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quarta-feira, 19 de agosto de 2015

OBTEVE-SE / OBTIVERAM-SE

Tenho dúvidas sobre a correção da concordância verbal na frase: “Por meio dela, obteve-se documentos irrefutáveis que comprovaram a transferência do dinheiro da Samsung”.

Temos duas formas verbais na sequência: “obteve-se” e “comprovaram”. Basta observar os agentes das ações de um e de outro, para verificar se houve ou não incorreção na concordância verbal.

a)     Quê ou quem “comprovaram a transferência de dinheiro”? A resposta, necessariamente, será o “que”, pronome relativo que tem como referente “documentos irrefutáveis”. O sujeito da oração é, por conseguinte, um pronome relativo que remete para uma 3ª pessoa do plural e a concordância está correta.

b)     Quê ou quem “obteve-se documentos irrefutáveis”? Evidentemente o sujeito passivo é a expressão “documentos irrefutáveis”. O “se” é um pronome apassivador e o verbo deve concordar, normalmente, com o sujeito passivo, em número e pessoa. 

A concordância, portanto, deve ser corrigida para “obtiveram-se documentos irrefutáveis”.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

DESCRIÇÃO / DISCRIÇÃO

O texto “Querer dar mais descrição ao STF significa gastar mais tempo julgando causas 'miúdas' ao invés das 'grandes' causas”, publicado em um grande jornal do País, está correto quanto ao uso do termo em destaque?

O significado de “descrição” está inadequado ao sentido do texto. Ocorre o que se chama de “inadequação vocabular”.

O autor equivocou-se ao usar um parônimo de “discrição”, que é a qualidade de ser “discreto”. Descrição é o ato de “descrever”.

terça-feira, 28 de julho de 2015

SOB / SOBRE

Na frase “Ficou ‘sobre’ a mira do assaltante”, o termo assinalado está usado corretamente?

Não. Ninguém fica “em cima” da mira de uma arma.

Sobre equivale a "em cima de" ou "a respeito de":

  • Estava sobre o telhado.
  • Falou sobre a inflação.
Sob é que significa "debaixo de":

  • Ficou sob a mira do assaltante.
  • Escondeu-se sob a cama.
  • Em caso de terremoto, fique sob a mesa ou saia para a rua.

terça-feira, 21 de julho de 2015

ESTADA / ESTADIA

No texto “Morínigo acrescentou que Francisco, que hoje completa seu segundo dia de estadia no Paraguai, conta com uma vitalidade impressionante para cumprir com a intensa agenda prevista” o uso do termo destacado está correto?

Não.

Os dicionários registram que o uso de “estadia” deve ser reservado para veículos de transporte em geral, quando permanecem em um ponto de carga ou descarga de mercadorias.

Para pessoas que permanecem em um determinado lugar, o termo correto é “estada”.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

POSSA / POSSAM

O verbo “poder” está corretamente empregado em “Julgamos a crise presente como muito pior do que as passadas e não é que não possam sê-lo. O ponto é que avaliações feitas no olho do furacão tendem a superdimensionar a encrenca”?

O verbo “poder”, no caso, está se referindo a que termo? Qual é seu sujeito? Identificando o sujeito, saberemos se o emprego está correto ou não. Que termo, em toda a sequência apresentada, pode exercer a ação declarada pelo verbo em estudo? Evidentemente que se trata do substantivo “crise”. Ela, “a crise presente”, é que pode ser muito pior que as crises passadas.

O redator confundiu-se, ao fazer a concordância no plural, pela proximidade do termo “as passadas”.

terça-feira, 7 de julho de 2015

APLICA / APLICAM

A frase “As sanções contra a Rússia prejudicam também quem as aplicam” apresenta alguma falha de concordância verbal?

Trata-se de um período composto por subordinação. A primeira oração, a principal, tem como núcleo do sujeito o termo “sanções” e a concordância verbal está correta, pois o verbo, “prejudicam”, está na 3ª pessoa do plural, concordando com o sujeito. A 2ª oração, tem como sujeito o pronome “quem”, na terceira pessoa do singular. O verbo, “aplicam”, está na 3ª do plural e é aí que reside o equívoco. 

O correto, por conseguinte, é “As sanções contra a Rússia prejudicam também quem as aplica”.

O autor da frase foi, provavelmente, iludido com a presença do plural na oração anterior e confundiu-se na concordância verbal.

terça-feira, 30 de junho de 2015

PRONOME DE TRATAMENTO + PRONOME POSSESSIVO

“Oh! Excelências, fariseus da política brasileira! Conhecemos bem a multidão de vossos pecados”.

Está correto o emprego do pronome possessivo destacado?

Os pronomes de tratamento (Vossa Excelência, Sua Majestade, Sua Senhoria, Vossa Santidade etc.), embora sejam pronomes de 2ª pessoa (a pessoa com quem se fala), pedem que os pronomes a eles relacionados estejam na 3ª pessoa do singular ou do plural.
·       
  • Sua Santidade e seu acólito siga em paz.
  • Sua Alteza, o Príncipe da Cornualha, estendeu seus olhos, medindo a distância entre nós.
  •  Vossas Excelências mirem-se no exemplo de Maria Antonieta.
  • “Oh! Excelências, fariseus da política brasileira! Conhecemos bem a multidão de seus pecados”.