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quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

DAR O TROCO EM/A?

Na frase “O PMDB do Senado já articula meios de dar o troco em Dilma Rousseff pela redução de espaço no segundo governo”, a regência do verbo “dar” é essa mesma?

Na frase em questão, o verbo “dar” significa “responder”, mas, quanto à regência, continua sendo um verbo transitivo-relativo, com a preposição “a” regendo o objeto indireto. Não é “dar o troco em”, mas “dar o troco a”.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

SUCATAR / SUCATEAR?

Tenho dúvidas com relação ao uso de palavras derivadas do substantivo “sucata”. Na frase “Comissão de Mortos e Desaparecidos reclama de sucateamento no governo”, por exemplo, fico com a impressão de que deveria usar “sucatamento”. Estou certo?

A formação do verbo “sucatar” a partir do substantivo “sucata” é feita com a desinência “-ar”, ocorrendo a superposição dos dois “as”. Em suma, não se usa o “ear”, como em pentear; contrabandear; titubear; balancear...

Os dicionários Aurélio, Priberan e Michaelis registram “sucatar”, como também faz o VOLP, da Academia Brasileira de Letras. Os dicionários Aulete e A. Houaiss registram “sucatear” como brasileirismo, isto é, um regionalismo próprio de nosso País.

Dessa forma, se o verbo é “sucatar”, seus derivados devem seguir essa grafia, como acontece em Portugal. Daí o correto, no registro formal culto, em minha opinião, é “sucatamento”. 

sábado, 3 de janeiro de 2015

CONCORDÂNCIA COM O VERBO "SER"

A frase “Tudo eram motivos para brigas” está correta quanto à concordância verbal? O sujeito “tudo” não é singular?

O verbo “ser” apresenta algumas particularidades no aspecto da concordância que, às vezes, causam dificuldades ao falante.
Quando o sujeito é representado por uma palavra de sentido indefinido, como “tudo, isso, isto, aquilo”, a concordância do verbo “ser” é feita, normalmente, com o predicativo do sujeito, seja ele plural ou singular.

Exemplos? Observe:

Tudo são flores.
Tudo é motivo de querelas.
Aquilo eram fantasias cultivadas.
Aquilo era falsidade manifesta.
Isso são desencantos passageiros.
Isso é desencanto passageiro.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

TOMAR POSSE NA OU DA PRESIDÊNCIA?

Devo dizer “Tomar posse da Presidência da República” ou “Tomar posse na Presidência na República”?

O Dicionário de Regência de Francisco Fernandes considera as duas regências (da ou na) corretas.

Exemplos:

Contentar-se-ão com a posse desses lugares.

Será amanhã sua posse na chefia do departamento.


quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

SUJEITO "UM DOS QUE"

Como deve ser a concordância verbal e nominal no texto “Um quarto dos que faz/fazem redução de estômago volta/voltam a ficar obeso/obesos”?

O sujeito representado pela expressão “um dos que” aceita a concordância com o verbo no singular ou no plural. É preciso, apenas, atentar para o paralelismo sintático que deve existir na concordância com os demais elementos da sequência.

           a)   Um quarto dos que faz redução de estômago volta a ficar obeso.
           b)   Um quarto dos que fazem redução de estômago voltam a ficar obesos.

Por conseguinte, são possíveis as duas construções. Pode-se afirmar que, hoje, a questão é apenas de sentido: com o verbo no singular, enfatiza-se a ideia da ação individual; com o verbo no plural, reforça-se o aspecto da ação coletiva.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

MEIO MILHÃO FUGIR / FUGIREM

Em “Tufão faz meio milhão fugir/fugirem de casa”, deve-se usar o verbo no singular o no plural?

Meio milhão é singular, representa a coleção de quinhentos mil objetos, cidadãos, mosquitos, moedas. A concordância verbal com sujeitos coletivos é feita com o verbo no singular.
Tufão faz meio milhão fugir de casa.

Se, no entanto, houver um complemento, necessariamente no plural, para esse coletivo, a concordância poderá ser feita com o verbo indiferentemente no singular ou no plural

Tufão faz meio milhão de pessoas fugir de casa.
Tufão faz meio milhão de pessoas fugirem de casa.


FULANO OU SICRANO SERÁ/SERÃO

“Fulano ou sicrano serão escolhidos como representantes da turma”. A concordância verbal está correta?

A conjunção alternativa “ou” evidencia que só um deles será escolhido.

Se os dois pudessem ser representantes, não usaríamos a alternativa, mas a aditiva “e”. A conjunção alternativa significa a exclusão de um dos elementos, logo o verbo deverá concordar no singular e mais as necessárias adaptações de número no predicativo do sujeito: “Fulano ou sicrano será escolhido como representante da turma”.