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domingo, 10 de julho de 2016

CACÓFATOS

Causou grande hilaridade a citação, na Comissão do Impeachment do Senado Federal, ao “renomado jurista” Thomás Turbando... Afinal, o que é o cacófato?

Cacófato é a palavra ou expressão ridícula ou obscena resultante da união de sílabas de palavras vizinhas: "É de pôr com a mão", "Tirei da boca dela", "Não pensei nunca nisso", "Quero a mala" e "A empresa é dirigida pela dona do 1º andar". Há casos de cacófatos internos ou intravocabulares, em que as sílabas da mesma palavra podem ser lidas de maneira separada de modo a produzir novas formas, inconvenientes: "É mulher que se disputa (se diz puta)". Desfaz-se o cacófato mediante mudança da ordem das palavras ou sua substituição.

A cacofonia constitui-se em um dos chamados vícios de linguagem e deve ser evitada, tanto na linguagem coloquial quanto na escrita.

Exemplos

Maluf nunca ganhou.
Ela tinha muito jeito
Dê-me uma mão, por favor.
Vou-me já, pois estou atrasado.
Eu amo ela demais.
A moça fada ganhou o prêmio.
Decreto presidencial confisca gado de produtores.
Um real por cada boi.
O presidente da mesa havia dado por encerrada a votação.
As candidatas, como as concebo, devem atender a todos os requisitos do edital. 

terça-feira, 21 de junho de 2016

REPATRIADOS DO EXTERIOR

Uma emissora de televisão transmitiu a seguinte notícia: “Os 79 milhões de reais foram repatriados do exterior...” e pareceu-me que ocorre uma impropriedade linguística. 

Está correto?

A frase contém uma redundância, pois o dinheiro não poderia ter sido “repatriado” se não estivesse no exterior, não é verdade”? É o mesmo que dizer “todos foram unânimes em discordar”; “dividir em metades iguais”; “encarar de frente”; “exportar para fora”; “teve a cabeça decapitada”; “amanhecer o dia”...

terça-feira, 14 de junho de 2016

CIZÂNIA / CIZANIA

Li em um jornal esse texto: “Nós engolimos muita coisa em nome do governo, de apoiar o governo, de estar do lado do governo, de não criar cizânia para não aproveitarem uma eventual divergência”. Está certa a grafia? A pronúncia é mais forte no /a/ ou no /i/?

Os dicionários registram o significado: falta de harmonia; desavença, rixa, discórdia.

A grafia está correta. Trata-se de palavra paroxítona terminada em ditongo crescente (semivogal “i” seguida de vogal “a”). As semivogais são sempre átonas e não podem, por conseguinte, receber acento de qualquer espécie. 

O acordo ortográfico manda acentuar graficamente a vogal tônica dos vocábulos paroxítonos terminados em ditongos orais ou nasais, crescentes ou decrescentes: sótão – órgão – espécie – história – glória – fósseis (plural de fóssil) – amáveis...

A pronúncia é com o acento tônico no “â”: CIZÂNIA.