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quinta-feira, 27 de agosto de 2015

PENHOR / PENHORA

Devo usar “penhor” ou “penhora”?

A ricaça penhorou as joias para ficar livre dos impostos. A penhora de bens, no Brasil, tem sido um recurso muito usado por quem contrai dívidas inesperadas.
  • Receba V. S. o penhor de minha gratidão.
  • Empréstimos bancários não são concedidos sem o penhor de bens móveis ou imóveis.
Nas frases acima, os termos “penhora” e “penhor” significam algo dado como garantia de uma obrigação ou dívida e podem, portanto, ser usados, indistintamente, com tal significado. 

Há, evidentemente, alguma sutileza em seus significados e emprego, mas absolutamente irrelevantes na comunicação atual.

Ambos ligam-se ao Latim  pignèro,as,ávi,átum,áre, com o mesmo significado. 

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

PREPOSIÇÃO + SUJEITO

No período “Apesar do contrato não ter sido efetivado, a PF apura quais contatos e relações tiveram Dirceu, seu irmão e o amigo Gaspar na tentativa de criar um auxílio funerário no Bolsa Família”, tenho dúvidas quanto à correção do elemento sublinhado.

A expressão sublinhada (de + o + contrato) é o sujeito da locução verbal que vem logo a seguir. O sujeito é um termo que não aceita ser regido em qualquer situação.

A expressão deve ser corrigida para “Apesar de o contrato não ter sido efetivado...”.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

OBTEVE-SE / OBTIVERAM-SE

Tenho dúvidas sobre a correção da concordância verbal na frase: “Por meio dela, obteve-se documentos irrefutáveis que comprovaram a transferência do dinheiro da Samsung”.

Temos duas formas verbais na sequência: “obteve-se” e “comprovaram”. Basta observar os agentes das ações de um e de outro, para verificar se houve ou não incorreção na concordância verbal.

a)     Quê ou quem “comprovaram a transferência de dinheiro”? A resposta, necessariamente, será o “que”, pronome relativo que tem como referente “documentos irrefutáveis”. O sujeito da oração é, por conseguinte, um pronome relativo que remete para uma 3ª pessoa do plural e a concordância está correta.

b)     Quê ou quem “obteve-se documentos irrefutáveis”? Evidentemente o sujeito passivo é a expressão “documentos irrefutáveis”. O “se” é um pronome apassivador e o verbo deve concordar, normalmente, com o sujeito passivo, em número e pessoa. 

A concordância, portanto, deve ser corrigida para “obtiveram-se documentos irrefutáveis”.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

DESCRIÇÃO / DISCRIÇÃO

O texto “Querer dar mais descrição ao STF significa gastar mais tempo julgando causas 'miúdas' ao invés das 'grandes' causas”, publicado em um grande jornal do País, está correto quanto ao uso do termo em destaque?

O significado de “descrição” está inadequado ao sentido do texto. Ocorre o que se chama de “inadequação vocabular”.

O autor equivocou-se ao usar um parônimo de “discrição”, que é a qualidade de ser “discreto”. Descrição é o ato de “descrever”.

terça-feira, 28 de julho de 2015

SOB / SOBRE

Na frase “Ficou ‘sobre’ a mira do assaltante”, o termo assinalado está usado corretamente?

Não. Ninguém fica “em cima” da mira de uma arma.

Sobre equivale a "em cima de" ou "a respeito de":

  • Estava sobre o telhado.
  • Falou sobre a inflação.
Sob é que significa "debaixo de":

  • Ficou sob a mira do assaltante.
  • Escondeu-se sob a cama.
  • Em caso de terremoto, fique sob a mesa ou saia para a rua.

terça-feira, 21 de julho de 2015

ESTADA / ESTADIA

No texto “Morínigo acrescentou que Francisco, que hoje completa seu segundo dia de estadia no Paraguai, conta com uma vitalidade impressionante para cumprir com a intensa agenda prevista” o uso do termo destacado está correto?

Não.

Os dicionários registram que o uso de “estadia” deve ser reservado para veículos de transporte em geral, quando permanecem em um ponto de carga ou descarga de mercadorias.

Para pessoas que permanecem em um determinado lugar, o termo correto é “estada”.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

POSSA / POSSAM

O verbo “poder” está corretamente empregado em “Julgamos a crise presente como muito pior do que as passadas e não é que não possam sê-lo. O ponto é que avaliações feitas no olho do furacão tendem a superdimensionar a encrenca”?

O verbo “poder”, no caso, está se referindo a que termo? Qual é seu sujeito? Identificando o sujeito, saberemos se o emprego está correto ou não. Que termo, em toda a sequência apresentada, pode exercer a ação declarada pelo verbo em estudo? Evidentemente que se trata do substantivo “crise”. Ela, “a crise presente”, é que pode ser muito pior que as crises passadas.

O redator confundiu-se, ao fazer a concordância no plural, pela proximidade do termo “as passadas”.