Pesquisar este blog

domingo, 30 de dezembro de 2012

É QUE ou É DE QUE?

Está correta a frase “A suspeita é de que os reféns estejam escondidos em uma mata”?
Nessa frase, a preposição de não deve ser usada.

Oração subordinada substantiva predicativa é aquela que exerce a função de predicativo do sujeito da oração principal. Vem introduzida pelas conjunções subordinativas integrantes que/se. Nesse caso, o verbo que antecede a conjunção subordinativa é um verbo de ligação.

Exemplos:
Meu desejo seria que se convocassem todos.
1ª oração: Meu desejo seria → oração principal.
2ª oração: que se convocassem todos. → oração subordinada substantiva predicativa.
Nossa esperança era que nos dessem um aumento salarial.
1ª oração: Nossa esperança era → oração principal.
2ª oração: que nos dessem um aumento salarial. → oração subordinada substantiva predicativa.
Na frase da consulta,
A suspeita é que os reféns estejam escondidos em uma mata.
1ª oração: A suspeita é → oração principal.
2ª oração: que os reféns estejam escondidos em uma mata → oração subordinada substantiva predicativa

 

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

USO DE "O MESMO"


É apropriado o uso de “o mesmo” na expressão “antes de tomar o elevador, verifique se o mesmo está neste andar”?

Esse vocábulo – mesmo – tem diferentes usos na língua. Pode ser adjetivo, pronome demonstrativo, advérbio e substantivo. Em nenhuma dessas funções morfológicas, contudo, pode substituir os pronomes pessoais retos. Na frase da consulta, é mais formal o uso do pronome pessoal “ele”:

“Antes de tomar o elevador, verifique se ele está neste andar.”

domingo, 23 de dezembro de 2012

FUTURO DO SUBJUNTIVO

Há algum erro no emprego do modo verbal em “Se eu ‘ver’ você por aí...”?

A conjunção subordinativa “SE”, que inicia a frase, instaura uma circunstância de probabilidade da ocorrência da ação. Tal circunstância deve ser expressa com o uso do verbo no futuro subjuntivo. Esse tempo verbal é derivado da 3ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo (eles viram).
Se eu vir; se tu vires, se ele vir, se nós virmos, se vós virdes, se eles virem.
Da mesma forma: Se eu vier (de vir), se me convier; se eu tiver (de ter), se eu mantiver; se ele puser (de pôr), se eu impuser; se ele fizer (de fazer), se ele desfizer; se nós dissermos (de dizer), se nós predissermos.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

PLURAL DOS ADJETIVOS COMPOSTOS

A frase “Depende dos acordos políticos-partidários" está correta?
 
O adjetivo, assim como o substantivo, varia em gênero, número e grau. No caso dos adjetivos compostos (formados por mais de uma palavra), a dúvida é frequente: olhos azul-claros, azuis-claro, azuis-claros?
Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia: acordos político-partidários. Outros exemplos: bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-financeiras, partidos social-democratas, constituições latino-americanas.
Esses adjetivos permanecem invariáveis se constituídos de (cor + substantivo), como em tapetes verde-musgo, saias-amarelo-ouro, olhos azul-turquesa.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

A MORAL / O MORAL

Existe alguma diferença em se falar "A moral" e "O moral"? 

A palavra “moral” pode ser masculina ou feminina, dependendo do sentido que assume contextualmente.
A moral – substantivo feminino – é o conjunto das normas de conduta de uma sociedade. Tem a ver com os valores éticos que regem os costumes e que são convencionados como válidos.
Satisfazer necessidades fisiológicas em via pública é um desrespeito à moral e aos bons costumes.

A moral também pode significar o propósito de algum relato.
Qual é a moral da história? Isto é, que ensinamento tira-se da história?

O moral – substantivo masculino – diz respeito ao ânimo, à disposição e ao estado de espírito das pessoas no enfrentamento e na solução de um dilema ou dificuldade.
O moral da equipe estava baixo depois da goleada que levou.
O time argentino não teve moral para voltar a campo.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

NEORREALISMO / HIPER-REALISMO


Porque “neorrealismo” se escreve com “rr”, mas “hiper-realismo” com hífen?

Segundo o Acordo Ortográfico em vigor, os prefixos terminados em vogal escrevem-se com hífen se estiverem antes da letra /h/ ou de vogal idêntica, como em “proto-histórico”, “anti-higiênico”, “micro-ondas”, “arqui-inimigo”. Já os prefixos terminados em /r/, usarão o hífen, quando aplicados antes dessa mesma letra ou da letra /h/, como em “inter-regional”, “super-requintado”, “hiper-hedonista”, “super-herói”.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

“NOTÍCIA-CRIME” ou “NOTÍCIA CRIME”?


O novo Formulário Ortográfico da Língua Portuguesa – Volp, editado pela Academia Brasileira de Letras – ABL, explicita, em sua BASE XV, o seguinte:

1º) Emprega-se o hífen nas palavras compostas por justaposição que não contêm formas de ligação e cujos elementos, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal, constituem uma unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido: ano-luz, arco-íris, decreto-lei, médico-cirurgião, tenente-coronel, tio-avô, turma-piloto, amor-perfeito, guarda-noturno, mato-grossense, norte-americano, porto-alegrense, sul-africano; afro-asiático, azul-escuro, luso-brasileiro, primeiro-ministro, primeiro-sargento, segunda-feira; finca-pé, guarda-chuva.

Obs.: Certos compostos, em relação aos quais se perdeu, em certa medida, a noção de composição, grafam-se aglutinadamente: girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista, etc.

O caso da consulta enquadra-se nos preceitos estabelecidos acima e, portanto, deve ser grafado com hífen: “notícia-crime”.