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quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

POR CONTA DE

Essa expressão, que se está vulgarizando nos meios de comunicação e logo fará parte do cotidiano linguístico dos falantes que tendem a ser “modernosos”, é uma inovação semelhante a “a nível de”, “meio que”, “enfim”, “quer dizer” e outras tantas que surgiram e, felizmente, ficaram, ou tendem a ficar, restritas aos almanaques do Capivarol, do Biotônico Fontoura e da Folhinha Mariana.

O sujeito está falando e de repente, sem mais nem porque, lasca um “enfim” que não liga palavras ou orações, deixando o interlocutor tenso, na vã espera do que virá para completar o pensamento.

Conheci um gago que completava os espaços vazios de sua fala com a expressão “quer dizer”. Um dia foi convidado a ler uma passagem dos evangelhos, na missa dominical, e foi aquela tragédia: “Naquele tempo “quer dizer” dizia Jesus a “quer dizer” seus discípulos: “quer dizer” ide e “quer dizer” semeai “quer dizer”, minha “quer dizer” palavra... O padre cassou-lhe a palavra imediatamente.

O problema atinge o significado de diferentes preposições e, em alguns casos chega a alterar o sentido normal do enunciado.

1.     Chanceler alemã reclama por conta da espionagem americana. (contra);
2.     Neymar está frustrado por conta da contusão. (em razão da);
3.     Estudantes protestam por conta da ação policial. (contra);
4.     Políticos foram condenados por conta da corrupção. (por);
5.     Trânsito foi interrompido por conta de deslizamento de terra. (por causa de).

São os modismos com que a língua convive, mas que falantes atentos percebem e evitam, servindo até de modelo a outros menos vigilantes.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

POR QUE / POR QUÊ / PORQUE / PORQUÊ

Quando devo escrever “por que”, “porque”, “por quê” e “porquê”?
Usa-se o “por que”:
1.      No início ou no interior das interrogações diretas e indiretas.
a.      Por que você faltou?(interrogação direta)
b.      Quero saber por que você faltou. (interrogação indireta)
2.      Quando tiver o significado de “o motivo pelo qual” ou “a razão pela qual”.
a.      Não consigo entender por que (o motivo pelo qual) (a razão pela qual) ela me abandonou.
Usa-se “porque”:
1.      Quando significar uma resposta ou explicação.
a.      Faltei porque não tinha dinheiro para a condução.
b.      Porque foi reprovado, mudou de escola.
Usa-se “por quê”:
1.      Quando estiver no final das interrogações diretas e exclamações.
a.      Você faltou por quê?
b.      O Flamengo perdeu por quê?
c.      Não sei por quê!
Usa-se “porquê”:
1.      Quando estiver antecedido de artigo, pronome ou numeral. Nesses casos, ocorre a chamada formação imprópria e o porquê é substantivo.
a.      Não sei o porquê de tanta confusão.
b.      Meus porquês são sempre fundamentados em bases sólidas.
c.      Sempre há um porquê mal explicado em suas justificativas. 

LANÇA-PERFUME

A frase “A lança-perfume foi proibida no carnaval” está correta?


A palavra “lança-perfume” é do gênero masculino. Corrija-se para “O lança-perfume...”

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

MESMO / MESMA?

Devo dizer “Ela mesmo cavou sua sepultura” ou “Ela mesma cavou sua sepultura”?


Mesmo é adjetivo e equivale a próprio. É, portanto, variável em gênero e número, para concordar com o termo que modifica: Ela mesma (própria) arrumou a sala. Elas mesmas (próprias) produziram a pesquisa com dados falsos. Ele mesmo (próprio) incriminou o irmão. Eles mesmos (próprios) confessaram o crime.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

DEVE SER / DEVEM SER?

Como é a concordância em “Deve ser o ambiente de trabalho e o comportamento entre colegas”? O verbo auxiliar pode ir para o plural? Isso é obrigatório?

O verbo “dever” é o auxiliar da locução e, portanto, fica “incumbido” de realizar a concordância verbal da oração. O sujeito, “o ambiente de trabalho e o comportamento”, é composto e posposto. Nesse caso, a norma gramatical determina que a concordância pode ser com o núcleo mais próximo (concordância atrativa), “Deve ser”, ou com a totalidade do sujeito composto (concordância gramatical), “Devem ser”.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

"CO-ORGANIZAR" OU "COORGANIZAR"?

Como se escreve “co-organizar” ou “coorganizar”?

O Acordo Ortográfico determina que haverá o hífen depois do prefixo terminado em vogal, se a palavra modificada começar com a mesma vogal.

Dessa forma, já nos acostumamos às novas grafias, como "micro-ônibus", "micro-ondas", "anti-inflamatório", "multi-instrumentista" etc. Ocorre, contudo, que a regra não se aplica quando os prefixos são monossílabos, como "re-", "co-", "pre-" e "pro-". Vale dizer que não se usa o hífen em termos como "reestruturar", "reeleição", "reerguer", "cooptar", "coordenar", "coorganizar", "preexistente", "preencher", "preestabelecer" etc.

No caso específico do prefixo "co-", o acordo manda eliminar o hífen em todas as situações: “coorganizar”, “cooperar”, “cooperativa”, “cooperador”, “copartícipe”, “coorientador” etc.


É bom lembrar que os prefixos tônicos “pré” e “pró” sempre serão escritos com o hífen, como em “pré-datado”, “pré-darwiniano”, “pré-modernismo”, “pró-cultura”, “pró-americano”, “pró-análise” etc.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

QUEROSENE / ALFACE

Tenho dúvida com relação ao gênero de “querosene” e “alface”. São masculinos ou femininos?

Querosene — substantivo masculino: O querosene de aviação está mais caro.


Alface — substantivo feminino: A alface é um alimento saudável.