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quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

DESCRIMINAR / DISCRIMINAR

Professor, em “Por causa dele, nenhuma operadora pode descriminar o acesso ao conteúdo da internet”, o uso do verbo “descriminar” está correto?

Não. Deve-se usar o verbo "discriminar", que significa "perceber diferenças, distinguir, discernir", como em "O ignorante não consegue discriminar o certo do errado".

Veja que descriminar que tem o sentido de "isentar de culpa, absolver, tornar evidente a ausência de crime ou contravenção". O mesmo que "descriminalizar".

Corrija-se para: “Por causa dele, nenhuma operadora pode discriminar o acesso ao conteúdo da internet”.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

CONSEGUIMOS / CONSIGAMOS

“Conquistamos a Copa do Brasil no primeiro semestre, o Campeonato Mineiro no segundo, e quem sabe nós conseguimos conquistar este terceiro título no ano”.

O emprego do verbo, destacado no texto, está correto?

O verbo “conseguir” deve ser conjugado tal qual o verbo “seguir”. No presente do indicativo, temos: eu consigo / nós conseguimos; no pretérito perfeito do indicativo, temos as formas: eu consegui / nós conseguimos.

No texto, percebe-se que o tempo verbal começa no passado, com o verbo “conquistamos”, entretanto a ideia da possível conquista do terceiro título do ano, ainda está por acontecer. É uma possibilidade, mas não uma certeza!

A Língua Portuguesa oferece ao falante uma solução para esses casos em que a ação descrita (no presente, passado ou futuro) não é comprovável de forma indubitável. Trata-se do modo “subjuntivo”: que eu consiga / que nós consigamos.

“Conquistamos a Copa do Brasil no primeiro semestre, o Campeonato Mineiro no segundo, e quem sabe nós consigamos conquistar este terceiro título no ano”.

domingo, 3 de dezembro de 2017

PANACEIA - METÁFORA - PLEONASMO

Professor, li a frase abaixo em um jornal e fiquei em dúvida sobre o uso do termo “panaceia”. 

“Passada a festa, vai ficar claro que acabar ou revisar o foro não é uma panaceia para todos os males da Justiça nacional”.

O autor do texto fez uso da figura de linguagem denominada “metáfora” que consiste em comparação elíptica em que sempre está ausente o atributo comum. Em muitos casos também faltam as balizas de comparação: 'como', 'tal qual', etc.

Ou seja, é o emprego de um termo com significado de outro em vista de uma relação de semelhança entre ambos. É uma comparação subentendida.

Na frase 'Maria é uma flor' consideremos que uma das intenções seja dizer 'Maria é bela'. Mas por que então usar a metáfora e não o termo próprio? Porque com a metáfora não se diz apenas que 'Maria é bela' mas também como é essa beleza, que tipo, que grau. A metáfora agrega significação ao discurso relativamente ao enunciado próprio que vem de sua decifração.

Voltando ao termo da pergunta, panaceia significa, formalmente, “remédio para diferentes males”. Panaceia é uma palavra com origem no grego panákeia, sendo que pan significa "todo" e ákos significa "remédio". Dessa forma, a palavra indica uma substância que cura todas as doenças. Na mitologia grega, Panaceia era a deusa da cura, irmã de Hígia, deusa da saúde e higiene.

Como se vê, o autor pretendeu significar que a eliminação do chamado “foro privilegiado” não resolveria todos os problemas de que padece a Justiça brasileira, logo, em seu entendimento, não seria uma “panaceia”.

Ocorre que, quando o autor escreveu “panaceia para todos os males”,  incorreu no chamado “pleonasmo vicioso” ou “redundância”, pois o próprio termo “panaceia” já inclui o significado de “remédio para todos os males”.

domingo, 19 de novembro de 2017

CAIU ou CAÍRAM?

Professor, a imprensa deu a seguinte notícia: “Caiu os investimentos em moradias populares”. A concordância verbal está correta?

Não.

Perguntemos ao verbo “o que caiu”? A resposta, evidentemente, será “os investimentos”. Essa expressão é o sujeito simples da oração. Diz a regra geral da concordância verbal que o verbo concorda com seu sujeito simples em número e pessoa. Logo, o correto é “Caíram os investimentos em moradias populares”.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

"VÃO FALÁ" / VAMOS FALAR / FALAREMOS

Professor, os apresentadores do Jornal Bom Dia Brasil, da Rede Globo, repetem diariamente expressões como esta: “Agora vão falá da série A do Brasileirão...” e, em seguida, eles mesmos apresentam as notícias... Está errado, não está?

