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terça-feira, 10 de junho de 2014

CONCORDÂNCIA VERBAL COM SUJEITO POSPOSTO

Ouvi esta frase hoje e fiquei em dúvida quanto a sua correção: “Estava programado dois treinos”. A concordância verbal está correta?

Primeiro é preciso saber um pequeno detalhe: qual é o sujeito da oração? Pergunta-se “Que estava programado?” A resposta será o sujeito. “Dois treinos” é o sujeito simples plural e para esse número deve ir o verbo. “Estavam programados dois treinos”.


Quando o sujeito simples estiver posposto ao verbo, a concordância será gramatical. O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa.

ATINGIMOS HOJE A MARCA DE 100.000 CONSULTAS FEITAS AO BLOG. É SINAL DE QUE ESTAMOS CUMPRINDO A PROPOSTA INICIAL DE AJUDAR AS PESSOAS EM DIFICULDADES COM A LÍNGUA PORTUGUESA.
ESTOU MUITO ORGULHOSO DE TER ATINGIDO ESSA META!

quinta-feira, 5 de junho de 2014

POLÍTICA-PARTIDÁRIA / POLÍTICO-PARTIDÁRIA?

O plural da frase “Devemos aperfeiçoar as relações política-partidárias” está correto?

Nos adjetivos compostos formados por mais de um adjetivo, somente o último elemento formador é variável em gênero e número. Na frase acima, o plural correto é “Devemos aperfeiçoar as relações político-partidárias”.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

DESTA - DESSA

Na frase "Senhor Ministro, em nenhum momento, pretendeu-se, portanto, usurpar a competência desta Suprema Corte e autorizar investigação, direta ou indiretamente, contra autoridade com foro privilegiado", o pronome demonstrativo destacado está correto?

Corretíssimo. O pronome demonstrativo refere-se a algo que ainda será nominado no próprio texto (Suprema Corte). Sua função textual é a de “catafórico”, ou seja, antecipa um termo que virá a seguir. Nessa função, os demonstrativos devem ser “isto, este, esta, deste, desta, neste, nesta”.

terça-feira, 27 de maio de 2014

CONTRA-OFENSIVA ou CONTRAOFENSIVA?

Em “Passados os momentos mais críticos gerados pelas revelações de Edward Snowden sobre a rede de espionagem informática mundial americana, os dirigentes de Washington parecem retomar a contra-ofensiva”, está correto uso do hífen na última palavra?

O uso do hífen está incorreto.

Prefixos terminados em vogal só admitem o hífen se a palavra seguinte iniciar-se pela mesma vogal ou pela letra [H].

anti-herói; macro-história; mini-hotel; proto-história; sobre-humano; super-homem; ultra-humano; anti-ibérico; anti-imperialista; anti-inflacionário; anti-inflamatório; auto-observação; contra-almirante; contra-ataque; micro-ondas; semi-internato.

Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigar; coobrigação; coordenar; cooperar, cooperação; cooptar; coocupante, coautor, coprodução.

Além disso, há casos em que a aglutinação do prefixo ao radical já está consolidada pelo uso, como em reeleição; reescrever; reenviar...

quinta-feira, 22 de maio de 2014

VERBOS ANÔMALOS

Como sabemos, um verbo é dito irregular quando sua conjugação não segue o paradigma de sua conjugação. Os verbos “saber” e “caber”, por exemplo, fazem o presente do indicativo de forma bem diferente do modelo regular de “vender”. São verbos irregulares.

Vendere > Eu vendo; tu vendes; ele vende; nós vendemos; vós vendeis; eles vendem. (regular)
Sapere > Eu sei; tu sabes; ele sabe; nós sabemos; vós sabeis; eles sabem. (irregular)
Capere > Eu caibo; tu cabes; ele cabe; nós cabemos; vós cabeis; eles cabem. Irregular)

Observe-se que a irregularidade é apenas morfológica, pois, em todas as formas, está presente o mesmo radical formador.

O verbo é chamado anômalo quando apresenta, em sua conjugação, mais de um radical formador. O verbo “ser”, por exemplo, apresenta em sua conjugação os radicais de “esse” e “vadere”:
Eu sou, tu és, ele é. Eu fui; foste; ele foi.

Como nossa escola não mais se preocupa em ensinar as origens da língua, fica muito difícil para o falante comum penetrar nesse mundo misterioso e fascinante da etimologia. 

segunda-feira, 19 de maio de 2014

CONTRA-RAZÃO

Como se escreve “contra razão”, “contra-razão” ou “contrarrazão”?


Esse termo é usado quando se faz uma argumentação contrária a alguma afirmação estabelecida, normalmente no meio jurídico ou acadêmico. É uma palavra composta em que os dois elementos formadores mantêm sua autonomia morfológica e significativa. 

O Acordo Ortográfico determina que, nesses casos, a grafia é com hífen: “contra-razão”.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

A ORDEM DOS TERMOS E O SIGNIFICADO

Quem disse que a ordem dos termos não faz diferença?

Um Mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), habitante da mata-atlântica do Rio de Janeiro e Espírito Santo, foi removido já morto por biólogos do Projeto Poço das Antas para análises”.

A observação da ordem dos termos na frase é fundamental. Dependendo da posição, um termo pode alterar o significado, gerando dificuldade de entendimento por parte do leitor.

No texto em destaque, a construção “foi removido já morto por biólogos” possibilita a dupla interpretação: o animal foi morto pelos biólogos ou já estava morto antes da remoção? Por mais que o leitor tenha boa-vontade para deduzir que o animal não foi morto pelos biólogos, o texto permite essa interpretação.

O que produz esse defeito é o fato de a expressão “por biólogos” vir depois de duas formas verbais, podendo estar ligada a qualquer uma delas (“removido por biólogos” ou “morto por biólogos”).

A solução para o problema está na mudança de posição ou da expressão “por biólogos” ou de uma das formas verbais.

Um Mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), habitante da mata-atlântica do Rio de Janeiro e Espírito Santo, foi encontrado morto e removido por biólogos do Projeto Poço das Antas para análises”.

“Já morto, um Mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), habitante da mata-atlântica do Rio de Janeiro e Espírito Santo, foi removido por biólogos do Projeto Poço das Antas para análises”.

Biólogos do Projeto Poço das Antas removeram, já morto, um mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), habitante da mata-atlântica do Rio de Janeiro e Espírito Santo.