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quinta-feira, 14 de julho de 2011

REGÊNCIA NOMINAL - VALOR


Devo dizer “O que você dá valor” ou “A que você dá valor”?

RESPOSTA:

O “que” está completando o sentido do substantivo “valor”, no fim da frase. Dar valor a alguma coisa. É, como se diz na gramática tradicional, um complemento nominal. Todo complemento nominal vem antecedido de preposição. Sua função em relação ao nome é idêntica ao do objeto indireto em relação ao verbo.

Deve-se dizer, pois, “A que você dá valor”.

terça-feira, 12 de julho de 2011

EM FÉRIAS / DE FÉRIAS?

Qual é a forma correta “Pagot está de férias / Pagot está em férias”?

As duas formas estão corretas. Pode-se dizer das duas maneiras: Pagot entrou em férias. / Pagot entrou de férias.
Entretanto, se o substantivo férias estiver determinado por um adjetivo qualquer, a coisa muda de figura. Aí a preposição em é a regra:
  • Os professores da rede oficial entrarão em férias coletivas no próximo dia 15.
  • Sairemos em merecidas férias amanhã!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

REGÊNCIA DO VERBO "PARTICIPAR"

CONSULTA: Que preposição usar em “Reformulação do programa (no) (do) qual participei.”?

RESPOSTA: As duas propostas são perfeitamente possíveis. O verbo participar aceita complemento regido por “em” ou “de”.
“Participar de alguma coisa” ou “em alguma coisa”

·Participar das (ou nas) licitações fraudulentas.
·Participar de uma (ou numa) negociata.
·Participar dos (ou nos) lucros desonestos.
·Participar de (ou em) desvios de verbas públicas.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Como é que se escreve “hiperrealista” ou “hiper-realista”?


Na visão de muitas pessoas, o hífen deixou de existir e, agora, os dois "rr" juntam-se sempre. Errado.

Vamos entender o problema. As palavras que passaram a ser escritas com dois erres "rr" são as formadas de prefixos terminados em vogal seguidos de termos que se iniciam pela letra "r", como é o caso de "autorreflexão" (auto + reflexão). 

Assim acontece porque entre duas vogais, um "r" ou dois "rr" são pronunciados de forma diferente ("caro" "carro").

O Acordo Ortográfico simplificou a regra: se a letra final do prefixo for idêntica à inicial do termo seguinte, haverá hífen. Assim: contra-almirante, entre-eixos, arqui-inimigo, micro-ondas, sub-base, pan-negritude, circum-murado, hiper-realista etc.

Logo, a grafia correta é “hiper-realista”.

domingo, 26 de junho de 2011

ACERCA DE / A CERCA DE / HÁ CERCA DE


CONSULTA: – Está certa a expressão sublinhada: ‘As notícias a cerca de política deixam-me enojado’ –?
RESPOSTA: – 

1.      A locução a cerca de deve ser usada em relação a distância (aproximadamente – mais ou menos):
·        Taguatinga fica a cerca de 25 quilômetros do Plano Piloto.
·        O bandido estacionou seu carro a cerca de 30 metros da entrada da garagem.

2.      A locução acerca de significa o mesmo que sobre ou a respeito de:
·        Falava-se acerca de futebol o tempo todo.
·        Comentava-se acerca da união das empresas.

3.      A expressão há cerca de expressa tempo decorrido, significando “faz aproximadamente”.
·        Há cerca de dez anos era muito difícil comprar-se um carro novo.
·     Voltamos ao local há cerca de cinco anos e nada mais encontramos.

A frase da consulta, portanto, deve ser corrigida para “As notícias acerca de política deixam-me enojado”.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

CONCORDÂNCIA COM O SUJEITO "MAIS DA METADE DE"

Caríssimos,

CONSULTA

Como é a concordância verbal em “Mais da metade dos consumidores está/estão insatisfeita(os) com os preços”?

RESPOSTA
“Mais de”, seguido de nome plural ou de nome coletivo, leva o verbo para o plural: “Mais de dois milhões de reais foram desviados”; “Mais da metade de suas obras acusam atos de corrupção”.

Se não houver esse “nome plural / nome coletivo”, o verbo fica no singular: “Mais da metade do coração foi comprometida pelo infarto”.

Dessa maneira, o correto é: “Mais da metade dos consumidores estão insatisfeitos com os preços”.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

O hífen e os males do Acordo


  • MÁ-FORMAÇÃO CONGÊNITA — TEM OU NÃO HÍFEN?
Mal (do latim): malus, mala, malum = mal, o que prejudica ou fere; o que concorre para o dano ou a ruína de alguém ou de algo; o que é nocivo, desastroso para a felicidade ou o bem-estar físico ou moral; infelicidade.

Nesse sentido é substantivo. Ex. A multa para quem avança o sinal vermelho é o mal menor. “Mal” é o antônimo de “bem”.

Mal (do latim): male = mal, no sentido de modo irregular; diversamente do que convém ou do que se desejaria; de modo ruim.

Nesse sentido é advérbio. Ex. As normas gramaticais mal sabidas.

Um terceiro sentido é o de conjunção temporal: imediatamente após o instante em que; assim que, logo que, mal que. Ex. “Mal recebeu o comunicado, ele partiu”; “Mal a Magda começava a falar, todos se entediavam”.

A base XV do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa dispõe regulamentação sobre o emprego do hífen em compostos, locuções e encadeamentos vocabulares.

Na dúvida é preciso consultar o VOLP/2009 ou o A. Houaiss, 2009, que já trazem o vocabulário conforme o Acordo Ortográfico.

Os dois dicionários indicam que a grafia correta é “má-formação”.