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segunda-feira, 27 de abril de 2015

DUPLA NEGATIVA

Posso usar a dupla negativa em frases como: "Não vão colocar nunca uma rolha na imprensa, isso é conversa."?

Muito se tem falado e escrito acerca da (in)conveniência do uso da “dupla negativa”. Para consumo próprio, tenho sempre em mente que a língua não é um fato isolado e engessado nas regras de um passado já distante e que também não pode ser abastardada com modismos injustificados. Nem tanto ao céu, nem tanto ao mar!...

Além disso, não se pode esquecer de que a linguagem literária diverge da linguagem técnica, como a utilizada, por exemplo, na filosofia e na ciência. Ainda que, no registro informal, encontrem-se orações construídas com falhas lógicas, isto não arreda o fato de que negar uma negação é afirmá-la.

No registro formal culto, no qual é exigido que se observem as normas gramaticais, é conveniente que a formulação das frases seja escoimada de imperfeições que impossibilitam o entendimento e a lisura dos significados.
Considero, pois, que a frase da consulta ficaria melhor construída como: “Jamais colocarão uma rolha na imprensa, isso é conversa”.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

DISCRETO / DISCRIÇÃO / DISCREÇÃO

Discreto dá origem a “discreção ou discrição?

O adjetivo discreto qualifica pessoa reservada em seu comportamento social.  É também uma pessoa modesta, ou que consegue se distinguir sem se esforçar em se fazer notar. Muita gente diz dessas pessoas que se trata de alguém dotado de discreção. Tal palavra, contudo, mesmo tão usada, não existe.

A forma correta da nominalização de “discreto” é discrição

terça-feira, 21 de abril de 2015

COMUNICOU-LHES / COMUNICOU-OS

Vi a nota abaixo em um jornal e pareceu-me que a predicação verbal do termo sublinhado não está correta.
“Parlamentares ficaram confusos ao receber a visita de um procurador do gabinete de Rodrigo Janot que os comunicou que a Procuradoria-Geral da República iria convocá-los a depor”.
Realmente está incorreto. Observe-se que o verbo “comunicar” está construído com dois objetos diretos: o pronome oblíquo átono “o” e a oração “a Procuradoria-Geral da República iria convocá-los a depor”, quando deveria estar com um objeto direto e outro, indireto.
Podemos dizer que “quem comunica, comunica algo (objeto direto)a alguém (objeto indireto)”. Daí, a frase correta é:
“Parlamentares ficaram confusos ao receber a visita de um procurador do gabinete de Rodrigo Janot que lhes comunicou que a Procuradoria-Geral da República iria convocá-los a depor”.

O pronome oblíquo átono “o(s)” não exerce a função de objeto indireto.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

NO QUAL / NA QUAL / NOS QUAIS / NAS QUAIS

Tenho dúvida sobre a concordância nominal do pronome relativo “na qual”, na fase: “A empresa contratada só poderá oferecer um tipo de serviço NA QUAL seja especializada”.

Os pronomes relativos devem concordar em gênero (masculino/feminino) e número (singular/plural) com o nome a que se referirem. Na frase citada na consulta, o pronome relativo “na qual” tem como referente o substantivo “serviço”, devendo, por conseguinte, ficar no masculino plural.

“A empresa contratada só poderá oferecer um tipo de serviço NO QUAL seja especializada”.

terça-feira, 14 de abril de 2015

UM QUILO E MEIO FOI / FORAM APREENDIDO(S)

Na oração “Um quilo e meio de cocaína foi apreendido / foram apreendidos”, a concordância verbal deve ser feita com o verbo no singular ou no plural?

Concordância com números fracionários - De regra, a concordância é feita com o numerador:

Um terço dos alunos faltou.
Dois terços dos alunos faltaram.

Quando o sujeito é um número fracionário misto, a concordância é feita com o numeral da parte inteira:

Um quilo e meio de cocaína foi apreendido.
Dois quilos e meio de cocaína foram apreendidos.