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quinta-feira, 21 de maio de 2015

MANDATO ou MANDADO

Quando usar “mandado” e “mandato”?

São palavras parônimas, isto é, são parecidas na pronúncia e na grafia, mas nada têm a ver quanto ao significado.

Mandado é uma ordem emitida por quem de direito. Os dicionários registram os seguintes significados:

1. Ato de mandar. 2. Determinação escrita mandada de superior a inferior. 3. Ordem ou despacho escrito de autoridade judicial ou administrativa. 4. Recado, incumbência.

Mandato é uma autorização concedida a alguém para, durante um certo período de tempo, exercer determinada atividade ou ação. São dicionarizados os seguintes significados:

1. Autorização ou procuração que alguém confere a outrem para, em seu nome, praticar certos atos. 2. Delegação. 3. Poderes que os eleitores conferem aos governantes, deputados, senadores e vereadores para representá-los.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

MILITAR DE ALTA PATENTE

Pode-se usar o termo “Militar de alta patente”?

O substantivo feminino "patente" tem vários significados e um deles é o de "título correspondente ao posto a que o militar ascende". Isso posto, é perfeitamente normal que se designem as "altas", "médias" ou "baixas" patentes.

Os oficiais subalternos (1ºs e 2ºs tenentes) são oficiais de "baixa patente"; os capitães são os oficiais intermediários e são, por conseguinte, de "média patente"; os majores, tenentes-coronéis e coronéis compõem o quadro dos oficiais superiores: são de "alta patente".

Restam os generais, que formam um quadro à parte nas organizações militares, já que nem todos têm acesso, mesmo com a formação adequada dependem da escolha do presidente da República. É, praticamente, um cargo de nomeação política.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

EVACUAR

No texto “Após o tumulto, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), suspendeu a sessão e determinou à Polícia Legislativa que evacuasse as galerias”, está correta a regência do verbo “evacuar”?

O dicionário de regência verbal de Francisco Fernandes ensina que esse verbo pode ser usado como “transitivo direto” ou como “intransitivo”, com os significados de expelir, fazer sair do corpo, esvaziar, sair de algum lugar.

    1)   Os confederados evacuaram as posições.
    2)   O remédio fê-lo evacuar copiosamente.
    3)   Com o tratamento, evacuaram-se os humores.

A regência, pois, está corretíssima. Seria trágico se o presidente determinasse que a Polícia Legislativa “evacuasse NAS galerias”. 

MICRO-ONDAS / MICROCOSMOS

Por que existe hífen em micro-ondas e não em microcosmos?

São duas situações distintas. No primeiro caso, o prefixo “micro” junta-se a uma palavra que se inicia pela vogal [o]; no segundo, o mesmo prefixo está aplicado a uma palavra que se inicia pela consoante [c].

Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen, se o segundo elemento começar pela mesma vogal ou pela letra [H].

Assim, escrevemos “autodidata”, “auto-observação”, “antirrábico”, “antiético”, “micro-ondas”, “autoclave”, “autopiedade”, “anti-higiênico”, “antígeno”, “auto-hipnose”, “auto-homenagem”, “anteontem”, “antiabortivo”, “monocromático”, “micronutriente”.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

PASSADO DO VERBO "IMPOR"

Um figurão da política fez essa afirmação: "Isso fez toda a diferença, nossa estratégia foi expor (plano) ao Brasil, dissemos com antecedência o que iria acontecer e não impomos regras aos salários, criamos a URV e depois mudamos a moeda”. Está correto o uso do verbo pôr em “impomos as regras”?

O texto está se referindo a fatos pretéritos. Prova disso são os verbos “fez”, “foi expor”, “dissemos”, “iria acontecer”, “criamos”, “mudamos”. Para haver coerência temporal, o verbo “impor” deveria, também, estar no pretérito: impusemos.

Não impusemos as regras.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

LEMBRAR - LEMBRAR-SE

Em "A novela que eu mais me lembro, que eu mais gostei, foi Tieta (1989). Eu lembro da novela inteira como se fosse ontem. É impressionante", está correta a regência dos verbos “lembrar” “gostar”?

Não. No trecho, a regência verbal está completamente equivocada.

Os verbos nocionais, como lembrar, avisar, esquecer, se construídos com os pronomes oblíquos átonos (me-te-nos-vos-o(s)-a(s)-se), exigem que o outro complemento, se houver, venha regido da preposição “de”.

O verbo “gostar” rege preposição “de”.

A novela de que eu mais me lembro, de que eu mais gostei, foi Tieta (1989). Eu lembro a novela inteira como se fosse ontem.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

DUPLA NEGATIVA

Posso usar a dupla negativa em frases como: "Não vão colocar nunca uma rolha na imprensa, isso é conversa."?

Muito se tem falado e escrito acerca da (in)conveniência do uso da “dupla negativa”. Para consumo próprio, tenho sempre em mente que a língua não é um fato isolado e engessado nas regras de um passado já distante e que também não pode ser abastardada com modismos injustificados. Nem tanto ao céu, nem tanto ao mar!...

Além disso, não se pode esquecer de que a linguagem literária diverge da linguagem técnica, como a utilizada, por exemplo, na filosofia e na ciência. Ainda que, no registro informal, encontrem-se orações construídas com falhas lógicas, isto não arreda o fato de que negar uma negação é afirmá-la.

No registro formal culto, no qual é exigido que se observem as normas gramaticais, é conveniente que a formulação das frases seja escoimada de imperfeições que impossibilitam o entendimento e a lisura dos significados.
Considero, pois, que a frase da consulta ficaria melhor construída como: “Jamais colocarão uma rolha na imprensa, isso é conversa”.