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segunda-feira, 18 de junho de 2018

À MEDIDA QUE / NA MEDIDA EM QUE


Como usar: à medida que / na medida EM que?

São duas locuções diferentes, embora semelhantes na aparência, o que tem levado muitas pessoas – mesmo com bom conhecimento da língua – a fazer um cruzamento entre elas, como li há pouco tempo: *”À medida em que recuavam, o exército russo e a população civil iam queimando plantações e destruindo fábricas”.

A locução conjuntiva — à medida que — com crase e sem a preposição ‘em’ - está classificada entre as conjunções subordinativas proporcionais; portanto, tem o mesmo significado de à proporção que, como nos seguintes exemplos:

(1) "À medida que o regime foi se consolidando, só o caminho que Jango preconizava, de resistência política, é que podia mesmo prevalecer", reconhece Brizola.

(2) No caso do Mal de Alzheimer, que é a principal doença da memória, os neurônios são destruídos à medida que a enfermidade avança.

A segunda locução — na medida EM que —, de uso mais recente, não se encontra nos livros de gramática tradicionais. Não sendo legitimada, não era ensinada na escola. Para desfazer a confusão: na medida em que encaixa-se nas conjunções causais, tendo o sentido aproximado de "pelo fato (razão, motivo) de que, uma vez que, já que, porquanto":

(3) O Estado, na medida em que se responsabiliza apenas pelo financiamento do Ensino Fundamental, estaria se abstendo de cumprir seu papel de promotor do bem comum.

(4) Essa concepção de linguagem está associada à teoria da comunicação e é falha na medida em que reserva ao emissor um papel ativo e ao receptor um papel passivo.

(5) O currículo escolar daria então sua contribuição na medida em que abrisse discussões ideológicas e metodológicas.

sexta-feira, 15 de junho de 2018

CONJUGAÇÃO DO VERBO INTERMEDIAR


Professor, li em jornal de circulação nacional a noticia: “A TFM Agency, antiga Traffic, ajuda o Galo na busca pelo atleta. A empresa financia parte da negociação e INTERMEDIA as conversas ao lado do dirigente alvinegro”.

O verbo INTERMEDIAR está flexionado corretamente?

Não. O verbo “intermediar” não se conjuga assim.

Os verbos terminados em -iar têm conjugação regular, ou seja, seguem a conjugação de qualquer verbo terminado em -ar, como, por exemplo, o "andar". Então, se dizemos "eu ando, tu andas, ele anda", também diremos "eu negocio, tu negocias, ele negocia".

Há alguns verbos terminados em -iar, porém, que não seguem essa conjugação. É o caso de "mediar", "ansiar", "remediar", incendiar", "odiar" e todos os seus derivados. Esses verbos terão o acréscimo da letra "e" antes da terminação -iar, nas pessoas "eu, tu, ele e eles" do presente do indicativo (todos os dias ...) e do presente do subjuntivo (espero que ...). A conjugação desses dois tempos ficará desta forma: Todos os dias eu medeio, tu medeias, ele medeia, nós mediamos, vós mediais, eles medeiam. Que eu medeie, tu medeies, ele medeie, nós mediemos, vós medieis, eles medeiem.

Todos os outros tempos seguem a conjugação regular, ou seja, terão conjugação igual à de qualquer verbo terminado em -ar.

O verbo "intermediar" é derivado de "mediar" e sua conjugação é idêntica. A frase apresentada, então, deve ser assim reescrita:
“A empresa financia parte da negociação e INTERMEDEIA as conversas ao lado do dirigente alvinegro”.

sábado, 9 de junho de 2018

500.000 ACESSOS AO BLOG

MEIO MILHÃO DE ACESSOS 

Nesta semana, ultrapassamos a marca de meio milhão de consultas ao Blog.

Nosso muito obrigado a todos os consulentes!

Fica aqui a promessa de continuarmos firmes em nosso propósito de ajudar sempre que alguém necessitar de alguma ajuda com a Nossa Língua Portuguesa..


quarta-feira, 23 de maio de 2018

VOCÊ / TEU / TUA


Professor, eu estava assistindo ao programa “Seleção Sport TV” e um dos jornalistas participantes fez a seguinte pergunta ao jogador entrevistado:
“Fulano, na TUA volta aos gramados, em que partida VOCÊ se sentiu mais à vontade?”

