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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

JUIZ / JUÍZES

Qual é a razão de escrevermos diferentemente “juiz” e “juízes”?

Em “ju-iz” a sílaba tônica termina com a letra [z]. É uma sílaba fechada. Em “ju-í-zes” isso não se dá, pois a letra [z] passa a pertencer à sílaba seguinte e a tônica passa a ser uma sílaba aberta.

A regra ortográfica diz que as letras [i] e [u], quando estiverem em sílabas tônicas abertas ou fechadas em [s], serão acentuadas graficamente.


Raiz / raízes – juiz / juízes – cair / caíram – sair / saíram - saúva – saída – saíram – cabreúva – embaúba – balaústre – jataí – tatuí – jaú – caíste.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

DIA A DIA

Dia a dia ou dia-a-dia?

A reforma ortográfica anulou algumas distinções com as quais já estávamos habituados – e sabemos que pares opositivos são úteis, fáceis de lembrar. Enfim, muita gente ainda não se acostumou com o desaparecimento de certos hifens.

Esse foi o caso, por exemplo, da locução "dia a dia" (equivalente a "dia após dia"), que se distinguia do substantivo composto "dia-a-dia" (grafia antiga), sinônimo de "cotidiano", exatamente pelo par de hifens. Com a reforma, a grafia se universalizou: "dia a dia" em todos os casos. Assim: “Dia a dia, ele se tornava mais áspero” e “Eram tarefas simples do dia a dia”.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

COMPREI ELE / COMPREI-O

Porque não posso escrever “comprei ele”, “vendi ele”, “decepcionei tu”, “convidou nós”?

Os pronomes retos eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. São chamados de pronomes subjetivos, isto é, servem de sujeito da oração.

Para a função de objeto temos os pronomes oblíquos átonos (me-te-se-lhe(s)-nos-vos-o(s)-a(s)) e os oblíquos tônicos (mim, comigo, ti, contigo, si, consigo, conosco, convosco).

Assim: comprei-o; vendi-o; decepcionei-te; convidou-nos; falar contigo; vir a mim; Deus seja convosco...

Também: deixe-os sair, mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me.
Os pronomes pessoais retos (tu, ele, nós, vós e eles) podem, eventualmente, desempenhar a função de objeto preposicionado.
·    Ofereceu-lhe, a ela, uma grandeza absoluta.

·    Deu-nos, a nós, toda a atenção possível.

sábado, 18 de outubro de 2014

COLOCAÇÃO PRONOMINAL

A colocação pronominal está correta em “Aécio assinou documento no qual compromete-se a adotar alguns pontos do programa de Marina”?

O termo “no qual” é um elemento subordinante que obriga a próclise do pronome oblíquo átono. O correto, portanto, é “Aécio assinou documento no qual SE compromete a adotar alguns pontos do programa de Marina”.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

SUJEITO PARTITIVO + ESPECIFICADOR

Na frase “A maioria dos eleitores não compareceu/compareceram para votar”, o verbo deve ser usado no singular ou no plural?

Quando o sujeito é uma expressão partitiva (a maioria, a minoria, a maior parte de, a menor parte de etc.), acompanhada de um especificador (dos alunos, dos bandidos, dos soldados... etc.) o verbo pode concordar com o núcleo, ou com o especificador.

·        A maioria dos alunos faltou / faltaram.
·        A minoria dos bandidos fugiu / fugiram.
·        Grande parte dos eleitores votou / votaram.
·        A menor parte dos deputados compareceu / compareceram.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

ENXOVAL / ENCHENTE

Qual a razão de se usar “X” na palavra “enxoval” e “CH” em “enchente”?

O fonema palatal /chê/, no sistema ortográfico usado no Brasil, é representado por “X” quando ocorre depois da inicial “EN-”. Estão nesse caso palavras como enxoval, enxotar, enxovia, enxame, enxergar, enxabelador, enxabelha, enxabelhar, enxabelho, enxabeque, enxabiado, enxaca, enxacoco, enxada, enxadrezar etc.

Excetuam-se os casos em que há derivação de palavras com o “CH”, como cheio, charco, chave: encher, enchimento, encharcar, encharcado, enchente etc.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

LHE PERMITE / O PERMITE

Em “Comemora o fim das concentrações em jogos, o que o permite aproveitar um período maior ao lado da família”, o uso do verbo “permitir” está correto?

O verbo “permitir” está construído como transitivo-relativo, ou seja, tem dois complementos verbais distintos: um objeto direto e um objeto indireto. Podemos dizer que “quem permite, permite alguma coisa a alguém”. A expressão “alguma coisa” é o objeto direto; “a alguém” é o objeto indireto.

Na frase da consulta, usa-se o pronome oblíquo átono “o” como objeto indireto e é aí que está o equívoco, pois esse pronome não exerce tal função. O pronome “lhe” deveria ser o escolhido.

“Comemora o fim das concentrações em jogos, o que LHE permite aproveitar um período maior ao lado da família”.