“O projeto será examinado por uma comissão. Esta
comissão tem a incumbência de definir sua viabilidade e apresentar
suas conclusões por meio de um relatório. Este relatório será enviado a todos os interessados no desenvolvimento das ações propostas.”
São frequentes as dúvidas causadas pelo
emprego dos pronomes demonstrativos “este” / “esse” e suas variações.
Tais pronomes demonstrativos funcionam
como determinantes de nomes (substantivos – adjetivos – advérbios), que já foram
ou serão citados no discurso (texto / fala). De uma forma geral, a “posição” que
tais termos ocupam é que determina se devemos usar “st” ou “ss”.
O pronome demonstrativo será um “anafórico”
se apontar para algo que já foi mencionado e, nesse caso, deverá ser grafado com
“ss”; será um “catafórico” se antecipar algo que ainda será dito e, então, deverá
ser grafado com “st”.
No fragmento em epígrafe, o termo comissão
é retomado no período seguinte e o demonstrativo deveria ser escrito com
“ss”; o mesmo ocorre com o termo relatório, logo a seguir.
Pode ocorrer a retomada de uma ideia com
outro termo, o que também leva ao uso das formas com “ss”, como em “ofendiam-se,
brigavam com os colegas e desrespeitavam os professores que os repreendiam. Lamentavelmente,
esse comportamento era relevado pela direção da escola”. O fato está
distante no tempo e no espaço.
Os pronomes demonstrativos com “st” referem
a algo que ainda será dito adiante. Por exemplo: “O fato é este: a
gestão das escolas tem de ser exercida por diretores profissionais”.
Também quando há referência ao assunto de que trata
o texto: “Esta pesquisa
tem como finalidade levantar dados que comprovem a hipótese x”.
Na fala, usa-se o demonstrativo com “st” para algo
que esteja junto do emissor: “Falo deste livro”. O livro está
perto de mim. “Falo desse livro”. O livro
está perto da pessoa com quem falo. “Falo daquele
livro.” O livro está distante de mim e de meu interlocutor.