“Rezam o bom senso e o Código de Processo Civil que um juiz deve se declarar impedido de atuar em determinado processo SEMPRE QUE HÁ razões objetivas ou subjetivas capazes de comprometer a imparcialidade do julgamento”.
Professor, li esse texto em um grande jornal brasileiro e fiquei em dúvida sobre o uso do verbo haver.
E você tem razão. O uso do verbo haver está realmente contrário às regras gramaticais.
Quanto ao problema do uso do singular está tudo bem, pois o significado é o mesmo dos verbos existir, ocorrer e, nesse caso, o verbo haver é impessoal e fica sempre na 3ª do singular.
O problema reside no modo verbal. O modo indicativo deverá ser usado para representar ações que ocorreram, ocorrem ou ocorrerão sem a menor sombra de dúvidas.
- Havia políticos desonestos no passado (passado).
- Há políticos desonestos no presente (presente).
- Haverá políticos desonestos no futuro (futuro).
Quando, entretanto, houver qualquer possibilidade de o fato verbal NÃO OCORRER, como sugerido pelo uso do advérbio sempre, no texto da consulta, deveremos usar o modo subjuntivo. “Sempre que haja razões objetivas ou subjetivas capazes de comprometer a imparcialidade do julgamento”.
- Sempre que houvesse políticos desonestos (subjuntivo passado).
- Sempre que haja políticos desonestos (subjuntivo presente).
- Sempre que houver políticos desonestos (subjuntivo futuro).