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segunda-feira, 6 de novembro de 2017

AVERÍGUA / AVERIGUA

Professor, li essa manchete no jornal O Estado de São Paulo, deste domingo. “‘Zama’, o novo filme de Lucrecia Martel, averígua o mal-estar contemporâneo”.
A grafia do verbo “averiguar” está correta?

Verbo Averiguar

Nas formas rizotônicas do verbo averiguar ocorre dupla prosódia. Sem acentuação gráfica, a sílaba tônica é gu. Com acentuação gráfica, a sílaba tônica é ri, marcada com acento agudo: averiguo ou aveguo, averigua ou avegua.
Interessante é anotar que Silveira Bueno, por um lado, afirma que, "como todos os verbos terminados em guar, conjuga-se este, acentuando-se a vogal u no presente do indicativo, imperativo e subjuntivo"; por outro lado, porém, tal autor, além da maneira de conjugação normalmente aceita, também assim conjuga no presente do indicativo: averíguo, averíguas, averígua...

Resumindo: valem as duas formas de conjugação.

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

450.000 CONSULTAS

ULTRAPASSAMOS A MARCA DE 450.000 (QUATROCENTAS E CINQUENTA MIL) CONSULTAS. 

É UM INCENTIVO A QUE CONTINUEMOS A AJUDAR QUEM NOS PROCURA, SOLICITANDO AJUDA EM SUAS DÚVIDAS SOBRE A LÍNGUA PORTUGUESA.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

TUDO SÃO FLORES / TUDO É FLORES?

O verbo “ser”, às vezes, tem uma concordância bem complicada. Na expressão a seguir, qual seria a forma correta: “Tudo são flores / Tudo é flores”?

Em se tratando de casos em que o sujeito é representado por “tudo, isso, isto, aquilo”, a concordância do verbo “ser” normalmente se efetiva com o predicativo expresso no plural. 

Exemplos? Observe:

  Tudo são flores.
  Aquilo eram fantasias cultivadas.
  Isso são desencantos passageiros.

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

LOUVA-DEUS / LOUVA-A-DEUS

Qual das formas é a correta? Como se faz o plural?

Os dicionários Aurélio e Houaiss e o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp) registram as duas grafias, mas consideram “louva-a-deus” como a forma preferencial.

Para o plural, a palavra não varia: o louva-a-deus / os louva-deus.

Isso acontece com os substantivos de dois números, isso é, têm uma forma única para o singular e para o plural, fazendo-se a distinção com a variação do número do artigo (ou outro determinante) que os antecede.

Pertencem a essa categoria todos os substantivos terminados em –x e os substantivos proparoxítonos e paroxítonos terminados em –s.

EXEMPLOS: o alferes – os alferes; o atlas – os atlas; o bíceps – os bíceps; o cais – os cais; o lápis – os lápis; o mil-folhas – os mil-folhas; o ônibus – os ônibus; o ourives – os ourives; o pires – os pires; a práxis – as práxis; o vírus – os vírus; o cálix – os cálix; o clímax – os clímax; o códex – os códex; a fênix – as fênix; o índex – os índex;  o látex – os látex; o ônix – os ônix; o tórax – os tórax; o xérox – os xérox...

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

REGÊNCIA VERBAL PERMITIR

Professor, achei estranha a frase veiculada em um jornal de circulação nacional: “Uber perde licença que a permite operar em Londres”. O que o senhor acha?

Pode apostar que não acho graça alguma.

Todo professor de Língua Portuguesa sabe da dificuldade que o assunto “regência” representa nas aulas de Gramática. A regência verbal trata da forma como os verbos se relacionam com seus complementos (objetos direto e indireto) e aí mora grande parte do problema, mas vamos ao caso específico da pergunta.

O verbo “permitir” é um verbo que deve (pode) ser construído com dois complementos. Um objeto direto (aquilo que é permitido - coisa) e um objeto indireto (aquele que recebe a permissão – pessoa). Quem permite, permite alguma coisa a alguém.

Os pronomes oblíquos átonos “o – a – os – as” podem ser exclusivamente objetos diretos de verbos, quer dizer, são os recipiendários (palavrão desgraçado) da ação verbal. Já o pronome oblíquo átono "lhe" serve exclusivamente como objeto indireto.

Logo, na frase de que tratamos, o pronome antes do verbo representa “Úber”, a pessoa jurídica que recebe a permissão (objeto indireto) e deve ser trocado por “lhe”. O objeto direto é a expressão ”operar em Londres”...

Depois dizem que Português é difícil...

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

VERBO INTERMEDIAR

O furacão de categoria 4 em uma escala que vai até 5 acabou afetando a infraestrutura presente no local. Um exemplo é a TI Sparkle, uma das empresas que intermedia o tráfego de rede entre o resto do mundo, que comunicou que as estações na região de Porto Rico tiveram sua atividade reduzida, segundo informações obtidas pela a Folha de S. Paulo.

A grafia do verbo negritado está correta?

Não. O verbo “intermediar” não se conjuga assim.

Os verbos terminados em -iar têm conjugação regular, ou seja, seguem a conjugação de qualquer verbo terminado em -ar, como, por exemplo, o "andar". Então, se dizemos "eu ando, tu andas, ele anda", também diremos "eu negocio, tu negocias, ele negocia".

Há alguns verbos terminados em -iar, porém, que não seguem essa conjugação. É o caso de "mediar", "ansiar", "remediar", incendiar", "odiar" e todos os seus derivados. Esses verbos terão o acréscimo da letra "e" antes da terminação -iar, nas pessoas "eu, tu, ele e eles" do presente do indicativo(todos os dias ...) e do presente do subjuntivo (espero que ...). A conjugação desses dois tempos ficará desta forma: Todos os dias eu medeio, tu medeias, ele medeia, nós mediamos, vós mediais, eles medeiam. Que eu medeie, tu medeies, ele medeie, nós mediemos, vós medieis, eles medeiem.

Todos os outros tempos seguem a conjugação regular, ou seja, terão conjugação igual à de qualquer verbo terminado em -ar.

O verbo "intermediar" é derivado de "mediar" e sua conjugação é idêntica. 
A palavra destacada, então, deve ser assim grafada:          INTERMEDEIA

terça-feira, 22 de agosto de 2017

A FALTA QUE UMA VÍRGULA FAZ

Por volta das 13h25m, o corretor deixou o prédio da Justiça e seguiu para PGR em uma viatura da Polícia Federal onde assinou a colaboração premiada.

O sujeito assinou o documento onde? Na viatura da Polícia Federal? Na PGR? Oh, dúvida cruel!

Quando o professor diz que a aula será sobre colocação da pontuação, muitos alunos ficam enfastiados, porque acham que nada conseguirão aprender e também que isso é “cultura inútil”, como bem ensinou o professor de Física...

Conheci uma professora que ensinava a colocação da “vírgula biológica”: “Você escreve sem se preocupar com as vírgulas. Depois, leia o texto e vai colocando as vírgulas, à medida que interrompe a leitura para respirar”.

Lindo, mas a vírgula é um problema gramatical e nada tem a ver com a capacidade respiratória de cada um de nós...

No texto em questão, as sequências “em uma viatura da Polícia Federal” e “onde assinou a colaboração premiada” são adjuntos adverbiais de lugar, ambas acrescentando circunstâncias ao verbo “seguir”. Para clarificar o texto e dar-lhe consistência lógica, basta colocar o primeiro adjunto adverbial ENTRE duas vírgulas: “Por volta das 13h25m, o corretor deixou o prédio da Justiça e seguiu para PGR, em uma viatura da Polícia Federal, onde assinou a colaboração premiada”.