Claro que sim.

O problema está na perífrase verbal “vão falá”, supostamente na 1ª do plural, já que quem diz a frase é que falará. O correto seria “Vamos falar da série A do Brasileirão”. Se o apresentador se referisse a outras pessoas, poderia usar “Os jornalistas A e B vão falar da série A do Brasileirão”.

O problema, parece-me, está relacionado ao desconhecimento do que seja “registro formal” e “registro coloquial”, mas seria facilmente solucionado pelo uso do verbo no futuro do presente, tão fácil e corriqueiro entre pessoas razoavelmente letradas, como se imagina que sejam os jornalistas.

Agora falaremos da série A do Brasileirão.

Agora os jornalistas A e B falarão da série A do Brasileirão.

domingo, 12 de novembro de 2017

PREVÊEM / PREVEEM

Qual das duas formas verbais deve ser usada na sentença: “As normas prevêem/preveem detenção nos casos em que o equipamento coloca embarcações ou aeronaves em perigo”.

A segunda, preveem. O acordo ortográfico aboliu a acentuação gráfica da primeira das vogais dobradas do verbo “ver” e seus derivados, quando flexionados na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

O QUE É UMA PARÁFRASE?

A paráfrase constitui-se de um texto construído como imagem de outro, de forma clara e transparente para o leitor. Diferencia-se do plágio, porque não é uma cópia, mas um elogio ao texto primitivo. Mário de Andrade, um dos papas do Modernismo brasileiro escreveu uma "Ode ao Burguês" que ficou famosa em seu tempo. Abaixo uma paráfrase dessa Ode.

ODE AO CORRUPTO! (Uma paráfrase nada comportada)
Eu insulto o corrupto! O corrupto-jabuculê,
O corrupto-corrupto!
A mordomia cavada em Brasília!
O homúnculo com cifrões nos olhos...
O anão-moral de todas as regiões do País, que está sempre interessado em uma corrupçãozinha!
Eu insulto os sovietes estratificados!
Os companheirões ladrões! Os falsos cassados! Os falsos torturados!
Que vivem encastelados nas repartições,
Sempre pensando na próxima jogada que farão,
Para levarem alguns trocados para as contas da Suíça...
E arrotam suas supostas e fantasiosas honestidades!!!
Eu insulto o corrupto-funesto!
O intragável papo-furado dos movimentos sociais que nada fazem pelos realmente necessitados!
Fora a mentira! Fora a enganação! Fora a filiação cocaleira e o burlesco socialismo do século XXI!
Fora a retórica antiquada, aprendida nos manuais gramscianos fedidos!
Morte ao patrimonialismo!
Morte à burrice estratificada, esclerosada!
Morte ao petista-pixuleco!
Ao petista de passeata! Ao petista que confunde conchavos escrotos com acordos políticos!
— Ai, filha, que te darei pelo Natal? Uma bolsa Louis Vuitton? Um anel de oitocentos mil? Uma sandália Swarovski? Um sítio em Atibaia? Um tríplex no Guarujá? Ou tudo isso e muito mais?
Engole-te a ti mesmo, geleia oligofrênica!
Sopa malcheirosa de batatas podres!
Imitação xing-ling dos mascates sertanejos!
Ódio às metamorfoses ambulantes!
Ódio à repetição neurastênica das mesmas mentiras infamantes!
Ódio à militância cega-burra-remunerada, eternamente uivando as mesmices bolcheviques!
Todos às urnas! Marchemos altivos rumo ao receptáculo de nosso ódio e revolta!
Ódio e reprovação! Ódio e nojo! Ódio e vômito!
Ódio ao corrupto de joelhos,
Cheirando a mofo de batinas desbotadas, de freis que não são freis!
Ódio às teologias da escravização!
Ódio aos homens de preto, com bíblia no sovaco e contas em paraísos fiscais!
Ódio fundamental, sem piedade ou compaixão!

Fora, Lulas! Fora, Dilmas! Fora, Cunhas! Fora, Cabrais! Fora, PT! PSOIS E QUEJANDOS...

AVERÍGUA / AVERIGUA

Professor, li essa manchete no jornal O Estado de São Paulo, deste domingo. “‘Zama’, o novo filme de Lucrecia Martel, averígua o mal-estar contemporâneo”.
A grafia do verbo “averiguar” está correta?