Achei estranha a ocorrência de TU e VOCÊ, na mesma sentença e referindo-se ao interlocutor do falante. Pode isso?
Não, não pode!

As pessoas do discurso são três. 1ª pessoa: quem fala (eu, nós); 2ª pessoa (tu, vós): com quem se fala; 3ª pessoa: de quem se fala (ele/ela, eles/elas). Esses pronomes pessoais retos são tônicos e têm seus correspondentes átonos específicos.
Eu è me, meu, minha.                            Nós è nos, nossos, nossas.
Tu è te, teu, tua.                                     Vósè vos, vosso, vossas.
Ele/Ela è o/a, se, lhe, seu, sua.              Eles/elas è os/as se, lhes, seus, suas.

No registro coloquial, usado no Brasil, é comum as pessoas confundirem os pronomes átonos de 2ª pessoa com os de 3ª pessoa. Foi o que deve ter ocorrido com o jornalista em questão.

No registro formal, dever-se-ia dizer:

“Fulano, em TUA volta aos gramados, em que partida TE sentiste mais à vontade?”
“Fulano, em SUA volta aos gramados, em que partida VOCÊ se sentiu mais à vontade?”

Misturar pronomes de 2ª e 3ª pessoas é erro primário de uso da Língua Portuguesa.

quarta-feira, 2 de maio de 2018

AO ENCONTRO DE / DE ENCONTRO A


Ao encontro de indica “estar de acordo com”, “em direção a”, “favorável a”, “para junto de”. É uma expressão usada para indicar concordância.
De encontro a tem significado de “contra”, “em oposição a”, “para chocar-se com”. É uma expressão usada para indicar discordância.
Ou seja, as locuções têm significado totalmente opostos.
Exemplos:
a) Este roteiro vem ao encontro de tudo que queria para realizar a filmagem. (“favorável a”).
b) As reações que o grupo externou foram de encontro ao esperado pelo chefe. (“em oposição a”).

sábado, 21 de abril de 2018

USO DE PREFIXO "AUTO"


A palavra “auto massagem” é escrita com ou sem hífen”?
Sem o hífen. Os prefixos terminados em vogal, antecedendo palavras iniciadas por consoantes diferentes de [r] e [s], dispensam o uso do hífen.
·    Anteprojeto
·    Antipedagógico
·    Autopeça
·    Autoproteção

Se a palavra modificada começar com [r] ou [s], dobram-se essas letras e também não se usa o hífen.

antirrábico
antirracismo
antirreligioso
antirrugas



domingo, 15 de abril de 2018

SE VOCÊ VER /VIR


Professor, recebi uma mensagem com o seguinte trecho: “Se você ver a Lua, você verá a beleza de Deus; se você ver o Sol, você verá o poder de Deus; se você ver sua própria imagem, você verá a melhor criação de Deus”. Fiquei em dúvida quanto à correção do emprego do verbo “ver”. Está certo?

Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pessoa, número, tempo, modo e voz.

Os “modos” verbais são empregados para denotar determinados aspectos da ação descrita pelo verbo.

  • Indicativo – denota uma ação líquida e certa, isto é, ocorre, ocorreu ou ocorrerá.
  • Subjuntivo – Expressa um fato incerto, duvidoso ou mesmo irreal, dependendo da vontade ou do sentimento de quem o emprega.
  • Imperativo – É empregado para exprimir ordem, súplica, convite ou pedido.
  • Formas nominais – São formas verbais com funções próprias do substantivo, adjetivo ou advérbio.
O verbo ver, no texto da consulta, expressa claramente fatos que não têm ocorrência comprovada na realidade, tanto que cada oração inicia-se por uma conjunção subordinativa condicional “se”. Nesse caso, o verbo “ver” deve ser empregado no futuro do subjuntivo:

“Se você vir a Lua, você verá a beleza de Deus; se você vir o Sol, você verá o poder de Deus; se você vir sua própria imagem, você verá a melhor criação de Deus”.