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sexta-feira, 7 de março de 2014

VIDEOCONFERÊNCIA

Como é a grafia correta “vídeo-conferência”, “videoconferência” ou “vídeo conferência”?

O componente “vídeo” é tratado como um “falso prefixo”, tendo, portanto, que seguir as normas da base XVI do Acordo Ortográfico: se estiver ante /r/ ou /s/, essas consoantes são dobradas e a escrita é sem o hífen; usar-se-á o hífen apenas quando a palavra seguinte iniciar-se por /h/ ou pela mesma vogal que termina o prefixo, no caso a vogal /o/.

A grafia correta, por conseguinte, é “videoconferência”, “videoteipe”, “videolaparoscopia”, “videocassete”, “videoclube”, “videogame”.

quarta-feira, 5 de março de 2014

MESMO / MESMOS / MESMA / MESMAS

O pronome “mesmo” flexiona-se em gênero e número?

A palavra "mesmo" é um pronome demonstrativo e, como tal, determina substantivos ou outros pronomes, ajustando-se normalmente ao gênero (masculino/feminino) e ao número (singular/plural) dos termos determinados.
  • Ludovico mesmo implorou perdão.
  • Ele mesmo fez o pedido por escrito.
  • Sheila e Fabiana mesmas optaram por não jogar.
  • Elas mesmas solicitaram a dispensa.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

LENÇÓIS / ALCALOIDE

Por que há o acento gráfico em “lençóis” e não em “alcaloide”? A situação não é a mesma?

São situações ligeiramente diferentes. Em lençóis, o ditongo tônico de base aberta ocupa a última sílaba – é uma palavra oxítona; já em alcaloide, a posição ocupada é a penúltima sílaba – é uma palavra paroxítona.

Não se usa mais o acento dos ditongos tônicos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba).
Exemplos: debiloide – mongoloide – alcaloide – alcateia – androide – apoia (verbo apoiar) – apoio (verbo apoiar) – asteroide – boia – celuloide – claraboia – colmeia.

No entanto, caso esses ditongos ocorram em palavras oxítonas, a acentuação gráfica é necessária.
Exemplos: papéis, anéis, troféu, troféus, escarcéu, escarcéus, tabaréu, tabaréus, chapéu, chapéus, herói, heróis, lençóis.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

PRECONCEITO ou PRÉ-CONCEITO?

A palavra "preconceito" já existia no Latim, "praejudicium", com o mesmo significado que tem hoje: "julgamento feito antecipadamente" e suas variações. Ela já veio pronta para nós, falantes da Língua Portuguesa e essa é a razão por que deve ser escrita sem o hífen.

O uso com o hífen "pré-conceito", às vezes também como "(pré)conceito", para indicar um processo de raciocínio que precede a formulação de um conceito, não me parece razoável, tendo em vista o entendimento dúbio por parte de quem lerá o texto. Tenho visto tal uso em trabalhos acadêmicos (artigos, monografias, dissertações e teses) e é certo que o ambiente acadêmico fará a interpretação correta, mas o público em geral poderá entender diferentemente.

Aliás, o que se tem falado de asneiras sobre o "preconceito" é uma festa. O sujeito, em meu entendimento, tem o direito de não gostar de certas coisas sem que seja, necessariamente, taxado de "preconceituoso". Detesto maracujá e por isso sou "preconceituoso"? Diretores de cinema que optam por imprimir um clima "escrachado" e "carnavalesco" em suas obras, não importando o tema, não me agradam. Sou "preconceituoso" por não gostar delas? Abomino a mentira e os mentirosos... Isso é ser preconceituoso?

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

SENÃO – SE NÃO

Qual é a diferença entre “senão” e “se não”? Quando usar um e outro?

Senão (emendado) equivale a (caso contrário, mas, porém, a não ser, problema, falha).

·    Entregue o trabalho no prazo, senão o professor lhe dará nota baixa.
·    Esperamos uma eleição limpa, senão tudo continuará como está.
·    Não houve um senão na conferência.
·    Nada mais há a dizer, senão adeus.

Se não (separado) equivale a (se por acaso não). Usado no início de orações condicionais.

·    Se não escolhermos bem a escola de nossos filhos, os resultados serão terríveis.
·    Este ano teremos eleições, se não ocorrer algum imprevisto.
      Obrigado

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

QUEM NÃO SE COMUNICA...

O texto abaixo deixou-me com dúvidas sobre a correção do emprego  do verbo “comunicar”. Está correto?

“O delegado comunicou o juiz diretor do Fórum da Justiça Federal que o Grupo de Escoltas permanecerá impossibilitado de cumprir as requisições de escolta emanadas das diversas Varas Criminais Federais do Estado de São Paulo”.
Observe que os termos sublinhados (o juiz diretor) e (que o Grupo de Escoltas) ligam-se ao verbo sem o auxílio de preposição. Como são de naturezas diferentes (pessoa e coisa) não podem exercer a mesma função sintática no interior da frase.

No texto, o verbo em questão é de dupla predicação, ou seja, deve ser construído com dois complementos: um objeto direto e um objeto indireto. Como nos exemplos abaixo:

  • O chefe comunicou a demissão do supervisor (Ob. Dir.) aos funcionários (Ob. Ind.).
  • O chefe comunicou aos funcionários (Ob. Ind.) a demissão do supervisor (Ob. Dir.).
O correto, então, é reformular a frase para “O delegado comunicou ao juiz diretor do Fórum da Justiça Federal que o Grupo de Escoltas permanecerá impossibilitado de cumprir as requisições de escolta emanadas das diversas Varas Criminais Federais do Estado de São Paulo”.


quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

CONCORDÂNCIA COM NUMERAL

Qual é o correto: “um milhão e meio de pessoas vivem na comunidade” ou “um milhão e meio de pessoas vive na comunidade”?

Temos o problema do sujeito representado por um numeral singular (milhão e meio), acompanhado de complemento plural (pessoas).

A gramática normativa aceita, nesse caso, dois tipos de concordância:

·  Com o verbo no singular (concordância gramatical), concordando com o núcleo representado pelo numeral “um milhão e meio”: “um milhão e meio de pessoas vive na comunidade”.

· Com o verbo no plural (concordância siléptica), concordando com o complemento representado por “pessoas”: “um milhão e meio de pessoas vivem na comunidade”.