Verbo Averiguar

Nas formas rizotônicas do verbo averiguar ocorre dupla prosódia. Sem acentuação gráfica, a sílaba tônica é gu. Com acentuação gráfica, a sílaba tônica é ri, marcada com acento agudo: averiguo ou aveguo, averigua ou avegua.
Interessante é anotar que Silveira Bueno, por um lado, afirma que, "como todos os verbos terminados em guar, conjuga-se este, acentuando-se a vogal u no presente do indicativo, imperativo e subjuntivo"; por outro lado, porém, tal autor, além da maneira de conjugação normalmente aceita, também assim conjuga no presente do indicativo: averíguo, averíguas, averígua...

Resumindo: valem as duas formas de conjugação.

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

450.000 CONSULTAS

ULTRAPASSAMOS A MARCA DE 450.000 (QUATROCENTAS E CINQUENTA MIL) CONSULTAS. 

É UM INCENTIVO A QUE CONTINUEMOS A AJUDAR QUEM NOS PROCURA, SOLICITANDO AJUDA EM SUAS DÚVIDAS SOBRE A LÍNGUA PORTUGUESA.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

TUDO SÃO FLORES / TUDO É FLORES?

O verbo “ser”, às vezes, tem uma concordância bem complicada. Na expressão a seguir, qual seria a forma correta: “Tudo são flores / Tudo é flores”?

Em se tratando de casos em que o sujeito é representado por “tudo, isso, isto, aquilo”, a concordância do verbo “ser” normalmente se efetiva com o predicativo expresso no plural. 

Exemplos? Observe:

  Tudo são flores.
  Aquilo eram fantasias cultivadas.
  Isso são desencantos passageiros.

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

LOUVA-DEUS / LOUVA-A-DEUS

Qual das formas é a correta? Como se faz o plural?

Os dicionários Aurélio e Houaiss e o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp) registram as duas grafias, mas consideram “louva-a-deus” como a forma preferencial.

Para o plural, a palavra não varia: o louva-a-deus / os louva-deus.

Isso acontece com os substantivos de dois números, isso é, têm uma forma única para o singular e para o plural, fazendo-se a distinção com a variação do número do artigo (ou outro determinante) que os antecede.

Pertencem a essa categoria todos os substantivos terminados em –x e os substantivos proparoxítonos e paroxítonos terminados em –s.

EXEMPLOS: o alferes – os alferes; o atlas – os atlas; o bíceps – os bíceps; o cais – os cais; o lápis – os lápis; o mil-folhas – os mil-folhas; o ônibus – os ônibus; o ourives – os ourives; o pires – os pires; a práxis – as práxis; o vírus – os vírus; o cálix – os cálix; o clímax – os clímax; o códex – os códex; a fênix – as fênix; o índex – os índex;  o látex – os látex; o ônix – os ônix; o tórax – os tórax; o xérox – os xérox...

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

REGÊNCIA VERBAL PERMITIR

Professor, achei estranha a frase veiculada em um jornal de circulação nacional: “Uber perde licença que a permite operar em Londres”. O que o senhor acha?

Pode apostar que não acho graça alguma.

Todo professor de Língua Portuguesa sabe da dificuldade que o assunto “regência” representa nas aulas de Gramática. A regência verbal trata da forma como os verbos se relacionam com seus complementos (objetos direto e indireto) e aí mora grande parte do problema, mas vamos ao caso específico da pergunta.

O verbo “permitir” é um verbo que deve (pode) ser construído com dois complementos. Um objeto direto (aquilo que é permitido - coisa) e um objeto indireto (aquele que recebe a permissão – pessoa). Quem permite, permite alguma coisa a alguém.

Os pronomes oblíquos átonos “o – a – os – as” podem ser exclusivamente objetos diretos de verbos, quer dizer, são os recipiendários (palavrão desgraçado) da ação verbal. Já o pronome oblíquo átono "lhe" serve exclusivamente como objeto indireto.

Logo, na frase de que tratamos, o pronome antes do verbo representa “Úber”, a pessoa jurídica que recebe a permissão (objeto indireto) e deve ser trocado por “lhe”. O objeto direto é a expressão ”operar em Londres”...

Depois dizem que Português é difícil...

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

VERBO INTERMEDIAR

O furacão de categoria 4 em uma escala que vai até 5 acabou afetando a infraestrutura presente no local. Um exemplo é a TI Sparkle, uma das empresas que intermedia o tráfego de rede entre o resto do mundo, que comunicou que as estações na região de Porto Rico tiveram sua atividade reduzida, segundo informações obtidas pela a Folha de S. Paulo.

A grafia do verbo negritado está correta?

