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domingo, 23 de junho de 2019

MICRO-HABITAT / MICROCEFALIA



São duas situações distintas. No primeiro caso, o prefixo “micro” junta-se a uma palavra que se inicia letra [h]; no segundo, o mesmo prefixo está aplicado a uma palavra que se inicia pela consoante [c].
Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen, se o segundo elemento começar pela mesma vogal ou pela letra [H].

Assim, escrevemos “autodidata”, “auto-observação”, “antirrábico”, “antiético”, “micro-ondas”, “autoclave”, “autopiedade”, “anti-higiênico”, “antígeno”, “auto-hipnose”, “auto-homenagem”, “anteontem”, “antiabortivo”, “monocromático”, “micronutriente”.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

CUJO - CUJA - CUJOS - CUJAS

“Eu apenas estou trazendo uma narrativa, que é discutida no livro “Clash of Empires”, escrito por Louis Vincent Gave e Charles Gave, cujo eu traduzi”. 

O pronome “cujo” é usado para estabelecer uma relação de posse entre dois termos. Isto é, ele relaciona dois elementos nominais de forma a que fique claro que o segundo pertence ao primeiro.

  • A menina cujos olhos encantaram o trovador... = os olhos pertencem à menina;
  • O aluno a cujas notas me refiro foi reprovado por excesso de faltas... = a notas pertencem ao aluno;
  • A cidade cujo transporte público está inoperante é a capital do país... = o transporte público pertence à cidade.
O correto é: “Eu apenas estou trazendo uma narrativa, que é discutida no livro “Clash of Empires”, escrito por Louis Vincent Gave e Charles Gave, que eu traduzi”. O uso de “cujo” não é possível porque não há a relação de posse entre um antecedente e consequente.

Seria ainda conveniente alterar-se a ordem dos termos do texto para obter-se mais clareza quanto ao significado: “Eu apenas estou trazendo uma narrativa, que é discutida no livro, que eu traduzi, “Clash of Empires”, escrito por Louis Vincent Gave e Charles Gave”.

segunda-feira, 10 de junho de 2019

HOUVERA SIDO JULGADO? TIVERA SIDO JULGADO?

Os pedidos de entrevista foram feitos no final de setembro do ano passado, a menos de um mês das eleições presidenciais. À época, o petista já tivera sido julgado inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Existem verbos, os chamados verbos abundantes, que têm dois particípios: um regular e outro irregular. Por exemplo, o verbo entregar tem como particípio regular entregado, e como particípio irregular, entregue.

No registro formal culto da Língua Portuguesa em uso no Brasil, a regra recomenda que as formas regulares são usadas, preferencialmente, na formação da voz ativa, acompanhadas dos verbos auxiliares ter e haver.
  • Miroslava tem vendido muitos planos mirabolantes a investidores incautos.
  • Não se deram conta de que os eleitores haviam aprendido a escolher seus candidatos.
Da mesma maneira, as formas irregulares são usadas na formação da voz passiva, acompanhadas dos verbos auxiliares ser e estar.
  • Suspeitava-se de que o réu fora julgado de forma irregular.
  • Embora esteja eleito, não tomará posse.
Assim, a frase “À época, o petista já tivera sido julgado inelegível pelo TSE” está dentro da norma gramatical culta.