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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

ACENTO DIFERENCIAL NO VERBO “PODER”

Como ficou a grafia do verbo “poder” no novo acordo ortográfico?

Permanece o acento diferencial em pôde/podePôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3ª pessoa do singular. Pode é a forma do presente do indicativo, na 3ª pessoa do singular.

Ele pode entrar agora. Ontem ele não pôde.

GRAFIA DAS ONOMATOPÉIAS.

Como se escreve “bangue-bangue”? Usa-se o hífen? 

A palavra é uma onomatopeia por reduplicação. Esse nome pomposo nada mais é que a imitação de sons naturais repetitivos. O acordo ortográfico não traz referências sobre a forma de escrever tais vocábulos e a norma é puramente consuetudinária, quer dizer, há um acordo tácito entre os usuários da língua para se definir “como se escreve”.

A maioria dessas reduplicações, segundo se pode observar nos dicionários (Aurélio – Houaiss – Aulete – Priberan) e em autores respeitáveis, são escritas com o hífen, como em tique-taque; pingue-pongue; toc-toc-toc; fru-fru...


quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

ASPECTOS VERBAIS

Na frase “Só que há um ano e três meses, ninguém mais pode visitar o Museu Nacional do Automóvel”, o verbo “pode” deve ser no presente ou no passado? 

O presente do indicativo é usado para o momento em que se fala, mas ele pode ser empregado no lugar do pretérito perfeito, em recurso linguístico chamado presente histórico.

Quando lemos, nos livros de História, narrativas como “Em 24 de agosto de 1954, Getúlio Vargas não suporta as pressões da oposição e mata-se com um tiro no peito, em seus aposentos do Palácio do Catete, no Rio de Janeiro”, temos um frase em que os verbos, embora no presente do indicativo, têm valor de pretérito perfeito, pois relatam ações completamente acabadas no tempo.

O mesmo pode acontecer com o verbo no futuro do presente, usado com o valor de presente.

Nos dez mandamentos, na Bíblia, encontramos “Não matarás”; “Não desejarás a mulher do próximo”; “Não furtarás”. Nesses mandamentos os verbos estão no futuro do presente, mas não significa que tais ações somente serão proibidas no futuro. A ordem é de execução imediata: não matar, não cometer adultério, não furtar desde agora, no momento presente.

Este recurso deve ser usado com cautela e discernimento, levando-se em conta, principalmente, a capacidade de decodificação do destinatário da mensagem.

Na frase da consulta, o uso do presente indica que o impedimento das visitas deu-se no passado, mas continua no momento atual. "Ninguém pôde visitar até ontem e hoje também não se pode visitar". Se for essa a intenção, o presente pode ser usado, englobando o passado. Agora, se no momento atual já é possível a visitação, use o passado.

INCIDENTE – ACIDENTE

São parônimos (parecidos na grafia e na pronúncia) e de significação bem próxima, sem chegar, contudo, à sinonímia.

INCIDENTE – sm.
1.   Evento ou acontecimento imprevisto e desprovido de maior importância (incidente de percurso).
2.   Fato inconveniente ou desagradável (incidente diplomático).
3.   Jurídico. Questão secundária que aparece no desenrolar da demanda principal e que fica a ela vinculada.

ACIDENTE — SM.
1.   Acontecimento imprevisto, inesperado: Plutão foi descoberto por um feliz acidente: um erro de cálculo astronômico.
2.   Acontecimento infeliz, desastroso, que pode causar danos, ferimentos, e até a morte (acidente aéreo); Desastre.
3.   Fato ou circunstância secundária; detalhe: O resultado geral foi satisfatório; há problemas, mas são simples acidentes.

O senso comum recomenda que, se houver prejuízos ou vítimas, deve-se usar ACIDENTE.

1.   A queda da laje da construção foi um acidente de pequenas proporções, provocando, apenas, prejuízos materiais.

domingo, 15 de dezembro de 2013

O PERMITIU / LHE PERMITIU

Na frase “Uma estrutura genética que o permitiu sobreviver à mudança”, o uso do pronome átono antes do verbo “permitir” está correto?

A posição proclítica está perfeita, pois o “que” é um pronome relativo (estrutura genética a qual ...) que obriga a anteposição do pronome oblíquo em relação ao verbo.

O que está equivocado é a escolha do pronome. Dos pronomes oblíquos (me; te; se; lhe(s); nos; vos; o(s); a(s)), os únicos que exercem, exclusivamente, a função de objeto direto são exatamente o(s) e a(s).

Ocorre que a regência do verbo “permitir” exige objeto direto para “coisa” e objeto indireto para “pessoa”: permitir algo a alguém. Dessa forma, preserve-se a colocação pronominal, mas mude-se o pronome de “o” para “lhe”.

“Uma estrutura genética que lhe permitiu sobreviver à mudança”.

MÁ-FORMAÇÃO / MALFORMAÇÃO

Qual é a forma correta: MÁ-FORMAÇÃO / MALFORMAÇÃO / MÁ FORMAÇÃO?

Existe uma polêmica a respeito desse uso por parte de entidades como o CFM, OAB, CNBB etc.
Gramaticalmente, trata-se de formação de palavras por composição, em que os elementos envolvidos mantém sua autonomia fonética, mas o conjunto cria nova entidade semântica. O correto, gramaticalmente, é MÁ-FORMAÇÃO.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

ANTI-HISTAMÍNICO / ANTIHISTAMÍNICO

Sempre que o prefixo for aplicado a uma palavra que se inicia pela letra [H], a grafia é com o hífen.


Anti-histamínico; infra-hepático; super-herói; pré-histórico; pan-helênico.

domingo, 8 de dezembro de 2013

CHEGAR / CHEGO / CHEGADO

Está certa a frase “Tinha ‘chego’ atrasado”?

O verbo “chegar” é regular e da primeira conjugação. Conjuga-se como o verbo “cantar” e não tem duplo particípio, logo a forma “chego”, como particípio passado, não existe.
Presente do indicativo: eu chego / tu chegas / ele chega / nós chegamos / vós chegais / eles chegam. Particípio passado: chegado.

Corrija-se para: “Tinha chegado atrasado”.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

CONCORDÂNCIA NOMINAL: VELHOS / VELHAS

Li a frase “A biblioteca tem livros e revistas velhos” e fiquei em dúvida quanto ao uso do termo “velhos”. Não seria “velhas”?

Temos aqui um caso clássico de concordância nominal optativa. Um mesmo adjetivo – velhos – posposto a dois substantivos de mesmo número e gêneros diferentes – livros e revistas.

A Gramática Normativa determina que, nesses casos, o adjetivo pode concordar no masculino plural (concordância gramatical) ou com o núcleo mais próximo (concordância aproximativa).

Estão corretas, portanto, “A biblioteca tem livros e revistas velhos” e “A biblioteca tem livros e revistas velhas”.