Na oração
“Os contribuintes compartilhamos da preocupação com os
destinos dados ao nosso rico dinheirinho”, a concordância verbal está correta?
O sujeito “contribuintes” é da 3ª pessoa do plural e o verbo “compartilhar”
está na 1ª pessoa...
Comentários sobre o uso prático da língua portuguesa. Resposta a consultas formuladas por frequentadores do Blog.
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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014
SILEPSE DE PESSOA
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
REGÊNCIA DO VERBO PEDIR
Está certa a regência na frase “Porém, em nenhum momento eu o pedi e ele muito menos exerceu o
papel de solicitar recursos ao Sr. Paulo Roberto para a campanha ao Senado de
2010″?
O verbo
“pedir”, nesse contexto, é transitivo-relativo, isto é, deve ser construído com
dois complementos: objeto direto (para coisa) e objeto indireto (para pessoa).
É como se eu dissesse: “pedir alguma coisa a alguém”. Pedir mesada
ao pai; Pedir ajuda ao amigo.
Em “eu o
pedi”, o alvo da petição, objeto indireto, é representado pelo pronome oblíquo
átono “o”, o que é gramaticalmente incorreto, pois tal pronome não exerce a
função de objeto indireto. Tal função é própria do pronome oblíquo átono “lhe”.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
CONCORDÂNCIA VERBO-NOMINAL
Devo escrever “Grande parte do trabalho
foi feito por estagiários” ou “Grande parte do trabalho foi feita por
estagiários”?
Os partitivos, como “a maioria” e “parte”,
apresentam um status categorial “ambíguo”.
Ao lado de uma natureza funcional, que
lhes permite realizar operações de quantificação sobre nomes, também apresentam
uma natureza lexical, com um comportamento semelhante ao de verdadeiros núcleos
nominais.
No primeiro caso, o nome antecedido por “maioria” ou “parte” é o termo controlador da
concordância; no segundo caso, “maioria” e “parte” detêm o controle da
concordância. Pode-se dizer que “maioria” e “parte”, além de “quantificadores
de contagem”, também pertencem, respectivamente, às subclasses semânticas de
“termos de referência dependente” e “quantificadores de medição”.
Quanto à concordância, quando “parte”
tem o sentido apenas de “área”, isto é, só existe a leitura quantificativa, a concordância é feita
com o primeiro nome.
a)
“Grande parte do trabalho foi feita por estagiários”. (leitura quantificativa).
Numa sentença em que tanto a leitura quantificativa quanto a descritiva podem ser atribuídas ao nome
partitivo, o verbo no singular, concordando com o primeiro nome, permite ambas
as leituras.
a)
“Grande parte do trabalho foi feita por estagiários”. (leitura quantificativa).
b)
“Grande
parte do trabalho foi feito por estagiários”. (leitura descritiva).
CONCLUSÃO
Quando o sujeito é constituído de uma
expressão partitiva, seguida de complemento, a CONCORDÂNCIA VERBAL pode ser
feita com o verbo no singular ou no plural. Se houver predicativo do sujeito,
ele concordará em gênero e número com o partitivo ou com o complemento.
c)
A maior parte dos alunos ficou satisfeita.
d)
A
maior parte dos alunos ficaram
satisfeitos.
e)
Um terço das mulheres está grávido.
f)
Um
terço das mulheres estão grávidas.
Assim, a frase da consulta pode ser
formulada de duas formas distintas, ambas perfeitamente gramaticais:
1.
“Grande
parte do trabalho foi feita por estagiários” (leitura quantificativa).
2.
“Grande
parte do trabalho foi feito por estagiários” (leitura descritiva)
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