Não. O verbo “intermediar” não se conjuga assim.

Os verbos terminados em -iar têm conjugação regular, ou seja, seguem a conjugação de qualquer verbo terminado em -ar, como, por exemplo, o "andar". Então, se dizemos "eu ando, tu andas, ele anda", também diremos "eu negocio, tu negocias, ele negocia".

Há alguns verbos terminados em -iar, porém, que não seguem essa conjugação. É o caso de "mediar", "ansiar", "remediar", incendiar", "odiar" e todos os seus derivados. Esses verbos terão o acréscimo da letra "e" antes da terminação -iar, nas pessoas "eu, tu, ele e eles" do presente do indicativo(todos os dias ...) e do presente do subjuntivo (espero que ...). A conjugação desses dois tempos ficará desta forma: Todos os dias eu medeio, tu medeias, ele medeia, nós mediamos, vós mediais, eles medeiam. Que eu medeie, tu medeies, ele medeie, nós mediemos, vós medieis, eles medeiem.

Todos os outros tempos seguem a conjugação regular, ou seja, terão conjugação igual à de qualquer verbo terminado em -ar.

O verbo "intermediar" é derivado de "mediar" e sua conjugação é idêntica. 
A palavra destacada, então, deve ser assim grafada:          INTERMEDEIA

terça-feira, 22 de agosto de 2017

A FALTA QUE UMA VÍRGULA FAZ

Por volta das 13h25m, o corretor deixou o prédio da Justiça e seguiu para PGR em uma viatura da Polícia Federal onde assinou a colaboração premiada.

O sujeito assinou o documento onde? Na viatura da Polícia Federal? Na PGR? Oh, dúvida cruel!

Quando o professor diz que a aula será sobre colocação da pontuação, muitos alunos ficam enfastiados, porque acham que nada conseguirão aprender e também que isso é “cultura inútil”, como bem ensinou o professor de Física...

Conheci uma professora que ensinava a colocação da “vírgula biológica”: “Você escreve sem se preocupar com as vírgulas. Depois, leia o texto e vai colocando as vírgulas, à medida que interrompe a leitura para respirar”.

Lindo, mas a vírgula é um problema gramatical e nada tem a ver com a capacidade respiratória de cada um de nós...

No texto em questão, as sequências “em uma viatura da Polícia Federal” e “onde assinou a colaboração premiada” são adjuntos adverbiais de lugar, ambas acrescentando circunstâncias ao verbo “seguir”. Para clarificar o texto e dar-lhe consistência lógica, basta colocar o primeiro adjunto adverbial ENTRE duas vírgulas: “Por volta das 13h25m, o corretor deixou o prédio da Justiça e seguiu para PGR, em uma viatura da Polícia Federal, onde assinou a colaboração premiada”.

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

SEMPRE QUE HÁ / SEMPRE QUE HAJA

“Rezam o bom senso e o Código de Processo Civil que um juiz deve se declarar impedido de atuar em determinado processo SEMPRE QUE HÁ razões objetivas ou subjetivas capazes de comprometer a imparcialidade do julgamento”.

Professor, li esse texto em um grande jornal brasileiro e fiquei em dúvida sobre o uso do verbo haver. 

E você tem razão. O uso do verbo haver está realmente contrário às regras gramaticais. 

Quanto ao problema do uso do singular está tudo bem, pois o significado é o mesmo dos verbos existir, ocorrer e, nesse caso, o verbo haver é impessoal e fica sempre na 3ª do singular.

O problema reside no modo verbal. O modo indicativo deverá ser usado para representar ações que ocorreram, ocorrem ou ocorrerão sem a menor sombra de dúvidas.
  • Havia políticos desonestos no passado (passado).
  • Há políticos desonestos no presente (presente).
  • Haverá políticos desonestos no futuro (futuro).

Quando, entretanto, houver qualquer possibilidade de o fato verbal NÃO OCORRER, como sugerido pelo uso do advérbio sempre, no texto da consulta, deveremos usar o modo subjuntivo. “Sempre que haja razões objetivas ou subjetivas capazes de comprometer a imparcialidade do julgamento”. 
  • Sempre que houvesse políticos desonestos (subjuntivo passado).
  • Sempre que haja políticos desonestos (subjuntivo presente).
  • Sempre que houver políticos desonestos (subjuntivo futuro).


segunda-feira, 24 de julho de 2017

AGROINDUSTRIAL ou AGRO-INDUSTRIAL?

Professor, qual a grafia correta de “agroindustrial / agro-industrial”?

Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento.

