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domingo, 26 de junho de 2011

ACERCA DE / A CERCA DE / HÁ CERCA DE


CONSULTA: – Está certa a expressão sublinhada: ‘As notícias a cerca de política deixam-me enojado’ –?
RESPOSTA: – 

1.      A locução a cerca de deve ser usada em relação a distância (aproximadamente – mais ou menos):
·        Taguatinga fica a cerca de 25 quilômetros do Plano Piloto.
·        O bandido estacionou seu carro a cerca de 30 metros da entrada da garagem.

2.      A locução acerca de significa o mesmo que sobre ou a respeito de:
·        Falava-se acerca de futebol o tempo todo.
·        Comentava-se acerca da união das empresas.

3.      A expressão há cerca de expressa tempo decorrido, significando “faz aproximadamente”.
·        Há cerca de dez anos era muito difícil comprar-se um carro novo.
·     Voltamos ao local há cerca de cinco anos e nada mais encontramos.

A frase da consulta, portanto, deve ser corrigida para “As notícias acerca de política deixam-me enojado”.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

CONCORDÂNCIA COM O SUJEITO "MAIS DA METADE DE"

Caríssimos,

CONSULTA

Como é a concordância verbal em “Mais da metade dos consumidores está/estão insatisfeita(os) com os preços”?

RESPOSTA
“Mais de”, seguido de nome plural ou de nome coletivo, leva o verbo para o plural: “Mais de dois milhões de reais foram desviados”; “Mais da metade de suas obras acusam atos de corrupção”.

Se não houver esse “nome plural / nome coletivo”, o verbo fica no singular: “Mais da metade do coração foi comprometida pelo infarto”.

Dessa maneira, o correto é: “Mais da metade dos consumidores estão insatisfeitos com os preços”.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

O hífen e os males do Acordo


  • MÁ-FORMAÇÃO CONGÊNITA — TEM OU NÃO HÍFEN?
Mal (do latim): malus, mala, malum = mal, o que prejudica ou fere; o que concorre para o dano ou a ruína de alguém ou de algo; o que é nocivo, desastroso para a felicidade ou o bem-estar físico ou moral; infelicidade.

Nesse sentido é substantivo. Ex. A multa para quem avança o sinal vermelho é o mal menor. “Mal” é o antônimo de “bem”.

Mal (do latim): male = mal, no sentido de modo irregular; diversamente do que convém ou do que se desejaria; de modo ruim.

Nesse sentido é advérbio. Ex. As normas gramaticais mal sabidas.

Um terceiro sentido é o de conjunção temporal: imediatamente após o instante em que; assim que, logo que, mal que. Ex. “Mal recebeu o comunicado, ele partiu”; “Mal a Magda começava a falar, todos se entediavam”.

A base XV do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa dispõe regulamentação sobre o emprego do hífen em compostos, locuções e encadeamentos vocabulares.

Na dúvida é preciso consultar o VOLP/2009 ou o A. Houaiss, 2009, que já trazem o vocabulário conforme o Acordo Ortográfico.

Os dois dicionários indicam que a grafia correta é “má-formação”.

terça-feira, 14 de junho de 2011

USO DO PARTICÍPIO

CONSULTA: Qual das duas frases está correta: “Os dois já haviam sido comunicados da mudança.” / “Os dois já tinham sido comunicados da mudança.”?
RESPOSTA:
  • As duas frases estão corretas.
  • Quando o verbo é abundante (duplo particípio: eleger, por exemplo, tem dois particípios elegido/eleito; imprimir tem imprimido/impresso; pagar tem pagado/pago) usa-se a forma regular do particípio (-ido/-ado) com os auxiliares ter/haver - tinham elegido / haviam elegido; a forma irregular (-ito) é usada com os auxiliares ser/estar - foi eleito / está eleito.
  •  Como o verbo ser só tem o particípio regular, ele pode ser usado com os verbos auxiliares haver/ter.
  • Pessoalmente, prefiro usar, nesses casos, o verbo haver. É, entretanto, uma escolha pessoal.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Emprego do infinitivo

CONSULTA: Qual é a frase correta: “Vamos todos ADOTAR medidas ecológicas” ou “Vamos todos ADOTARMOS medidas ecológicas”?

