Pesquisar este blog

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

ELEGER / ELEGEMOS / ELEGERMOS

Em “É possível que elegemos algum candidato ficha-suja nas próximas eleições”, o uso do verbo “eleger” está correto?

Como a ação de “eleger” está colocada como uma possibilidade futura, o verbo deve ser usado no futuro do subjuntivo: “É possível elegermos algum candidato ficha-suja nas próximas eleições”.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

JUIZ / JUÍZES

Qual é a razão de escrevermos diferentemente “juiz” e “juízes”?

Em “ju-iz” a sílaba tônica termina com a letra [z]. É uma sílaba fechada. Em “ju-í-zes” isso não se dá, pois a letra [z] passa a pertencer à sílaba seguinte e a tônica passa a ser uma sílaba aberta.

A regra ortográfica diz que as letras [i] e [u], quando estiverem em sílabas tônicas abertas ou fechadas em [s], serão acentuadas graficamente.


Raiz / raízes – juiz / juízes – cair / caíram – sair / saíram - saúva – saída – saíram – cabreúva – embaúba – balaústre – jataí – tatuí – jaú – caíste.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

DIA A DIA

Dia a dia ou dia-a-dia?

A reforma ortográfica anulou algumas distinções com as quais já estávamos habituados – e sabemos que pares opositivos são úteis, fáceis de lembrar. Enfim, muita gente ainda não se acostumou com o desaparecimento de certos hifens.

Esse foi o caso, por exemplo, da locução "dia a dia" (equivalente a "dia após dia"), que se distinguia do substantivo composto "dia-a-dia" (grafia antiga), sinônimo de "cotidiano", exatamente pelo par de hifens. Com a reforma, a grafia se universalizou: "dia a dia" em todos os casos. Assim: “Dia a dia, ele se tornava mais áspero” e “Eram tarefas simples do dia a dia”.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

COMPREI ELE / COMPREI-O

Porque não posso escrever “comprei ele”, “vendi ele”, “decepcionei tu”, “convidou nós”?

Os pronomes retos eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. São chamados de pronomes subjetivos, isto é, servem de sujeito da oração.

Para a função de objeto temos os pronomes oblíquos átonos (me-te-se-lhe(s)-nos-vos-o(s)-a(s)) e os oblíquos tônicos (mim, comigo, ti, contigo, si, consigo, conosco, convosco).

Assim: comprei-o; vendi-o; decepcionei-te; convidou-nos; falar contigo; vir a mim; Deus seja convosco...

Também: deixe-os sair, mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me.
Os pronomes pessoais retos (tu, ele, nós, vós e eles) podem, eventualmente, desempenhar a função de objeto preposicionado.
·    Ofereceu-lhe, a ela, uma grandeza absoluta.

·    Deu-nos, a nós, toda a atenção possível.

sábado, 18 de outubro de 2014

COLOCAÇÃO PRONOMINAL

A colocação pronominal está correta em “Aécio assinou documento no qual compromete-se a adotar alguns pontos do programa de Marina”?

O termo “no qual” é um elemento subordinante que obriga a próclise do pronome oblíquo átono. O correto, portanto, é “Aécio assinou documento no qual SE compromete a adotar alguns pontos do programa de Marina”.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

SUJEITO PARTITIVO + ESPECIFICADOR

Na frase “A maioria dos eleitores não compareceu/compareceram para votar”, o verbo deve ser usado no singular ou no plural?

Quando o sujeito é uma expressão partitiva (a maioria, a minoria, a maior parte de, a menor parte de etc.), acompanhada de um especificador (dos alunos, dos bandidos, dos soldados... etc.) o verbo pode concordar com o núcleo, ou com o especificador.

·        A maioria dos alunos faltou / faltaram.
·        A minoria dos bandidos fugiu / fugiram.
·        Grande parte dos eleitores votou / votaram.
·        A menor parte dos deputados compareceu / compareceram.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

ENXOVAL / ENCHENTE

Qual a razão de se usar “X” na palavra “enxoval” e “CH” em “enchente”?

O fonema palatal /chê/, no sistema ortográfico usado no Brasil, é representado por “X” quando ocorre depois da inicial “EN-”. Estão nesse caso palavras como enxoval, enxotar, enxovia, enxame, enxergar, enxabelador, enxabelha, enxabelhar, enxabelho, enxabeque, enxabiado, enxaca, enxacoco, enxada, enxadrezar etc.

Excetuam-se os casos em que há derivação de palavras com o “CH”, como cheio, charco, chave: encher, enchimento, encharcar, encharcado, enchente etc.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

LHE PERMITE / O PERMITE

Em “Comemora o fim das concentrações em jogos, o que o permite aproveitar um período maior ao lado da família”, o uso do verbo “permitir” está correto?

O verbo “permitir” está construído como transitivo-relativo, ou seja, tem dois complementos verbais distintos: um objeto direto e um objeto indireto. Podemos dizer que “quem permite, permite alguma coisa a alguém”. A expressão “alguma coisa” é o objeto direto; “a alguém” é o objeto indireto.

Na frase da consulta, usa-se o pronome oblíquo átono “o” como objeto indireto e é aí que está o equívoco, pois esse pronome não exerce tal função. O pronome “lhe” deveria ser o escolhido.

“Comemora o fim das concentrações em jogos, o que LHE permite aproveitar um período maior ao lado da família”.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

DESVIAR / DESVIAREM RECURSOS

Qual a forma correta?

“Eles são acusados de desviarem recursos públicos” ou “Eles são acusados de  desviar recursos públicos”?

Há uma norma gramatical, formulada, em 1803, pelo Gramático Soares Barbosa (apud Napoleão Mendes — Gramática Metódica) que diz o seguinte: “Flexiona-se o infinitivo quando ele tem sujeito próprio, diverso do sujeito do verbo regente; não se flexiona quando os sujeitos são idênticos”.

No período da consulta, o sujeito da primeira oração é o mesmo da segunda: “Eles são acusados de (eles) desviar recursos públicos”, logo o infinitivo tem o mesmo sujeito da oração anterior, devendo ficar, por conseguinte, invariável.