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terça-feira, 8 de outubro de 2013

FOI DEUS QUE (QUEM) FEZ VOCÊ?

“Foi Deus que me deu essa voz” ou “Foi Deus quem me deu essa voz”?

Tanto faz. Os pronomes relativos que/quem podem ser usados indistintamente quando tiverem personativos como antecedentes. O pronome relativo “quem” não pode ser usado tendo “coisa” ou “animal” como antecedente.

     ·    Guimarães Rosa foi quem mais inovou na Literatura brasileira.
     ·    Ele é o escritor que identifica o sertão com o universal.
     ·    O animal que atacou a criança não foi identificado.
     ·    A árvore que caiu tinha mais de 500 anos.
     ·    O aluno a que me refiro era de uma inteligência extraordinária.
     ·    A aluna de quem falo jamais faltou a uma aula.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

DISTORCER OU DESTORCER?

São palavras parônimas. Parecidas na grafia e na pronúncia, mas com significados distintos.

DISTORCER: alterar declaração alheia, ou seu sentido, (intenção, motivação); desvirtuar o sentido. Interpretação maldosa
·  O político acusou o jornal de distorcer suas palavras.
·  Sem uma leitura atenta e criteriosa, corre-se o risco de distorcer o pensamento do autor.

DESTORCER: endireitar o que estava torto; desfazer a torcedura.
  • A lavadeira torce e destorce a roupa.
  • A investigação destorceu toda trama urdida pelos malfeitores.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

LOCUÇÃO VERBAL / SUBJUNTIVO

Está correto o uso da locução verbal em “É possível que a fábrica de Portugal pode estar enfrentando baixa demanda na região”?

A frase da consulta revela indagação sobre uma possibilidade. Fatos possíveis ou de ocorrência duvidosa são expressos com o verbo no subjuntivo. Na locução, basta usar o verbo auxiliar nesse modo.

Corrija-se a frase para “É possível que a fábrica de Portugal possa estar (esteja) enfrentando baixa demanda na região”.

sábado, 28 de setembro de 2013

CONCORDÂNCIA COM VERBOS CAUSATIVOS

O GOVERNO ORIENTOU OS OPERÁRIOS A BUSCAR SEUS DIREITOS

Embora saibamos que a concordância verbal obedece à relação entre sujeito e predicado, com os verbos ditos “causativos” há grande controvérsia sobre a flexão do infinitivo.

Quando os ditos verbos vêm acompanhados de pronome oblíquo átono, o infinitivo que o segue, normalmente não se flexiona. Como em
  • “Mandei-os estudar”;
  • “Deixei-os falar o que bem quisessem”.
É facultativa a flexão do infinitivo se o sujeito não for representado por pronome átono e se o verbo da oração determinada pelo infinitivo for causativo (mandar, deixar, fazer) ou sensitivo (ver, ouvir, sentir) e sinônimos.
  • Mandei sair os alunos./ Mandei saírem os alunos;
  • Deixaram morrer os prisioneiros / Deixaram morrerem os prisioneiros;
  • Fizemos os adversários errar o golpe / Fizemos os adversários errarem o golpe.
Ocorre, entretanto, que este caso (O GOVERNO ORIENTOU OS OPERÁRIOS A BUSCAR SEUS DIREITOS) é um pouco diferente. Embora a dupla concordância seja aparentemente possível, a construção original (de característica latina) não prevê a flexão do infinitivo. Basta verificar que a oração subordinada “a buscar seus direitos”, está regida pela preposição “a” revelando que a construção se faz, na verdade com dois objetos. O objeto direto é “operários” e o indireto é a oração reduzida de infinitivo “a buscar seus direitos”.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

É QUE / É DE QUE?

Devo escrever “A expectativa é que o trânsito melhore” ou “A expectativa é de que o trânsito melhore”?

As duas formas são aceitáveis.

A oração destacada é uma subordinada substantiva predicativa, isto é, exerce a função de “predicativo do sujeito”. Tais orações vêm sempre em seguida a um verbo de ligação e atribuem uma qualidade, permanente ou transitória, ao sujeito da oração principal.

·    Nosso desejo era sua vitória. (Predicativo do Sujeito)
·    Nosso desejo era que ele vencesse. (Oração Subordinada Substantiva Predicativa)

Obs.: é comum o uso estilístico (realce) da preposição expletiva "de", sem que a correção linguística fique comprometida.

·    A impressão é de que a população está abandonada.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

CONFIAR EM

Está certa a frase “Sedex é a empresa que mais o brasileiro mais confia”?

Esta frase está sendo usada em uma campanha publicitária veiculada pela mídia escrita, falada e televisada. Como texto publicitário, que, muitas vezes, se aproxima da linguagem poética, não se costuma exigir o uso estrito do registro formal culto.

Olhando pelo prisma da correção gramatical, está equivocada. O verbo “confiar” rege a preposição “em”. Confiar em alguém. Confiar em alguma instituição.

Corrija-se para: “Sedex é a empresa em que o brasileiro mais confia”.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

PODE ESTAR OU POSSA ESTAR?

Está correto o uso da locução verbal em “É possível que a fábrica de Portugal pode estar enfrentando baixa demanda na região”?

A frase da consulta revela indagação sobre uma possibilidade. Fatos possíveis ou de ocorrência duvidosa são expressos com o verbo no subjuntivo. Na locução, basta usar o verbo auxiliar nesse modo.

Corrija-se a frase para “É possível que a fábrica de Portugal possa estar (esteja) enfrentando baixa demanda na região”.