Não, a concordância verbal está incorreta na frase “A gente vamos ganhar picanha e cervejinha”. A expressão “a gente” é uma forma coloquial que se refere a “nós”, mas o verbo que a acompanha deve concordar com a terceira pessoa do singular. Portanto, a forma correta seria “A gente vai ganhar picanha e cervejinha”
Comentários sobre o uso prático da língua portuguesa. Resposta a consultas formuladas por frequentadores do Blog.
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domingo, 28 de julho de 2024
segunda-feira, 11 de dezembro de 2023
Concordância verbal - sujeito oracional
Professor,
há algum erro de concordância verbal na frase: “É possível acontecer pequenas
variações nas cotações.”?
Diz
a regra gramatical da linguagem formal que o verbo concorda com o sujeito
em número e pessoa, isto é, sujeito singular leva o verbo para o singular;
sujeito plural leva o verbo para o plural. O mesmo ocorre quanto à pessoa:
sujeito de 1ª, 2ª ou 3ª pessoas exige verbo na pessoa correspondente. O sujeito
oracional, aquele constituído por uma ou mais oração(ões), segue o mesmo
preceito.
Na
frase da consulta, temos dois verbos: “ser” e “acontecer”.
O
verbo principal, “ser”, em “é possível”, está seguido de uma oração
subordinada substantiva subjetiva, que lhe serve de sujeito. Se
perguntarmos “O que é possível”? A resposta, fatalmente, será essa oração: “acontecer
pequenas variações nas cotações.”
E
é aí que está o problema!
Acontecer:
verbo regular, da 2ª conjugação, intransitivo, significando: ocorrer, realizar-se,
sobrevir, suceder.
Se
o verbo é intransitivo, significa que ele não exige complementos (objetos
direto ou indireto) bastando-se, por si só, a concretizar a declaração
pretendida.
Perguntemos
ao verbo “O que acontece”? Pequenas variações nas cotações = sujeito do verbo acontecer.
A frase correta, portanto, seria “É possível{[acontecerem] [pequenas variações nas cotações]}.”? [verbo intr..] [sujeito simples, 3ª pessoa plural – posposto]{[oração subordinada substantiva subjetiva]}
É
muito importante para o profissional de nível superior, de qualquer setor,
saber bem as diferenças entre a LINGUA ORAL e a LÍNGUA ESCRITA.
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023
A FIM - AFIM?
- Eu estou escrevendo este texto a fim de mostrar-lhes as diferenças entre "a fim e afim"
- Filomeno dedicou-se bastante no novo trabalho a fim de conseguir uma possível promoção.
- O novo governo modificou toda a sua estrutura a fim de atender os interesses de seu partido.
- A engenharia é uma área afim da matemática. Afinal, uma complementa a outra
- Infelizmente, nossa sociedade não deu certo porque visões empresariais não eram afins.
- Nepotismo é a concessão de empregos a afins: pai dar emprego para filho; tio conseguir a nomeação do sobrinho...
domingo, 1 de janeiro de 2023
Pergunta:
No trecho, "Eventualmente, Janja se mostra irritada com críticas que recebe, mas, de modo geral, não deixa se abalar", de uma publicação MSN, como se explica a colocação pronominal dos dois pronomes "se"?
Resposta:
1) Em "Janja se mostra", a próclise é opcional, tendo em vista que o sujeito é nome de pessoa. Se fosse pronome pessoal do caso reto (eu - tu - ele(a) - nós - vós - ele(a)s) também seria próclise opcional. Em qualquer outra situação, deveria ocorrer a ênclise ao verbo "mostrar".
2) Em "não deixa se abalar", a existência do advérbio de negação "não" obriga o uso da próclise ao verbo principal da locução "deixa abalar" — "não se deixa abalar".
quinta-feira, 15 de setembro de 2022
HAVIA ou HAVIAM
De acordo com a artista, já não haviam mais trabalhos para ela na empresa e isso a incomodava: “Ganhava um salário muito alto para não fazer nada naquele momento. Eu comuniquei à direção que queria sair, que estava vendo outras coisas".
O verbo "haver" quando tem o mesmo significado "existir" fica impessoal, isto é, fica sempre na 3ª pessoa do singular. "já não havia mais trabalhos para ela na empresa".
No mesmo texto, entretanto, há uma outra construção que merece reparos. Em "Ganhava um salário muito alto para não fazer nada naquele momento", ocorre a aproximação de duas negativas na mesma frase, o que resulta em incoerência. "NÃO FAZER NADA" significa o quê? Evidentemente a análise lógica mostra que é exatamente "fazer alguma coisa".
Portanto, é preferível dizer-se: “Ganhava um salário muito alto para fazer nada naquele momento. Eu comuniquei à direção que queria sair, que estava vendo outras coisas".
domingo, 31 de julho de 2022
quinta-feira, 28 de julho de 2022
EXISTE ACENTO GRÁFICO EM “PARAIBA”?
Sim. “PARAÍBA”
O
acento gráfico nos hiatos caiu somente quando o [I] ou o [U] estiverem depois
de DITONGOS, nas palavras PAROXÍTONAS.
Sem
acento: BAIUCA – BOCAIUVA – CAUILA
Com
acento: CAÍDA – SAÚDE – FAÍSCA – BAÚS