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quarta-feira, 20 de abril de 2022

QUE PODEM ou QUE POSSAM?

"Pré-candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, criticou as negociações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para formar as alianças de sua chapa que vai concorrer às eleições. No entendimento do pedetista, o ex-presidente tenta acabar com outros partidos que podem fazer sombra a ele." 

Professor, uma publicação do UOL começa com esse trecho. Pelo que percebi, a ideia é a de que Lula, eventualmente, destruirá os partidos que o ameaçarem. Dito isso, está correto o uso de "... que podem fazer sombra a ele"?

Não. 

A dúvida, a eventualidade ou a possibilidade de uma ação verbal devem ser expressas com o verbo no modo Subjuntivo: "o ex-presidente tenta acabar com outros partidos que POSSAM fazer sombra a ele."

IMPLICAR A ou IMPLICAR EM?

 No voto de um ministro do STF, transmitido pela TV, ouvimos a expressão "... não IMPLICA, necessariamente, NA necessidade de ...". Isto está certo, professor?

O verbo IMPLICAR, com o sentido de resultar, causar, produzir é transitivo direto e não aceita o uso de qualquer preposição antes de seu complemento. 

O autor do texto deve rever a aula de "Regência Verbal" e corrigir o texto para "... não IMPLICA, necessariamente, A necessidade de ...". 

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

SE VOCÊ VER / SE VOCÊ VIR?

 “Se você ver um tronco de árvore desse jeito, é melhor evitar se aproximar do local”.

Esse é um erro cometido reiteradas vezes por pessoas até com formação superior.

A frase inicia-se com a conjunção condicional “SE”. Quando se tem condicionantes, dependências ou eventualidades para que a ação ocorra, o verbo deve estar no modo subjuntivo e é aí que reside o problema. Como se forma o Modo Subjuntivo dos Verbos?

Presente do subjuntivo: tempo verbal derivado do presente do indicativo.
Pretérito imperfeito do subjuntivo: tempo verbal derivado do pretérito perfeito do indicativo.
Futuro do subjuntivo: tempo verbal derivado da 3ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo.

Verbo VER – Pretérito perfeito (Eu vi / tu viste / ele viu / nós vimos / vós vistes / eles VIRAM) èEliminar a desinência número pessoal: VIRAM = VIR.

FUTURO DO SUBJUNTIVO:

Se eu VIR / se tu vires / se ele/você vir / se nós virmos / se vós virdes / se eles/vocês virem.

Logo, o correto é:

Se eu vir um tronco de árvores desse jeito, é melhor evitar me aproximar do local.

Se tu vires um tronco de árvore desse jeito, é melhor evitar te aproximares do local.

Se ele/você vir um tronco de árvore desse jeito, é melhor evitar se aproximar do local.

Se nós virmos um tronco de árvore desse jeito, é melhor evitar nos aproximarmos do local.

Se vós virdes um tronco de árvore desse jeito, é melhor evitar vos aproximares do local.

Se eles/vocês virem um tronco de árvore desse jeito, é melhor evitar se aproximarem do local.

OBS: VISITEM OS SITES AO LADO. ISSO SERÁ MUITO BOM PARA O BLOG.

 

 

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 2 de novembro de 2021

DEVO USAR HOUVE / HOUVERAM?

 Desde maio de 2021, quando o livro foi publicado, já houveram muitas transformações no cenário brasileiro e internacional.

O verbo “haver”, usado no sentido de “existir”, fica impessoal, isto é, não se flexiona. Fica sempre na 3ª pessoa do singular, independentemente de o sujeito ser de qualquer outra pessoa ou número.

No trecho acima, retirado de uma resenha de um livro atual. Se perguntarmos ao verbo “o que “houveram”? A resposta será “muitas transformações no cenário brasileiro e internacional”. Sujeito da oração, cujo núcleo é “transformações” e os demais componentes são adjuntos adnominal (muitas) e adverbial (no cenário brasileiro e internacional).

Trata-se, portanto, do uso do verbo “haver” em sentido existencial. Tanto que poderíamos facilmente escrever (já existiram muitas transformações no cenário brasileiro e internacional), sem incorrer em qualquer impropriedade gramatical ou semântica.

O correto, portanto, é “Desde maio de 2021, quando o livro foi publicado, já houve muitas transformações no cenário brasileiro e internacional”.

OBS: VISITEM OS SITES AO LADO. ISSO SERÁ MUITO BOM PARA O BLOG.


sábado, 2 de outubro de 2021

Uso do "ESSE -ESTE" e do "CONSIGO - CONTIGO"

Geralmente as empresas costumam entregar parte da rentabilidade com a distribuição de proventos.  Se você busca esse tipo de renda, esse artigo identifica-se contigo.

O primeiro "esse" é um pronome relativo que remete para o antecedente "proventos". Sua função textual é a de "repetir um termo pré-existente no texto". É, portanto, um anafórico.

O segundo "esse" é um pronome relativo, em função adverbial, referindo-se ao texto que estamos a ler, do qual ele faz parte. Deve ser trocado por "este".

O "contigo" é um pronome pessoal de 2ª pessoa que remete para o pronome de tratamento "você", na oração anterior. Os pronomes de tratamento, embora sejam de 2ª pessoa, pedem o verbo e complementos na 3ª pessoa. Deve ser trocado por "consigo".

sábado, 25 de setembro de 2021

PORQUE OU POR QUE -

 "O texto traz, além dos dados, a fala de diversos especialistas, que explicam como funcionam as vacinas e porque as restrições sociais e sanitárias ainda são importantes para reduzir a circulação do novo coronavírus".

O termo destacado deve ser substituído por "por que", equivalente a "a razão pela qual". 

Estabelecendo uma relação com um termo antecedente, por que é usado como elo de ligação entre duas orações, podendo ser substituído por:

  • pelo qual;
  • pela qual;
  • pelos quais;
  • pelas quais;
  • por qual;
  • por quais.

Exemplos com por que (relativo)

  • Não achei o caminho por que passei.
  • As razões por que fui embora são pessoais.

Substituição do por que (relativo)

  • Não achei o caminho pelo qual passei.
  • Não achei o caminho por qual passei.
  • As razões pelas quais fui embora são pessoais.
  • As razões por quais fui embora são pessoais.

domingo, 22 de agosto de 2021

AGREGOU-SE ou AGREGARAM-SE?

 “Nas mãos da VBI, o ativo foi reformado, agregou-se serviços e agora ele gera mais receita do que gerava antes”.

Temos aqui um exemplo bem claro sobre a concordância verbal com o verbo na voz passiva sintética, que é quando se usa o pronome apassivador “SE”.

Veja que o verbo agregar está na terceira pessoa do singular, mas, se transformarmos a oração em uma voz passiva analítica, usando um verbo auxiliar, obteremos “serviços foram agregados”, com o verbo no plural.

O que aconteceu?

É que o substantivo “serviços”, no plural, é o sujeito passivo do verbo agregar, e a regra geral da concordância verbal define que o verbo concorda com seu sujeito em número e pessoa: sujeito singular = verbo no singular; sujeito plural = verbo no plural. Sujeito 1ª, 2ª ou 3ª pessoa = verbo na 1ª, 2ª ou 3ª pessoa.

Logo:

“Nas mãos da VBI, o ativo foi reformado, agregou-se serviço e agora ele gera mais receita do que gerava antes”.

Ou:

“Nas mãos da VBI, o ativo foi reformado, agregaram-se serviços e agora ele gera mais receita do que gerava antes”.