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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

VENDEM-SE / PRECISA-SE


CONSULTA –

Por que usamos “vendem-se apartamentos” e “precisa-se de estagiários”? Por que um verbo está no plural e o outro no singular?

RESPOSTA —

No primeiro exemplo, o verbo é apassivado, o que é comprovado pela possibilidade de se transformar a frase em uma passiva analítica e o sujeito “apartamentos” não ser capaz de, por si só, praticar a ação descrita pelo verbo: “Apartamentos são vendidos”. Nesse caso, a Gramática Normativa manda que se faça a concordância regular entre o verbo e seu sujeito e o pronome “se” é um pronome apassivador.

No segundo exemplo, isso não é possível, pois não há como “acomodar-se” a preposição “de”. O verbo, por conseguinte, permanece na 3ª pessoa do singular e o sujeito é indeterminado, isto é, ele existe, mas não se quer ou não se pode determiná-lo. O pronome “se” é índice da indeterminação do sujeito.

Pode-se dizer que o verbo, seguido de preposição, não varia nesses casos: Trata-se dos melhores profissionais. / Precisa-se de empregados. / Apela-se para todos. / Conta-se com os amigos.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

VERBOS VICÁRIOS


CONSULTA —

Como faço para não repetir o verbo em orações como “Ele não briga mais como brigava antigamente”?

RESPOSTA —

O modo mais fácil é omitir a forma repetida, deixando-a implícita: “Ele não briga mais como antigamente”. O falante pode, entretanto, optar pela substituição do segundo verbo.

Para casos assim, existem os chamados “verbos vicários”, que servem exatamente para substituir aqueles verbos que não se quer ou não é conveniente repetir. Os verbos vicários atuam como sinônimos daqueles expressos anteriormente. São, normalmente, os verbos “ser” e “fazer”, usados no lugar da repetição que se quer evitar.

  • Ele não briga mais como brigava antigamente. 
  • Ele não briga mais como fazia antigamente. Aqui, o verbo “fazia” substitui o verbo “brigava”. 
  • Íamos chamá-lo a participar da entrevista, entretanto não o chamamos. 
  • Íamos chamá-lo a participar da entrevista, entretanto não o fizemos. Nesse caso, temos que o verbo “fizemos”, substitui o verbo “chamamos”. 
  • O encontro se materializou, mas não se materializou da forma esperada. 
  • O encontro se materializou, mas não foi da forma esperada. Nota-se que o verbo “foi” (verbo ser) substitui o verbo “materializou”. 
  • Ela não diz a verdade e não diz porque tem medo. 
  • Ela não diz a verdade é porque tem medo. Aqui, o verbo “é” (verbo ser) substitui o verbo “diz” (dizer).

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

CONCORDÂNCIA VERBAL


CONSULTA — “Aluga-se casas” ou “Alugam-se casas”. Qual é a forma correta?

RESPOSTA — Com o verbo no plural, “Alugam-se casas”, pois o verbo deve concordar com o sujeito “casas”. Nesse caso o pronome “se” é um chamado “pronome apassivador”, usado para construir as orações passivas sintéticas.
Alugam-se casas. / Fazem-se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se empregados. / Vende-se uma bicicleta / Aluga-se casa na Asa Sul. / Compra-se um papagaio mudo.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

CONSULTA - "LHE"


CONSULTA —
O uso do pronome “lhe” em frases como – “O chefe parabenizou-lhe” – “A empresa convidou-lhe”, está correto?

RESPOSTA —

Não. Os verbos citados são transitivos diretos e o pronome (lhe) não exerce a função de objeto direto.
O correto é “O chefe parabenizou-o” – “A empresa convidou-o”.
Pronome oblíquo objetivo
Direto (compl. de verbo trans. direto)
Indireto (compl. de verbo trans. indireto)
Singular           me
                       te
                       se, a, o
Singular                me
                            te
                            se, lhe
Plural              nos
                      vos
                      se, as, os
Plural                     nos
                             vos
                             se, lhes

  • Os pronomes oblíquos átonos (me-te-se-lhe(s)- o(s)-a(s)- nos-vos) exercem, normalmente, a função de complementos verbais, isto é, são objetos direto/indireto.
  • Como complementos verbais, os pronomes (o(s)-a(s)) serão sempre objeto direto, ou seja, só completam verbos transitivos diretos.
  • Já o pronome “lhe” só exerce a função de objeto indireto.
  • Os pronomes (me-te-se-nos-vos) podem ser ora objetos diretos (completando verbos transitivos diretos), ora objetos indiretos (completando verbos transitivos diretos).

