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segunda-feira, 21 de abril de 2014

CONJUGAÇÃO DO VERBO ADEQUAR

Como se conjuga o verbo “adequar”?
Esse verbo causa constantes problemas a falantes menos avisados. Ele pertence ao rol dos verbos “defectivos”, aqueles com algum “defeito” na conjugação. No presente do indicativo, o verbo adequar só é conjugado quando o acento tônico estiver fora da raiz.
Adequar: raiz = [adequ]; vogal temática = [a]; desinência de infinitivo = [r].
Presente do indicativo:
Eu [inexistente); tu [inexistente]; ele [inexistente];
Nós adequamos; vós adequais; eles [inexistente].
Por essa razão, os tempos derivados do presente do indicativo são também “defeituosos”:
Presente do subjuntivo: Que nós adequemos - Que vós adequeis;
Imperativo afirmativo: Adequemos nós - Adequai vós;
Imperativo negativo: Não adequemos nós - Não adequeis vós.
Os demais tempos e modos são conjugados normalmente, segundo o paradigma da 1ª conjugação.
Contrariando os ensinamentos de gramáticos conceituados como Celso Cunha, Napoleão Mendes e Evanildo Bechara, o Dicionário Eletrônico Houaiss admite a conjugação regular desse verbo. Já os Dicionários Aurélio; Caldas Aulete; Michaelis; Silveira Bueno e o Dicionário de Verbos e Regimes de Francisco Fernandes não corroboram tal aceitação.
Prefiro acompanhar a maioria e empregá-lo sempre de forma defectiva.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

IMANENTE ou EMANENTE?

Não há registro dicionarizado do termo “emanente”.

Imanente, segundo o Dicionário Houaiss e o Dicionário Etimológico de Antônio Geraldo da Cunha, é aquilo que está inseparavelmente contido ou implicado na natureza de um ser, ou de um conjunto de seres, de uma experiência ou de um conceito. Constante, imutável, permanente.

  • Deus é a causa imanente de todas as coisas.
  • Seria a corrupção algo imanente ao homem?

terça-feira, 15 de abril de 2014

CONFUSÃO DE PESSOAS - ATRAVÉS

Ouvi esta chamada na televisão e me parece que há algum erro: “Eu sou uma pessoa que só me comunico com o mundo através da dança”. Está certo?

A linguagem dos meios de comunicação de massa procura atingir o maior número possível de decodificadores, por isso, muitas vezes apela para o chamado “registro coloquial” que nem sempre obedece a padrões gramaticais rígidos.

Em “Eu sou uma pessoa que só me comunico com o mundo através da dança”, primeiro poderíamos dispensar o pronome pessoal reto no início da frase, pois se digo “sou”, evidentemente que “sou eu”. “Pessoa”, logo a seguir é o sujeito de “comunicar” e “pessoa” COMUNICA. Pode-se alegar uma silepse (concordância ideológica), mas aí deixaríamos de lado o coloquial, para entrar na seara das “licenças gramaticais”. Por último, está o problema do significado do advérbio “ATRAVÉS”. Esse advérbio NÃO DEVE ser usado com sentido de instrumento ou meio para se obter alguma coisa ou resultado.

Ele vem de “atravessar”, como bem explica o dicionário Houaiss: de lado, de través, transversalmente, de atravessado. Também o Grande Dicionário Etimológico-Prosódico da Língua Portuguesa, de Silveira Bueno, registra: através – de lado a lado, por entre em: a luz passa através do vidro.

Se a frase fosse dita como “Sou uma pessoa que se comunica com o mundo por meio da dança” ficaria perfeitamente inteligível e correta.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

AUTOPSIA ou AUTÓPSIA?

A palavra é composta de dois radicais gregos (autos= de si mesmo; opsis = exame, vista).

Autopsia: apesar de a origem da palavra indicar exame de si mesmo, a Medicina o utiliza com o significado de exame em um semelhante, ou seja o termo autopsia só pode ser usado quando se realiza exames em humanos, já que sabemos que nenhum animal pode examinar outro da mesma espécie.

Necropsia: é o exame dos cadáveres de qualquer espécie. Por isso o termo confunde-se com autopsia, pois pode também ser usado para humanos.
Concluindo: se for para humanos, pode se dizer necropsia ou autopsia; para animais, só necropsia.



OBS.: Manda a prosódia que a pronúncia correta seja “AUTOPSIA”, aceitando-se “AUTÓPSIA" por uma questão de uso continuado por parte dos falantes.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

SUB-HUMANO ou SUBUMANO?

Devo escrever “sub-humano” ou “subumano”?

Seguindo as recomendações do Acordo Ortográfico, referendado pelo VOLP, da Academia Brasileira de Letras, a grafia é com o hífen, pois lá está determinado que devemos usar o hífen nas prefixações ocorridas com palavras que se iniciam pela letra [H].

Anti-hormonal, pré-histórico, inter-helênico, sobre-horrendo, sub-humano.

Ocorre que, antes do acordo, já se havia consagrado o uso sem o hífen, mas com a perda do [H] inicial de “humano”: subumano.


Inicialmente, esse fato provocou uma série de manifestações polêmicas sobre como proceder nesse caso. Examinados os prós e os contras a ABL decidiu por acatar como corretas as duas grafias, segundo recomenda seu Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

ONDE – CUJO

É possível usar a expressão “onde o” no lugar do termo destacado em “Eles também mencionaram a importância do esforço conjunto, cujo objetivo é traçar um diagnóstico sobre a gestão sustentável de zonas de preservação da floresta amazônica”?

O pronome “cujo” é usado para estabelecer uma relação de posse entre dois termos. Isto é, ele relaciona dois elementos nominais de forma a que fique claro que o segundo pertence ao primeiro. Na frase em questão, o termo “objetivo” pertence a “esforço conjunto”. É um “nome” ligado a outro “nome”, dando ideia de posse.

O pronome relativo “onde” é usado como indicativo geográfico e é classificado como adjunto adverbial de lugar. Não deve, pois, ser usado fora dessa situação.

sábado, 5 de abril de 2014

BEM QUISTO – BEM-QUISTO – BENQUISTO

Como se escreve? Bem quisto; bem-quisto ou benquisto?

A grafia correta, avalizada pelo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa – VOLP – é “benquisto”.


Significa: admirado; estimado; amado; querido; conceituado.