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quarta-feira, 18 de maio de 2016

250.000 CONSULTAS

Para nossa alegria, ultrapassamos, ontem, a marca das 250.000 consultas feitas ao blog. Essa marca reforça nosso desejo de continuar a prestar ajuda, sempre sem qualquer interesse financeiro, a quem necessita de auxílio em Língua Portuguesa.
Nosso muito obrigado a todos os consulentes...

CHEGAR A / CHEGAR EM

Confúcio apoia taxistas após chegada do Uber em Xangai. Devo dizer “chegar em” ou “chegar a”?

Os verbos de movimento, quando trazem a acepção de “em direção a algum lugar”, regem a preposição “a”. Portanto “chega-se a algum lugar” e não “em algum lugar”.

Confúcio apoia taxistas após chegada do Uber a Xangai.

sábado, 30 de abril de 2016

GOSTAR DE / É GOSTADO DE

Li esta frase em um jornal de circulação nacional e achei muito estranha forma verbal passiva. Está certa? “Mercadante não é especialmente gostado no meio político”.

Você está coberto de razão. O verbo “gostar” é transitivo indireto, isto é, exige que seu complemento venha regido da preposição “de”. Quem gosta, gosta DE alguém ou de alguma coisa.

Os verbos transitivos indiretos não admitem a voz passiva, pelo simples fato de que o sujeito da voz PASSIVA é o objeto direto da voz ATIVA.
  • Comi um saboroso pastel. / Um saboroso pastel foi comido.
  • Vendi meu apartamento. / Meu apartamento foi vendido.
  • Atacaram o parlamento. / O parlamento foi atacado.
  • Ouviram atentamente o orador. / O orador foi ouvido atentamente.
O meio político não gosta de Mercadante especialmente. / Se tentássemos passar para a voz passiva, o sujeito ficaria regido da preposição “DE”, o que não é possível, pois o sujeito jamais aceita a regência...

segunda-feira, 18 de abril de 2016

SE OBSERVE / SE OBSERVEM

O jornal Folha de São Paulo publicou uma reportagem em que há o trecho: “O que não pode acontecer é que não se observe as regras constitucionais, disse a ministra”.

– Parece-me que a concordância do verbo “observar” não está correta.
– E você está certo.

O sujeito do verbo “observar”, no caso, é o substantivo feminino plural “as regras constitucionais”. Basta transformar a oração “que não se observe as regras constitucionais, disse a ministra” em uma oração passiva analítica para se perceber com clareza: “O que não pode acontecer é que as regras constitucionais não sejam observadas, disse a ministra”.

Assim, a frase correta é “O que não pode acontecer é que não se observem as regras constitucionais, disse a ministra”.

terça-feira, 12 de abril de 2016

DAS PERGUNTAS / DE AS PERGUNTAS

Na frase: “Não acreditem nos conselhos de quem tem todas as respostas mesmo antes das perguntas existirem”, a contração da preposição com o artigo está correta?

Não. O substantivo “perguntas” é o sujeito do infinitivo “existirem” e o sujeito não admite ser regido de preposição. 

O correto é “antes de as perguntas existirem”, assim como:

  • É hora de o noivo chegar.
  • Apesar de o amigo tê-lo convidado.
  • Depois de esses fatos ocorrerem.
  • É hora de a onça beber água.

quinta-feira, 24 de março de 2016

IMPEDEM OU RETARDAM / IMPEÇAM OU RETARDEM

No trecho: “Esta compreensão pode levar ao desenvolvimento de produtos que impedem ou retardam o aparecimento de cabelos brancos. Isto, claro, para quem não gosta dessa caraterística” o uso do presente do indicativo dos verbos em destaque está correto?

O texto não faz uma afirmação peremptória e definitiva sobre o sucesso ou fracasso da compreensão no desenvolvimento dos produtos. Tal compreensão pode levar, ou não, ao desenvolvimento... Essa dúvida faz com que usemos o verbo no modo subjuntivo e não no indicativo.

Assim, o correto é: “Esta compreensão pode levar ao desenvolvimento de produtos que impeçam ou retardem o aparecimento de cabelos brancos”.

quarta-feira, 9 de março de 2016

HAVER / HAVERÃO

Na Folha de São Paulo de hoje, encontrei este texto: “Velhos amigos e novos artistas dividirão com ele o palco -Ivan Lins, Mutinho, Paulo Ricardo, Tiê, Anna Setton e Verônica Ferriani. Também haverão gravações externas, com João Bosco, a pianista Eliane Elias e a violoncelista francesa Ophélie Gaillard”. 

Minha dúvida refere-se à correção da flexão do verbo “haver”.

O uso do verbo “haver” no plural está, evidentemente, equivocado. Esse verbo integra o rol dos chamados verbos impessoais, que não se flexionam, sempre que ocorrer com o mesmo significado de “existir”.

O correto, portanto, é “Também haverá gravações externas...”.