RESPOSTA: O infinitivo é a forma verbal que relata a ação de modo geral. Há duas espécies de infinitivo: o impessoal e o pessoal. O impessoal é o infinitivo puro, é a forma nominal essencialmente substantiva do verbo; não se flexiona. O pessoal é o infinitivo empregado com referência a um sujeito e — aqui nasce a dificuldade — em Português, ora é flexionado de acordo com a pessoa do sujeito (é um chamado idiomatismo – traço particular de uma língua); ora não se flexiona e confunde-se com o infinitivo impessoal.

Essa dificuldade acentua-se pelo fato de que nos verbos regulares o infinitivo pessoal é idêntico ao futuro do subjuntivo.

1.  Quando o infinitivo tem o mesmo sujeito da oração principal, ele não se flexiona:
·    Declaramos (nós) ESTAR (nós) satisfeitos.
·    Declararam (eles) ESTAR (eles) satisfeitos.
·    Pensas (tu) ELEGER (tu) um crápula.
·    Penso (eu) ESCOLHER (eu) melhor.
·    Tínhamos (nós) a certeza de TRIUNFAR (nós).

 2.  Será flexionado o infinitivo com sujeito próprio, diferente do sujeito do verbo anterior.
·    Declaramos (nós) ESTAREM (eles) prontos.
·    Declararam (eles) ESTARMOS (nós) prontos.
·    Tínhamos (nós) a certeza de TRIUNFARDES (vós).
·    Tínheis (vós) a certeza de TRIUNFARMOS (nós).

Existem outras formas de emprego do infinitivo que serão tratadas posteriormente.

Na frase da consulta, "(Nós) vamos todos (nós) adotar medidas ecológicas", o infinitivo não deve ser flexionado, pois tem o mesmo sujeito que a oração anterior. O correto, portanto, é "Vamos todos adotar medidas ecológicas...".

terça-feira, 7 de junho de 2011

CONJUGAÇÃO VERBAL - ADEQUAR


A frase “O meu perfil se adequa ao que ela pretende” está correta?

Não.

O verbo adequar pertence ao rol dos “verbos defectivos”, aqueles que apresentam defeitos de conjugação, não se flexionando completamente em uma ou mais pessoas.


Esse verbo não tem as formas rizotônicas no presente do indicativo. Formas rizotônicas são aquelas em que o acento tônico recai no radical do verbo.


Assim, tais verbos somente são conjugados nas 1ª e 2ª pessoas do plural do presente do indicativo, com as consequentes implicações nos modos e tempos (imperativo afirmativo, imperativo negativo, presente do subjuntivo) dele derivados.

O correto seria: “O meu perfil se ajusta ao que ela pretende.”

quinta-feira, 2 de junho de 2011

O PREFIXO "EX-"


COMO SE USA O PREFIXO “EX”?

O prefixo “ex-” serve para caracterizar uma pessoa que deixou de apresentar uma determinada condição. Emprega-se esse prefixo antes de cargos ou funções como: ex-amigo, ex-mulher, ex-namorado(a), ex-presidente, ex-senador, ex-professor etc.
É bom lembrar que o uso normal refere-se a pessoas, não sendo, portanto, recomendável com instituições como ex-Grêmio Prudente, ex-Mercosul, ex-Alemanha Federal. Nesses casos, é preferível dizer-se antigo Grêmio Prudente, antigo Mercosul, antiga Alemanha Federal etc.

O uso inadequado desse prefixo pode, eventualmente, produzir incoerências insanáveis, por exemplo:

A foto mostra os ex-fundadores do Clube Atlético Mineiro, em reunião no Parque Municipal de Belo Horizonte.

Não há como a pessoa perder a condição de fundador de um clube de futebol ou de outra coisa qualquer. Os fundadores serão, para todo o sempre, os criadores da criatura nomeada.

Assim: A foto mostra os fundadores do Clube Atlético Mineiro, em reunião no Parque Municipal de Belo Horizonte.

Ainda é bom lembrar que, conforme o novo Acordo Ortográfico, o prefixo “ex” deve ser, sempre, seguido de hífen.