O jornal “O Estado de São
Paulo” publicou, hoje, declarações da atriz Luana Piovani sobre sua mudança
para Portugal. O trecho final foi “Claro que isso não vai me trazer o dinheiro que
eu gasto hoje, mas a gente se adequa”.
Está certa a construção: “Claro que isso não
vai me trazer o dinheiro que eu gasto hoje, mas a gente se adequa”?
O verbo “adequar” pertence
ao grupo dos chamados “verbos defectivos”, ou seja, “verbos defeituosos”. Tais
verbos apresentam falhas de conjugação, com a ausência de algumas pessoas ou
tempos.
“Adequar” só é conjugado
nas pessoas em que o acento tônico está fora do radical. Assim, no presente do
indicativo, teremos:
- Eu (não existe)
- · Tu (não existe)
- · Ele (não existe)
- · Nós adequamos
- · Vós adequais
- · Eles (não existe)
Para resolver esse tipo de
problema, é melhor usar um verbo de significação análoga, “ajustar”, por
exemplo, “Claro que isso não vai me trazer o dinheiro que eu gasto hoje, mas a
gente se ajusta”
ou uma forma perifrástica “Claro que isso não vai me trazer o dinheiro que eu gasto
hoje, mas a gente vai se adequar”.
É preciso, também, atentar
para o fato de que o presente do indicativo é tempo primitivo e, no caso dos
verbos com defeito de conjugação, haverá, fatalmente, consequências em seus
tempos derivados (imperativo afirmativo, presente do subjuntivo, imperativo
negativo), mas isso já outra história.