Exemplos: aeroespacial; agroindustrial; anteontem; antiaéreo; antieducativo; autoaprendizagem; autoescola; autoestrada; autoinstrução.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

A VÍRGULA NO APOSTO EXPLICATIVO

O Jornal O Globo, de 20jul2017, traz o texto a seguir: “Existe a possibilidade de que o presidente da Câmara Rodrigo Maia assuma a presidência da República”.

Existe uma “Câmara Rodrigo Maia” no Brasil?

Nada disso. O redator do texto deve ter faltado à aula sobre o uso da vírgula no interior da oração, ou sobre análise sintática dos termos da oração, ou as duas... No entanto, ganha a vida trabalhando em uma empresa que tem no uso da língua um de seus principais insumos de produção de lucros.
“Câmara“, no caso, é, certamente, a Câmara Federal e “Rodrigo Maia” é seu presidente atual.

Como existem inúmeras “câmaras” por aí, o autor do texto resolveu estabelecer com clareza de que câmara tratava, explicitando seu presidente. O termo que “explicita” um outro classifica-se como “aposto explicativo” e deve ser SEMPRE usado entre vírgulas.

“Existe a possibilidade de que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, assuma a presidência da República”. Dessa forma, o leitor sabe perfeitamente de que câmara se trata e quem é seu presidente de plantão.

quarta-feira, 19 de julho de 2017

TEM / TÊM - DETÉM / DETÊM

Professor, ontem houve uma discussão no trabalho, sobre a acentuação gráfica no verbo “ter”. Ainda existem os “acentos diferenciais”?

Sim. O acordo ortográfico preservou alguns dos acentos diferenciais.
Permanecem os acentos que diferenciam as 3ªs pessoas do singular e do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.).

Exemplos:
  Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.
  Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba.
  Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.
  A crise advém da ganância / As crises advêm da ganância.


segunda-feira, 17 de julho de 2017

DIGNITÁRIO / DIGNATÁRIO

Professsor, vi e ouvi o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, dizer, por duas vezes, a palavra “dignatário”, em entrevista concedida à imprensa. Está correto? Não seria “dignitário”?

Você está certo.

Seria "dignatário" se derivasse de "dignadade", mas "dignadade" não existe. O que existe é a palavra "dignidade", da qual provém "dignitário".

domingo, 16 de julho de 2017

CO-HABITAR / COHABITAR / COABITAR

Que forma está correta? CO-HABITAR / COHABITAR / COABITAR 

O Acordo Ortográfico é omisso com relação à palavra “coabitar” e seus cognatos (palavras de significação aproximada). Devemos, portanto, seguir a norma que manda manter a escrita das palavras já consagradas pelo uso.

Assim, devemos grafar “coabitar / coabitação / coabitante...”

terça-feira, 11 de julho de 2017

VER / VIR

Está certo isto,Professor? “Se você VER pixels brancos em meio as outras cores, já sabe: não é uma TV 4K RGB”.

Não!

Quando há dúvida ou incerteza sobre a efetividade da ação que se quer expressar, usa-se o modo subjuntivo do verbo. O verbo VER, no futuro do subjuntivo é: “se eu vir; se tu vires; se ele (você) VIR; Se nós virmos; se vós virdes; se eles (vocês) virem.

A equívoco decorre da semelhança gráfica e fonética entre os verbos VER e VIR e, principalmente, do desconhecimento sobre tempos e modos verbais, assunto do qual os professores fogem como o diabo da cruz...

segunda-feira, 3 de julho de 2017

RESPONDEU / RESPONDERA

Professor, o tempo verbal usado nesse texto está certo? “Na manhã de ontem, o Procurador Janot respondera duramente as críticas ao Ministério Público, feitas por Gilmar Mendes no dia anterior”.

O tempo verbal chamado “Mais que Perfeito do Indicativo” deve ser usado quando a ação verbal declarada tiver ocorrido em um momento anterior a outra ação verbal, também presente na frase.

No texto, a resposta de Janot ocorreu em momento posterior à crítica de Gilmar. Mesmo porque uma resposta sempre vem depois de uma pergunta ou ação. 

O autor da frase deveria ter usado o verbo no Pretérito Perfeito do Indicativo: 
“Na manhã de ontem, o Procurador Janot respondeu duramente as críticas ao Ministério Público, feitas por Gilmar Mendes no dia anterior”.

Ou

“Na manhã de ontem, o Procurador Janot respondeu duramente as críticas ao Ministério Público, que Gilmar Mendes fizera no dia anterior”.