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quinta-feira, 21 de setembro de 2017

VERBO INTERMEDIAR

O furacão de categoria 4 em uma escala que vai até 5 acabou afetando a infraestrutura presente no local. Um exemplo é a TI Sparkle, uma das empresas que intermedia o tráfego de rede entre o resto do mundo, que comunicou que as estações na região de Porto Rico tiveram sua atividade reduzida, segundo informações obtidas pela a Folha de S. Paulo.

A grafia do verbo negritado está correta?

Não. O verbo “intermediar” não se conjuga assim.

Os verbos terminados em -iar têm conjugação regular, ou seja, seguem a conjugação de qualquer verbo terminado em -ar, como, por exemplo, o "andar". Então, se dizemos "eu ando, tu andas, ele anda", também diremos "eu negocio, tu negocias, ele negocia".

Há alguns verbos terminados em -iar, porém, que não seguem essa conjugação. É o caso de "mediar", "ansiar", "remediar", incendiar", "odiar" e todos os seus derivados. Esses verbos terão o acréscimo da letra "e" antes da terminação -iar, nas pessoas "eu, tu, ele e eles" do presente do indicativo(todos os dias ...) e do presente do subjuntivo (espero que ...). A conjugação desses dois tempos ficará desta forma: Todos os dias eu medeio, tu medeias, ele medeia, nós mediamos, vós mediais, eles medeiam. Que eu medeie, tu medeies, ele medeie, nós mediemos, vós medieis, eles medeiem.

Todos os outros tempos seguem a conjugação regular, ou seja, terão conjugação igual à de qualquer verbo terminado em -ar.

O verbo "intermediar" é derivado de "mediar" e sua conjugação é idêntica. 
A palavra destacada, então, deve ser assim grafada:          INTERMEDEIA

terça-feira, 22 de agosto de 2017

A FALTA QUE UMA VÍRGULA FAZ

Por volta das 13h25m, o corretor deixou o prédio da Justiça e seguiu para PGR em uma viatura da Polícia Federal onde assinou a colaboração premiada.

O sujeito assinou o documento onde? Na viatura da Polícia Federal? Na PGR? Oh, dúvida cruel!

Quando o professor diz que a aula será sobre colocação da pontuação, muitos alunos ficam enfastiados, porque acham que nada conseguirão aprender e também que isso é “cultura inútil”, como bem ensinou o professor de Física...

Conheci uma professora que ensinava a colocação da “vírgula biológica”: “Você escreve sem se preocupar com as vírgulas. Depois, leia o texto e vai colocando as vírgulas, à medida que interrompe a leitura para respirar”.

Lindo, mas a vírgula é um problema gramatical e nada tem a ver com a capacidade respiratória de cada um de nós...

No texto em questão, as sequências “em uma viatura da Polícia Federal” e “onde assinou a colaboração premiada” são adjuntos adverbiais de lugar, ambas acrescentando circunstâncias ao verbo “seguir”. Para clarificar o texto e dar-lhe consistência lógica, basta colocar o primeiro adjunto adverbial ENTRE duas vírgulas: “Por volta das 13h25m, o corretor deixou o prédio da Justiça e seguiu para PGR, em uma viatura da Polícia Federal, onde assinou a colaboração premiada”.

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

SEMPRE QUE HÁ / SEMPRE QUE HAJA

“Rezam o bom senso e o Código de Processo Civil que um juiz deve se declarar impedido de atuar em determinado processo SEMPRE QUE HÁ razões objetivas ou subjetivas capazes de comprometer a imparcialidade do julgamento”.

Professor, li esse texto em um grande jornal brasileiro e fiquei em dúvida sobre o uso do verbo haver. 

E você tem razão. O uso do verbo haver está realmente contrário às regras gramaticais. 

Quanto ao problema do uso do singular está tudo bem, pois o significado é o mesmo dos verbos existir, ocorrer e, nesse caso, o verbo haver é impessoal e fica sempre na 3ª do singular.

O problema reside no modo verbal. O modo indicativo deverá ser usado para representar ações que ocorreram, ocorrem ou ocorrerão sem a menor sombra de dúvidas.
  • Havia políticos desonestos no passado (passado).
  • Há políticos desonestos no presente (presente).
  • Haverá políticos desonestos no futuro (futuro).

Quando, entretanto, houver qualquer possibilidade de o fato verbal NÃO OCORRER, como sugerido pelo uso do advérbio sempre, no texto da consulta, deveremos usar o modo subjuntivo. “Sempre que haja razões objetivas ou subjetivas capazes de comprometer a imparcialidade do julgamento”. 
  • Sempre que houvesse políticos desonestos (subjuntivo passado).
  • Sempre que haja políticos desonestos (subjuntivo presente).
  • Sempre que houver políticos desonestos (subjuntivo futuro).


segunda-feira, 24 de julho de 2017

AGROINDUSTRIAL ou AGRO-INDUSTRIAL?

Professor, qual a grafia correta de “agroindustrial / agro-industrial”?

Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento.

Exemplos: aeroespacial; agroindustrial; anteontem; antiaéreo; antieducativo; autoaprendizagem; autoescola; autoestrada; autoinstrução.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

A VÍRGULA NO APOSTO EXPLICATIVO

O Jornal O Globo, de 20jul2017, traz o texto a seguir: “Existe a possibilidade de que o presidente da Câmara Rodrigo Maia assuma a presidência da República”.

Existe uma “Câmara Rodrigo Maia” no Brasil?

Nada disso. O redator do texto deve ter faltado à aula sobre o uso da vírgula no interior da oração, ou sobre análise sintática dos termos da oração, ou as duas... No entanto, ganha a vida trabalhando em uma empresa que tem no uso da língua um de seus principais insumos de produção de lucros.
“Câmara“, no caso, é, certamente, a Câmara Federal e “Rodrigo Maia” é seu presidente atual.

Como existem inúmeras “câmaras” por aí, o autor do texto resolveu estabelecer com clareza de que câmara tratava, explicitando seu presidente. O termo que “explicita” um outro classifica-se como “aposto explicativo” e deve ser SEMPRE usado entre vírgulas.

“Existe a possibilidade de que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, assuma a presidência da República”. Dessa forma, o leitor sabe perfeitamente de que câmara se trata e quem é seu presidente de plantão.

quarta-feira, 19 de julho de 2017

TEM / TÊM - DETÉM / DETÊM

Professor, ontem houve uma discussão no trabalho, sobre a acentuação gráfica no verbo “ter”. Ainda existem os “acentos diferenciais”?

Sim. O acordo ortográfico preservou alguns dos acentos diferenciais.
Permanecem os acentos que diferenciam as 3ªs pessoas do singular e do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.).

Exemplos:
  Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.
  Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba.
  Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.
  A crise advém da ganância / As crises advêm da ganância.


segunda-feira, 17 de julho de 2017

DIGNITÁRIO / DIGNATÁRIO

Professsor, vi e ouvi o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, dizer, por duas vezes, a palavra “dignatário”, em entrevista concedida à imprensa. Está correto? Não seria “dignitário”?

Você está certo.

Seria "dignatário" se derivasse de "dignadade", mas "dignadade" não existe. O que existe é a palavra "dignidade", da qual provém "dignitário".