A palavra "preconceito" já existia no Latim, "praejudicium", com o mesmo
significado que tem hoje: "julgamento feito antecipadamente" e suas
variações. Ela já veio pronta para nós, falantes da Língua Portuguesa e essa é
a razão por que deve ser escrita sem o hífen.
O uso com o hífen "pré-conceito", às vezes também como
"(pré)conceito", para indicar um
processo de raciocínio que precede a formulação de um conceito, não me
parece razoável, tendo em vista o entendimento dúbio por parte de quem lerá o
texto. Tenho visto tal uso em trabalhos acadêmicos (artigos, monografias,
dissertações e teses) e é certo que o ambiente acadêmico fará a interpretação
correta, mas o público em geral poderá entender diferentemente.
Aliás, o que se tem falado de asneiras sobre o "preconceito" é
uma festa. O sujeito, em meu entendimento, tem o direito de não gostar de
certas coisas sem que seja, necessariamente, taxado de
"preconceituoso". Detesto maracujá e por isso sou
"preconceituoso"? Diretores de cinema que optam por imprimir um clima
"escrachado" e "carnavalesco" em suas obras, não importando
o tema, não me agradam. Sou "preconceituoso" por não gostar delas?
Abomino a mentira e os mentirosos... Isso é ser preconceituoso?