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segunda-feira, 10 de novembro de 2014

CONCORDÂNCIA VERBAL NA VOZ PASSIVA

Em “Em toda campanha eleitoral há denúncias que não se comprovam. E assim que acaba a eleição ninguém se responsabiliza por ela. Não se pode cometer injustiças.”, a concordância verbal está correta?

Temos o caso de uma oração passiva sintética. O pronome “se” é um pronome apassivador. Esse fato é facilmente comprovável pela conversão da passiva sintética em passiva analítica: “Injustiças não podem ser cometidas”, perfeitamente gramatical, como acontece na primeira oração do período: “há denúncias que não se comprovam”.

A gramática normativa diz que, em casos assim, o verbo deve concordar com o sujeito passivo. Quem é o sujeito? O que não se pode cometer? “Injustiças”.

A frase da consulta está portanto, defeituosa no que se refere à concordância verbal. Deve ser reescrita como “Não se podem cometer injustiças”.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

MAIS GRAVIDADE OU MAIOR GRAVIDADE?

Depende do contexto. Se os advérbios “mais” e “maior” estiverem estabelecendo o chamado “grau comparativo”, deve-se levar em conta o seguinte:

a) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações feitas entre duas qualidades de um mesmo elemento, usam-se as formas analíticas mais bom, mais mau, mais grande e mais pequeno.

Pedro é maior que (do que) Paulo - Comparação da mesma qualidade atribuída a elementos distintos.

Pedro é mais grande que pequeno - comparação de duas qualidades atribuídas a um mesmo elemento.

Caso tais advérbios tenham apenas o papel de intensificador, leva-se em conta o seguinte:

1.   "Mais gravidade" para um fato isolado.
·        Acidentes envolvendo crianças apresentam mais gravidade em seus resultados;

2.   "Maior gravidade" quando houver uma comparação entre dois ou mais fatos.
·        Acidentes envolvendo crianças apresentam maior gravidade que aqueles em que as vítimas são adultas.