oração passiva sintética. O pronome “se” é um pronome apassivador. Esse fato é facilmente comprovável pela conversão da passiva sintética em passiva analítica: “Injustiças não podem ser cometidas”, perfeitamente gramatical, como acontece na primeira oração do período: “há denúncias que não se comprovam”.

A gramática normativa diz que, em casos assim, o verbo deve concordar com o sujeito passivo. Quem é o sujeito? O que não se pode cometer? “Injustiças”.

A frase da consulta está portanto, defeituosa no que se refere à concordância verbal. Deve ser reescrita como “Não se podem cometer injustiças”.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

MAIS GRAVIDADE OU MAIOR GRAVIDADE?

Depende do contexto. Se os advérbios “mais” e “maior” estiverem estabelecendo o chamado “grau comparativo”, deve-se levar em conta o seguinte:

a) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações feitas entre duas qualidades de um mesmo elemento, usam-se as formas analíticas mais bom, mais mau, mais grande e mais pequeno.

Pedro é maior que (do que) Paulo - Comparação da mesma qualidade atribuída a elementos distintos.

Pedro é mais grande que pequeno - comparação de duas qualidades atribuídas a um mesmo elemento.

Caso tais advérbios tenham apenas o papel de intensificador, leva-se em conta o seguinte:

1.   "Mais gravidade" para um fato isolado.
·        Acidentes envolvendo crianças apresentam mais gravidade em seus resultados;

2.   "Maior gravidade" quando houver uma comparação entre dois ou mais fatos.
·        Acidentes envolvendo crianças apresentam maior gravidade que aqueles em que as vítimas são adultas.