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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

"CO-ORGANIZAR" OU "COORGANIZAR"?

Como se escreve “co-organizar” ou “coorganizar”?

O Acordo Ortográfico determina que haverá o hífen depois do prefixo terminado em vogal, se a palavra modificada começar com a mesma vogal.

Dessa forma, já nos acostumamos às novas grafias, como "micro-ônibus", "micro-ondas", "anti-inflamatório", "multi-instrumentista" etc. Ocorre, contudo, que a regra não se aplica quando os prefixos são monossílabos, como "re-", "co-", "pre-" e "pro-". Vale dizer que não se usa o hífen em termos como "reestruturar", "reeleição", "reerguer", "cooptar", "coordenar", "coorganizar", "preexistente", "preencher", "preestabelecer" etc.

No caso específico do prefixo "co-", o acordo manda eliminar o hífen em todas as situações: “coorganizar”, “cooperar”, “cooperativa”, “cooperador”, “copartícipe”, “coorientador” etc.


É bom lembrar que os prefixos tônicos “pré” e “pró” sempre serão escritos com o hífen, como em “pré-datado”, “pré-darwiniano”, “pré-modernismo”, “pró-cultura”, “pró-americano”, “pró-análise” etc.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

QUEROSENE / ALFACE

Tenho dúvida com relação ao gênero de “querosene” e “alface”. São masculinos ou femininos?

Querosene — substantivo masculino: O querosene de aviação está mais caro.


Alface — substantivo feminino: A alface é um alimento saudável.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

EM TEMPO / A TEMPO

As expressões “a tempo” e “em tempo” têm o mesmo significado?

Costuma-se estabelecer uma diferença semântica entre as duas expressões:

a.   A tempo = no momento certo; oportunamente; sem atrasos.
·    Chegou à igreja a tempo de assistir ao cerimonial.
·    Agarrei-o a tempo de impedir que fosse atropelado.
·    Tinha tudo pronto a tempo e a hora.

b.   Em tempo = exposição a um evento; dando oportunidade de.
·    Avançou contra a turba, em tempo de ser por ela pisoteado.
·    Tentou ultrapassar a enxurrada, em tempo de ser levado de roldão.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

REGÊNCIA DE AMAR / OBEDECER

Está correta a frase “O escravo ama e obedece a seu senhor”?

A período está gramaticalmente incorreto.

Temos aqui dois verbos – amar e obedecer – com regências distintas. Amar é transitivo direto e obedecer é transitivo indireto. Da forma como o período está construído, a expressão “a seu senhor” é objeto direto de “amar” e objeto indireto de “obedecer”, o que é, evidentemente, um despropósito lógico.


Melhor corrigir para “O escravo ama seu senhor e obedece a ele”.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

ACENTO DIFERENCIAL NO VERBO “PODER”

Como ficou a grafia do verbo “poder” no novo acordo ortográfico?

Permanece o acento diferencial em pôde/podePôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3ª pessoa do singular. Pode é a forma do presente do indicativo, na 3ª pessoa do singular.

Ele pode entrar agora. Ontem ele não pôde.

GRAFIA DAS ONOMATOPÉIAS.

Como se escreve “bangue-bangue”? Usa-se o hífen? 

A palavra é uma onomatopeia por reduplicação. Esse nome pomposo nada mais é que a imitação de sons naturais repetitivos. O acordo ortográfico não traz referências sobre a forma de escrever tais vocábulos e a norma é puramente consuetudinária, quer dizer, há um acordo tácito entre os usuários da língua para se definir “como se escreve”.

A maioria dessas reduplicações, segundo se pode observar nos dicionários (Aurélio – Houaiss – Aulete – Priberan) e em autores respeitáveis, são escritas com o hífen, como em tique-taque; pingue-pongue; toc-toc-toc; fru-fru...


quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

ASPECTOS VERBAIS

Na frase “Só que há um ano e três meses, ninguém mais pode visitar o Museu Nacional do Automóvel”, o verbo “pode” deve ser no presente ou no passado? 

O presente do indicativo é usado para o momento em que se fala, mas ele pode ser empregado no lugar do pretérito perfeito, em recurso linguístico chamado presente histórico.

Quando lemos, nos livros de História, narrativas como “Em 24 de agosto de 1954, Getúlio Vargas não suporta as pressões da oposição e mata-se com um tiro no peito, em seus aposentos do Palácio do Catete, no Rio de Janeiro”, temos um frase em que os verbos, embora no presente do indicativo, têm valor de pretérito perfeito, pois relatam ações completamente acabadas no tempo.

O mesmo pode acontecer com o verbo no futuro do presente, usado com o valor de presente.

Nos dez mandamentos, na Bíblia, encontramos “Não matarás”; “Não desejarás a mulher do próximo”; “Não furtarás”. Nesses mandamentos os verbos estão no futuro do presente, mas não significa que tais ações somente serão proibidas no futuro. A ordem é de execução imediata: não matar, não cometer adultério, não furtar desde agora, no momento presente.

Este recurso deve ser usado com cautela e discernimento, levando-se em conta, principalmente, a capacidade de decodificação do destinatário da mensagem.

Na frase da consulta, o uso do presente indica que o impedimento das visitas deu-se no passado, mas continua no momento atual. "Ninguém pôde visitar até ontem e hoje também não se pode visitar". Se for essa a intenção, o presente pode ser usado, englobando o passado. Agora, se no momento atual já é possível a visitação, use o passado.