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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A METADE DE...

— Qual é a frase com a concordância correta?
a.   Mais da metade dos habitantes de Brasília é de funcionários públicos.
b.   Mais da metade dos habitantes de Brasília são funcionários públicos.

Quando o sujeito é representado por uma expressão partitiva (a maioria..., metade..., grande parte..., a menor parte...) seguida de complemento plural (alunos, habitantes, patos, mangueiras, deles, nós), o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural.
Com o verbo no singular, enfatiza-se o conjunto (metade, maioria, minoria, grande parte); com o verbo no plural destacam-se os elementos do conjunto (alunos, habitantes, patos, mangueiras, deles, nós).
  • Assim, as duas formas da consulta estão corretas.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

ASPECTOS VERBAIS


Na frase “As moças estavam ali "há" muito tempo”, o uso do verbo “haver” está correto?

Não. O verbo “haver” deve manter o mesmo aspecto verbal presente no verbo “estar” da oração anterior. Observe-se que “estavam” é a 3ª pessoa do plural do pretérito imperfeito do indicativo, concordando com o sujeito “as moças”. Nesse caso, o verbo “haver” mantém sua impessoalidade, mas deve ser usado em consonância com o tempo e o modo do verbo da oração anterior.

O correto é, portanto, “A moças estavam ali havia muito tempo”.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

PRESIDENTA


Existe a palavra: PRESIDENTA? Que tal colocarmos um "BASTA" no assunto?
No português existem os particípios ativos como derivativos verbais. Por exemplo: o particípio ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendicar é mendicante... Qual é o particípio ativo do verbo ser? O particípio ativo do verbo ser é -ente. Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade.
Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos -ante, -ente ou -inte.

Portanto, a pessoa que preside é PRESIDENTE, e não "presidenta", independentemente do sexo que tenha. Diz-se constituinte, e não "constituinta"; diz-se estudante, e não "estudanta"; diz-se adolescente, e não "adolescenta"; diz-se paciente, e não "pacienta".

A gramática da Língua Portuguesa, no item “flexão de gênero dos substantivos”, ensina que existem os chamados "Substantivos Comuns de dois gêneros". São aqueles que têm a mesma forma para o masculino e o feminino, fazendo a flexão de gênero por meio do artigo que os antecede:
  • o acrobata, a acrobata; o agente, a agente; o artista, a artista; o consorte, a consorte; o herege, a herege; o intérprete, a intérprete; o lojista, a lojista; o mártir, a mártir; o patriota, a patriota; o viajante, a viajante; o dentista, a dentista; o jornalista, a jornalista; o suicida, a suicida; o estudante, a estudante; o cliente, a cliente; o colega, a colega; o indígena, a indígena; o pianista, a pianista; o gerente, a gerente; o camarada, a camarada; o imigrante, a imigrante; o mártir, a mártir o fã, a fã; o médium, a médium; o reporter, a repórter.
Cumpre lembrar, porém, que os dicionários eletrônicos Aurélio, Houaiss e Caldas Aulete já se apressaram em “atualizar” o verbete “presidente”, aceitando também a existência da forma “presidenta”. Entretanto é preciso ficar atento para o fato de que os dicionários não “ditam as regras”, apenas registram o uso que os falantes fazem da língua.

sábado, 18 de agosto de 2012

POR QUE / SE

CONSULTA – Está correta a frase "No entanto, não explicaram por que os acordos e a obtenção do dinheiro foram feitos por intermédio de empresário vinculado a esquema de desvio de dinheiro, e, também, por que procedeu-se à distribuição do dinheiro aos beneficiários mediante técnicas próprias de lavagem de capitais"? Minha dúvida reside no uso de “por que” separado e do “se” enclítico.

– As duas ocorrências de “por que” estão corretas. Observe que elas podem ser substituídas por “o motivo pelo qual” ou “a razão pela qual”. Já o uso do “se” enclítico está equivocado. A presença do “por que” antes do verbo “proceder” obriga a ocorrência da próclise: “também, por que se procedeu à distribuição...”

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

HAVIA - HAVIAM


— Ouvi Esta frase, proferida por um advogado no STF: “Ainda haviam dívidas da campanha de 2002” e fiquei em dúvida quanto à correção da concordância verbal.
— Sua dúvida tem procedência. O verbo haver, usado com o sentido de existir, fica impessoal e apresenta apenas a 3ª pessoa do singular.
·    Ainda havia dívidas da campanha de 2002.
·    Havia muitos interessados na elucidação da verdade.
·    Não há mais dúvidas a esclarecer.
Convém atentar para o fato de que esse verbo é bastante prolífico em Português. Somente o Dicionário Caldas Aulete relata 18 possibilidades de uso do verbo haver.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

O Acordo Ortográfico determina alguma mudança na acentuação gráfica dos monossílabos tônicos?

Não. Os monossílabos tônicos continuam com as mesmas regras de acentuação gráfica, ou seja, acentuam-se graficamente quando terminados em A-E-O e ditongos abertos EU-EI-OI, seguidos ou não de S.

·    MÁ / MÁS (advérbio)

·    LÊ / LÊS (verbo ler)

·    PÓ / PÓS (substantivo)

·    CÉU / CÉUS (substantivo)

·    RÓI / RÓIS (verbo roer)

·    MEL / MÉIS (substantivo)

FIQUE / FICA


Está correto o uso do verbo em "Fica você comigo”?

Fica é a 2ª Pessoa do singular do imperativo afirmativo. Deve ser usado quando o sujeito for o pronome “tu”. O pronome “você” (e os demais pronomes de tratamento) levam o verbo para 3.ª pessoa. Logo, no registro formal culto, o certo é fique:


·        Fique você comigo. (3ª pessoa)

·        Venha p’ra Caixa você também. (3ª pessoa)

·        Chegue aqui. (3ª pessoa)

·        "Fica comigo esta noite, ...” (2ª pessoa)

·        Brinda o luar agora, porque...(2ª pessoa)

·        Esquece! (2ª pessoa)