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domingo, 26 de maio de 2019

UMA DAS QUE FARIAM / UMA DAS QUE FARIA


A decisão foi antecipada pela jornalista Mônica Bergamo, uma das que fariam a entrevista na sede da PF (Polícia Federal) na capital paranaense. Em sua coluna na Folha, ela chamou a proibição de “censura”.

O sujeito “um dos que” – “uma das que” permite dois tipos de concordância.

1ª – se o falante quer priorizar um indivíduo (jornalista Mônica Bergamo) o verbo concordará com ele. “A decisão foi antecipada pela jornalista Mônica Bergamo, uma das que faria a entrevista na sede da PF (Polícia Federal) na capital paranaense.

2ª se o falante opta por priorizar o conjunto de indivíduos (jornalistas), o verbo irá para o plural. “A decisão foi antecipada pela jornalista Mônica Bergamo, uma das (jornalistas) que fariam a entrevista na sede da PF (Polícia Federal) na capital paranaense”.

MELHOR EDUCADOS – MAIS BEM EDUCADOS


O preparadíssimo ex-presidente FHC, em congresso do seu partido, disse que “queremos brasileiros melhor educados, e não brasileiros liderados por gente que despreza a educação, a começar pela própria”. 

O registro formal culto da Língua Portuguesa recomenda que em expressões como essa não se usa o advérbio “melhor” para qualificar o particípio. O uso correto é “mais bem educados”.

Como o ex-presidente fala de “brasileiros educados” (bem ou mal), trata, por conseguinte, de Educação Formal e, nesse caso, não há desculpa para o uso incorreto da língua, já que FHC é professor aposentado da UsP e autor de vários e renomados livros sobre Sociologia...

Queremos brasileiros mais bem educados, e não brasileiros liderados por gente que despreza a educação, a começar pela própria.

sexta-feira, 17 de maio de 2019

TER-SE-IAM AGLOMERADO / TERIAM SE AGLOMERADO

Os materiais lançados ao espaço teriam se aglomerado em poucos milhares de anos para formar a lua.

A colocação dos pronomes oblíquos átonos é um problema recorrente, quando se faz uso do registro formal culto da Língua Portuguesa. Fique bem claro que tal registro deve ser o preferido em textos acadêmicos, científicos, profissionais e assemelhados, independentemente do fato de caber ao autor, a escolha do registro a ser usado no texto.

Observe-se que o trecho destacado, teriam se aglomerado, contém um verbo no futuro do pretérito.

A regra de colocação dos pronomes oblíquos determina o uso da mesóclise (colocação medial) quando tais pronomes estiverem junto a verbos no futuro do presente, ou no futuro do pretérito. 

Assim, na sequência, a colocação correta é:

Os materiais lançados ao espaço ter-SE-iam aglomerado em poucos milhares de anos para formar a lua

sábado, 13 de abril de 2019

FUI EU QUEM PAGOU (OU PAGUEI)?


Quando a oração tem por sujeito o pronome relativo “quem”, o verbo pode ir para a terceira pessoa do singular (Fui eu quem pagou), ou pode concordar com o antecedente do pronome relativo “quem” (Fui eu quem paguei).

Se o sujeito for o pronome relativo “que”, a concordância será obrigatoriamente com o antecedente do pronome relativo. Fui eu que paguei; foram eles que pagaram; fomos nós que pagamos.

segunda-feira, 8 de abril de 2019

ALARDEAR


“Não devemos ALARDEAR a população com esse tipo de informação estressante”.
O verbo “alardear” é registrado nos dicionários com o seguinte significado:
MICHAELLIS — Dicionário Brasileiro de Língua Portuguesa
1 Fazer alarde de; exibir, mostrar, ostentar: Alardeava a sua ciência em jornais e revistas.
2 Contar bazófias: Leva o tempo todo alardeando.
3 Fazer o elogio de si próprio; blasonar-se, gabar-se, jactar-se, vangloriar-se: Aquele cínico alardeava-se de honesto.
PRIBERAM — Dicionário de Língua Portuguesa
verbo transitivo
1. Fazer alarde de.
2. Ostentar, gabar-se de.
3. Anunciar algo com alarde ou barulho.
Palavras relacionadas: 
AURÉLIO — Dicionário de Língua Portuguesa
Fazer alarde de. Ostentar, gabar-se de.
HOUAIIS – Dicionário de Língua Portuguesa
Fazer alarde; ostentar, apregoar: alardear mérito. Gabar-se, bazofiar.
Lendo novamente o texto da questão, “Não devemos ALARDEAR a população com esse tipo de informação estressante”, percebe-se que há um problema semântico, ou seja, seu autor não atentou para o significado do verbo “alardear” e o empregou equivocadamente.
Pelo restante da frase, parece que o autor pretendia, na verdade, usar o significado de “alarmar”, “assustar”, “alvoroçardesassossegar” ou sobressaltar”.






domingo, 31 de março de 2019

AFRO-DESCENDENTE / AFRODESCENDENTE


Elementos como afro-, anglo-, euro-, franco-, indo-, luso-, quando compõem adjetivos pátrios (também chamados de gentílicos), apresentam hífen, quando indicam duplicidade.
Exemplos:
·         Afro-americano,
·         afro-brasileiro,
·         anglo-saxão,
·         euro-asiático,
·         franco-canadense,
·         etc.
Se, no entanto, esses elementos não estiverem somando duas identidades (africano e americano; africano e brasileiro; inglês e saxão; europeu e asiático) para a formação de adjetivos pátrios, não haverá o uso do hífen.
Exemplos:
·         Afrodescendente,
·         anglofalante,
·         francófono,
·         eurocentrismo
·         etc.

terça-feira, 19 de março de 2019

REGÊNCIA DO VERBO "PRECISAR"


“Mourão diz que as reformas criarão a confiança que o Brasil precisa”.

Mourão diz O QUÊ? “que as reformas criarão a confiança...”.

Que confiança? “aquela de que o Brasil precisa...”.

O verbo “precisar” é transitivo indireto (ou transitivo relativo), isto é, exige um complemento regido de preposição. Como dizia minha antiga e amada professora de Língua Portuguesa: “Quem precisa, precisa DE alguém ou DE alguma coisa”.