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

REGÊNCIA DO VERBO ASSISTIR


CONSULTA –

O que está errado na frase “Vai assistir o jogo hoje”?

RESPOSTA –

A regência verbal. O verbo “assistir” tem quatro significados distintos e, em cada um deles, uma regência específica.
a.     Assistir significa “presenciar”, como na frase da consulta. Nesse caso, a construção correta é como transitivo indireto e o complemento deve ser antecedido da preposição “a”.
o   Grande multidão assistia ao jogo.
o   Não assisto a filmes de terror.
b.     Assistir significa “ajudar” e pode ser empregado como transitivo direto ou indireto (sempre com o objeto indireto regido da preposição “a”)
o   Não havia médicos para assistir aos doentes.
o   O professor-adjunto o assistia na condução do curso.
c.      Assistir significa “morar” (já em desuso). Nesse caso é intransitivo e deve ser construído com adjunto adverbial.
o   Tenho casa própria e nela assisto.
o   Naquele tempo, o casal assistia no interior.
d.     Assistir significa “pertencer”. Deve ser usado como transitivo indireto.
o   Não lhe assiste o direito de reclamar.
o   O direito de greve assiste aos trabalhadores.
Assim, a frase da consulta fica correta se usarmos a preposição “a” em contração com o artigo que antecede a palavra “jogo”: “Vai assistir ao jogo hoje”?

terça-feira, 11 de outubro de 2011

POR QUE / POR QUÊ


CONSULTA –
Quando devo escrever “por que”, “porque”, “por quê” e “porquê”?

RESPOSTA –
Usa-se o “por que”:
1.     No início ou no interior das interrogações diretas e indiretas.
a.      Por que você faltou?(interrogação direta)
b.     Quero saber por que você faltou. (interrogação indireta)
2.     Quando tiver o significado de “o motivo pelo qual” ou “a razão pela qual”.
a.      Não consigo entender por que (o motivo pelo qual) (a razão pela qual) ela me abandonou.

Usa-se “porque”:
1.     Quando significar uma resposta ou explicação.
a.      Faltei porque não tinha dinheiro para a condução.
b.     Porque foi reprovado, mudou de escola.

Usa-se “por quê”:
1.     Quando estiver no final das interrogações diretas e exclamações.
a.      Você faltou por quê?
b.     O Flamengo perdeu por quê?
c.      Não sei por quê!

Usa-se “porquê”:
1.     Quando estiver antecedido de artigo, pronome ou numeral. Nesses casos, ocorre a chamada formação imprópria e o porquê é substantivo.
a.      Não sei o porquê de tanta confusão.
b.     Meus porquês são sempre fundamentados em bases sólidas.
c.      Sempre há um porquê mal explicado em suas justificativas.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

PLURAL DE "ULTRAVIOLETA"?


CONSULTA —

Como é o plural de “raio ultravioleta”?

RESPOSTA —

Só pluraliza o substantivo: “raios ultravioleta”.

Nos adjetivos compostos indicativos de cor, somente o último elemento concorda com o substantivo a que se refere: blusa amarelo-clara; blusas amarelo-claras.

Entretanto, se um dos elementos da composição for um substantivo, ambos ficam invariáveis: saia vermelho-sangue; saias vermelho-sangue e qualquer adjetivo com o início em cor de...

Com a reforma ortográfica, somente cor-de-rosa manteve o hífen. Os demais o perderam... Cor de abóbora, cor de limão, cor de vinho, cor de açafrão...