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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

AOS POUCOS - VAI ACUMULANDO

O que está errado na frase "O lixo aos poucos vai acumulando no prédio"?


A frase está, gramaticalmente, correta. No entanto, por uma questão de estilo, eu a escreveria assim: "O lixo, aos poucos, acumula-se no prédio". 


Por quê? Porque o gerúndio "acumulando" tem exatamente a função de expressar "ação continuada", já presente na locução adverbial "aos poucos".

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

CONCORDÂNCIA VERBAL

O que há de errado com a frase “Há necessidade de consertar-se os meios fios”?
 
Há dois problemas na frase apresentada.
 
  • O verbo “consertar” deve concordar com o sujeito posposto;
  • O composto “meios fios” deve ser grafado com hífen.

    • Há necessidade de consertarem-se os meios-fios.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

OCTAGÉSIMO ou OCTOGÉSIMO?

O NUMERAL ORDINAL CORRESPONDENTE A 80 E OCTAGÉSIMO OU OCTOGÉSIMO?

Oito em latim é “octo”.

Observe que, embora as formas derivadas em octa- sejam (por vezes) usuais, como em “octaedro”, há certa tendência a julgar preferíveis, no português contemporâneo, as formas em octo-, como se vê em “octogenário”, “octópode”, “octógono”, “octopétalo”, “octoploide’, “octossílabo”...

Octogésimo, pois!



 


terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

USO DO HÍFEN COM O PREFIXO "SUB-"


A regra não sofreu mudanças com o acordo: há hífen se a palavra seguinte começar por “b” ou “r”: sub-base, sub-reptício, sub-raça, sub-reino, sub-reitor…
Restou uma dúvida atroz: como proceder quando a palavra seguinte começar com “h”? A ABL “resolveu” que, nesse caso, o uso do hífen após o prefixo “sub” é facultativo: subumano ou sub-humano, subepático ou sub-hepático.
Conclui-se, portanto, que, diante de palavras começadas por qualquer letra diferente de “h”, “b” e “r”, o prefixo “sub” escreve-se sem hífen: subaquático, subemprego, subeditor, subitem, subchefe, subprefeitura, subsolo, subsecretário…

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

SI - CONSIGO



"Falando com si mesmo". Isso existe?

O problema colocado consiste no uso do pronome “si”, que entra no rol dos chamados de pronomes oblíquos tônicos.

Tais pronomes (mim, ti, si, nós, vós, ele, ela, eles, elas) somente podem ser usados antecedidos de preposição (por, para, perante, a, ante, até, de, desde, em, entre, com, contra, sem, sob, sobre). Quando a preposição usada for “com”, a junção dela com “mim”, “ti” e “si” resulta nas formas comigo, contigo e consigo.

Portanto a forma correta é “Falando consigo mesmo”.

Reparem que esse pronome refere-se ao sujeito do verbo. Por isso, é incorreto usar-se consigo de forma não reflexiva – muito embora, aliás, costumem assim proceder os portugueses –, de modo a não se referir ao sujeito da oração, como em "Este bilhete é para si" ou "Queremos falar consigo".

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

MELHOR ou MAIS BEM?


Ouço constantemente alguém dizer frases como "Políticos melhor qualificados...". O emprego do comparativo “melhor” está correto?

Não!!!

Essa não é a forma correta de se usar o comparativo de superioridade do advérbio bem. A presença do particípio — “qualificados” — obriga a que usemos as formas analíticas mais bem, menos bem, mais mal e menos mal nesse tipo de comparação.
  • O Galo é o time mais bem preparado do campeonato. 
  •  Nunca vi prova mais mal feita que esta! 
  • Ela é mais bem empregada que a irmã. 
  • Esse plano foi mais mal realizado que os demais. 
  •  Queremos que a renda nacional seja mais bem distribuída.
Quando não está presente o particípio, usa-se, então, melhor/pior: 
  •  Este professor é melhor que o outro.
  • Este é o pior congresso que já tivemos. 
  •  Suas notas são piores que as de seu irmão.
  • Naquela posição, ele joga melhor que o primo. 
  • A frase gramaticalmente correta é, pois: "Políticos mais bem qualificados..."

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

REGÊNCIA DE OBEDECER / IMPLICAR

Há algum problema de regência verbal no período "Você não obedeceu o regulamento e isso implicará na sua suspensão"?
 

A regência é um dos temas mais áridos dos estudos gramaticais e demanda grande atenção por parte de quem quer, realmente, usar a língua com propriedade. Na presente consulta, por exemplo, ocorrem dois erros de regência verbal.

O verbo obedecer é transitivo indireto, e seu complemento deve ser antecedido da preposição /a/. (obedeceu ao...).

O verbo implicar – com o sentido de acarretar, produzir – é transitivo direto e seu complemento, portanto, não deve ser precedido de preposição /em/. (implicará sua...)